Você já deve
ter visto a figura dela em algum lugar, e com certeza se perguntou: “Mas quem
será esta mulher?”. Principalmente agora que sua imagem vem sendo utilizada aqui
no Brasil para ilustrar uma campanha anti-violência contra as mulheres. Pois bem, a personagem tem
nome e tem história - Rosie The Riveter,
ou, no Brasil, Rosie A Rebitadeira.
A personagem
surgiu em 1942, como símbolo de uma campanha lançada pela Westinghouse Company.
Na época, os homens que trabalhavam nas fábricas estavam sendo mandados para
lutar na Segunda Guerra Mundial, e muitos deles estavam falecendo por causa do conflito.
Resultado: as indústrias, que antes eram ocupadas por funcionários do sexo
masculino, ficavam às moscas. E boa parte delas produzia munições e suprimentos
bélicos. Para que o país não parasse devido à falta de operários nas fábricas,
o governo dos EUA teve uma idéia: colocar mulheres para substituí-los.
Mas como fazer
isto em uma época absurdamente machista e moralista, em que a mulherada era
toda criada para ser dona-de-casa e nada além disso? O governo americano
resolveu o problema de maneira elementar: criando uma campanha para
convencê-las de que elas eram capazes de fazer os mesmos serviços que os homens
faziam. Daí vem a frase “We Can Do It!”
(Nós podemos fazer isso!), que
aparece no pôster com a imagem de Rosie. Parte da campanha era dirigida também
aos maridões, para que eles vencessem o preconceito e deixassem suas senhoras
trabalhar fora de casa.
Na época, a
personagem nada tinha a ver com o movimento feminista – até porque,
ironicamente, a maioria dessas mulheres trabalhava voluntariamente nas fábricas
“para servir ao seu país”. Rosie ganhou o status de ícone do feminismo quando o
pôster foi redescoberto nos anos 80. E agora, que está sendo re-redescoberta em
pleno Terceiro Milênio, Rosie, além de ser adotada como símbolo anti-machismo e de virar tatuagem na pele de inúmeras mulheres, vem
sendo utilizada ada em uma incontável quantidade de memes na Internet. Sem
contar os inúmeros produtos que ela estampa por aí.
Mas quem era a
Rebitadeira? Ela existiu mesmo? Bem, vamos por partes.
O termo “Rosie,
The Riveter” foi utilizado pela primeira vez em 1942, numa canção de autoria de
Redd Evans e John Jacob Loeb. A música, que falava sobre uma incansável
operária da linha de montagem de uma fábrica, foi sucesso nacional e gravada
por diversos artistas.
O “pai” da Rosie do pôster que
conhecemos é o artista gráfico J. Howard Miller, contratado pela empresa
Westinghouse, ainda em 1942, para criar uma série de cartazes para a campanha
que tinha por objetivo atrair mulheres para trabalharem voluntariamente nas
fábricas. O slogan “We Can Do It” também teria sido criado por ele. A modelo
que serviu de inspiração para a personagem, Geraldine Doyle, era uma operária
de verdade, na época com 19 anos de idade.
Segundo
algumas fontes, o nome “Rosie The Riveter” não teria sido dado durante a guerra
(pelo menos, não oficialmente), e sim lá pelos anos 80. Porém, em 1944 foi
feito um filme com o título “Rosie The Riveter”, cujo enredo era justamente
sobre uma moça que trabalhava em uma fábrica em plena guerra. Há controvérsias,
como se diz, mas o fato é que a personagem do pôster ficou conhecida com este
nome, e acabou se tornando um símbolo do movimento feminista mundo afora.
Principalmente porque, após experimentar trabalhar fora de casa, a mulherada
não quis mais se limitar apenas a cuidar dos filhos e do lar. Era o início de
uma revolução.
Até hoje, por
mais brincadeiras que sejam feitas com a figura de Rosie (a personagem virou
até fantasia de Halloween nos EUA), a mensagem que ela transmite vem sendo
levada cada dia mais a sério. As mulheres jamais foram o sexo frágil - muito
pelo contrário! “Nós podemos fazer isso” - sempre.
FONTES
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