quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
domingo, 14 de fevereiro de 2016
HÁ 70 ANOS NÃO EXISTE MULHER COMO ELA
Há exatas 7 décadas, no dia 14 de fevereiro de 1946, era lançado nos EUA o segundo filme que
eu mais gosto – o primeiro todo mundo sabe que é “E O Vento Levou”. Mas como eu
não consegui homenagear os 75 anos de “E O Vento Levou” em janeiro passado (por
motivos óbvios: eu ainda não tinha um blog na época), aqui vai meu tributo de
fã ao filme que verdadeiramente colocou o vestidinho preto no armário (não
gosto da palavra “closet”) da mulherada: “Gilda”.
Conforme eu mencionei
alguns textos atrás, “Gilda” é o meu segundo filme favorito, e teve grande importância
na minha vida – entre outros motivos, porque também era o segundo filme
favorito do meu pai. O número um para ele era “Casablanca” e ele não gostava de
“E O Vento Levou”, mas em uma coisa ambos concordávamos: Rita Hayworth não levar a estatueta de Melhor Atriz por “Gilda” foi
uma das duas ou três maiores sacanagens da história do Oscar. E a maior prova disso foi a frase eternizada por Rita, que na vida real era o oposto total de sua personagem mais famosa: "Todos os homens que conheci sonhavam com Gilda e acordavam comigo". Não, ninguém nunca conseguiu ser uma mulher como Gilda. Nem a própria Rita Hayworth.
“Gilda” foi
lançado no Dia dos Namorados dos EUA e em plena Segunda Guerra Mundial. Em 1946
Rita Hayworth já era a Rainha da Columbia Pictures e desfrutava também do
status de Musa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica americanas. Naquele
tempo, a censura era tão paranóica que mostrar o umbigo e/ou as pernas era algo
tido como indecente. Imaginem então a reação causada por uma mulher que não
apenas exibia (e não pela primeira vez) o umbigo e as pernas, e fazia o seu
tradicional papel de anti-heroína (tipo de personagem no qual ela é até hoje insuperável),
como também tirava uma simples luva com ares de quem tira toda a roupa. Essa
cena, mais os diálogos geniais que pingavam veneno, fizeram com que na época o filme
fosse proibido para menores de 18 anos, inclusive no Brasil.
A história é aparentemente
simples: o sinistro Ballin Mundson (George
MacReady), dono de um cassino em Buenos Aires, contrata Johnny Farrell (o
fofíssimo Glenn Ford), um rapaz para
trabalhar para ele, e o jovem acaba se tornando o braço direito do chefe
picareta. (Aí há uma molecagem para a época: a insinuação leve de que chefe e
funcionário eram mais do que chefe e funcionário). Um belo dia, o chefe viaja e
traz sua nova esposa, Gilda (em interpretação fantástica e injustiçada de Rita
Hayworth), que nada mais é do que a ex de Johnny. E designa o rapaz para tomar
conta dela. Para piorar, Gilda diverte-se provocando e maltratando o ex. A cena
em que ela joga o cabelo ficou famosa também no filme “Um Sonho de Liberdade”.
Este filmaço
pré-feminista tem também uma trilha sonora fantástica, que inclui as jóias “Put
The Blame On Mame” (usada no DVD “This Is It”, de Michael Jackson) e “Amado Mío”. A fotografia propositalmente “dark”
e os cenários cheios de detalhes dão ênfase ao clima de teatro filmado, porque
é isso mesmo que “Gilda” é. Aliás, a
maior parte dos filmes das décadas de 1930 e 1940 era teatro filmado puro –
inclusive, e principalmente, “Casablanca” e “O Mágico de Oz”. Como eu já
disse aqui, não é um filme para ser alugado. É melhor você comprar o DVD,
porque vai precisar assistir mais de uma vez. A palavra é essa mesma: precisar. Porque as sutilezas do filme
(principalmente do texto) são tantas, que captar todas na primeira assistida
é humanamente impossível.
Se você ainda tem preconceito contra filme preto
e branco, “Gilda” vai fazer você perdê-lo de vez. Até porque o filme continua
inacreditavelmente moderno. Aos 70 anos, ele é mais moderno do que muita coisa
nova que vemos por aí.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
O MEU GANZÁ FAZ CHICA CHICA BUM CHIC, PRA EU CANTAR O CHICA CHICA BUM CHIC
Não tem jeito – entra Carnaval, sai Carnaval, a fantasia mais usada (e
que não sai de moda) ainda é a dela. Merecidamente. Carmen
Miranda foi a primeira diva brasileira a fazer sucesso lá fora, e permanece
insuperável. Neste finalzinho de Carnaval, vamos deixar pra lá a discussão se
ela era brasileira ou portuguesa (100% brasileira, na minha opinião!) e ver
alguns vídeos sobre a insubstituível Rainha do Samba. Pra você que não gosta de muvuca e optou por
fazer parte do Bloco do Sofá.
"Chica Chica Boom Chic":
"O Que É Que A Baiana Tem?" (o primeiro vídeo em que ela usou seu famoso traje de baiana):
"Mamãe Eu Quero":
"Tico Tico No Fubá":
"Tic Tic Tac do Meu Coração":
"Cai Cai":
"Aquarela do Brasil":
Conclusão: temos aí a trilha sonora para um Carnaval inteiro!!! Divirtam-se!
domingo, 7 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
TEMPOS MODERNOS, 80 ANOS À FRENTE DO SEU TEMPO
Hoje faz 80 anos que um filme
revolucionário foi lançado: "Tempos Modernos", de Charles Chaplin.
Trazendo uma visão assustadora do futuro, o filme era uma crítica ao
capitalismo e à forma como a tecnologia desumanizava as pessoas. (Pobre Chaplin
- não viveu para ver a que ponto as coisas chegaram...) O clássico foi um
divisor de águas na carreira do artista, pois foi a última obra em que ele
interpreta seu clássico personagem, o vagabundo Carlitos. É também o primeiro
filme em que Chaplin solta a voz - e ele manda muito bem, cantando uma música
estranha que mistura inglês, italiano, francês, espanhol e sabe lá mais que
outro idioma. Apesar de ter algumas falas, "Tempos Modernos" foi
considerado o último filme silencioso da História , até o lançamento de "O
Artista", em 2011.
Chaplin levou três anos para concluir o
filme, que tem como atriz principal sua amada Paulette Godard, em bela atuação
como uma jovem pobre que sobrevive à custa de pequenos furtos.
Como tudo que é à frente da sua época,
"Tempos Modernos" causou enorme polêmica quando foi lançado, dividiu
opiniões e chegou a ser censurado em alguns países por causa de sua forte
crítica política e social. Na Alemanha nazista, por exemplo, ele não foi
exibido, porque ironizava o nazi-fascismo. Hoje, a obra é considerada quase
que por unanimidade em todo o mundo como um dos maiores filmes de todos os
tempos.
A obra mistura tudo o que um bom filme
precisa ter: comédia, drama, romance, aventura, observação humana e
inteligência. É um daqueles clássicos de valor incalculável, que ninguém deve
morrer sem ver.
Para quem ainda não assistiu, não vou
cometer o CRIME de contar mais. Vou postar o link do filme no You
Tube – afinal, a melhor forma de celebrar a arte dos nossos ídolos ainda é
apreciando-a, e não deixando que esses tesouros caiam no esquecimento. Abaixo,
postei também o link para a página oficial do filme “Tempos Modernos”, para
aqueles que quiserem saber mais sobre a obra e seus bastidores.
http://www.charliechaplin.com/en/films/6-modern-times
ESPECIAL MONTAGENS: SÓ PARA FÃS DE FILMES (REALMENTE) ANTIGOS
Tudo começou 5 anos atrás, quando uma jovem alemã que não gosta de se
identificar, mas que é uma assumida adoradora da diva Rita Hayworth (1918-1987),
resolveu fazer uma despretensiosa homenagem à eterna Rainha da Columbia,
mostrando que ela era muito mais do que a (excelente) Gilda. A música escolhida
foi “Stayin’ Alive”, clássico dos Bee Gees de 1977. Inacreditavelmente, o
precioso trabalho de edição da garota fez com que a seleção de imagens de
filmes da Rita – todos das décadas de 1930 e 1940, é claro – combinasse
perfeitamente com a canção. Resultado: o vídeo viralizou mundo afora e ganhou comentários
positivos até da parte do coreógrafo Ivaldo Bertazzo (link do vídeo incluído nesta matéria) aqui no Brasil.
Elogiado por gente de todas as áreas, o trabalho da moça que insiste em
não mostrar a cara deu origem a milhares de montagens semelhantes no You Tube,
e fez algo que para mim é uma benção: despertar o interesse de pessoas de todas
as idades na história do cinema, e deixar as novas gerações boquiabertas diante
do talento de artistas que precisavam de pouca ou nenhuma tecnologia para
mostrar seu talento.
Esta matéria é uma seleção de vídeos para quem quer entrar no You Tube e
curtir algumas destas montagens.
1 – RITA HAYWORTH IS STAYIN’ ALIVE
O vídeo que já nasceu clássico e que deu origem a todos os outros. Como
bem disse Ivaldo Bertazzo, “Isso é dança, e não a Eguinha Pocotó”. Quem não
conhece Rita Hayworth, ou só a conhece do filme “Gilda” ou só a conhece do
vídeo do Michael Jackson ou do clipe da Lana Del Rey, vai ter a chance de se
impressionar com o que Ritinha era capaz de fazer em cima de um palco e/ou
diante de uma câmera. Os parceiros da diva também não ficam atrás: Gene Kelly, Frank Sinatra, e outros homens lindos, charmosos e geniais.
Crítica de Ivaldo Bertazzo sobre este vídeo:
2 – UPTOWN FUNK
Outro que foi imitado, roubado, etc. Na mesma pegada do vídeo anterior,
esta montagem, de autoria do site britânico Nerd Fest UK, também é
incrivelmente bem feita, e ousa ainda mais: coloca nossos ídolos da Velha
Guarda de Hollywood para dançar ao som de um hit de agora, “Uptown Funk”, de
Mark Ronson. A lista de feras que aparecem é interminável e eu não vou postá-la
inteira aqui, mas entre eles estão Judy Garland, Gene Kelly, Shirley Temple,
Lucille Ball, Ginger Rogers e Fred Astaire...
3 – SEXY TRIBUTE TO GENE KELLY
Não é nenhuma novidade que eu sou maluca por este homem. E esta montagem
é pras menininhas. A música não poderia ter sido mais bem escolhida: “Nasty
Naughty Boy”, de Christina Aguilera, do disco “Back To Basics”, que a cantora
dedicou aos seus ídolos da Hollywood da Era do Jazz. Dedicada aos momentos “extremamente
calientes” da carreira de Gene “Gênio” Kelly, é uma belíssima lição de que um
sujeito não precisa ser bombado nem ficar nu para enlouquecer as mulheres.
4 - ELVIS PRESLEY – ROCK DANCER
Alô, elvismaníacos, vocês não foram esquecidos! Da série “Como É Que
Ninguém Pensou Nisso Antes?”, esse vídeo é uma colagem de momentos em que o Rei
do Rock exibe seu talento de dançarino. Com direito a explicações dos passos,
contando a história de cada um! A única coisa que eu não entendi foi por que a
música escolhida não foi do próprio Elvis Presley, que tem incontáveis canções mais
legais em seu repertório que se encaixariam neste ótimo trabalho de edição e
pesquisa. Um alerta: este vídeo pode causar excesso de babação crônica.
5 – MONTAGE OF MARILYN MONROE - FADE AWAY AND RADIATE - BLONDIE - 1978
Preparem os lenços! O vídeo é uma homenagem a Marilyn Monroe, e abusa
dos efeitos que criam uma sequência de imagens desbotadas, que nos transmitem a
ideia do que Marilyn, afinal de contas, foi – um ser encantador, irreal,
que passou pela Terra muito rápido, inspirou muita gente e continua
insubstituível.
6 – CHARLIE CHAPLIN - FILMOGRAPHY MONTAGE / TRIBUTE (MOBY)
Mais uma combinação interessante de trilha atual com filme antigo. O
autor conseguiu reunir um monte de cenas de filmes de Charles Chaplin em meros
3 minutos – os 3 minutos de duração de uma música do Moby. Para vocês verem que
o homem mais comunicativo que já existiu nunca precisou dizer uma palavra para
transmitir o que sentia.
Conteúdo publicado em 05/02/2016 no site Blah Cultural
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