quinta-feira, 4 de agosto de 2016

ROSIE THE RIVETER – A HISTÓRIA DO ÍCONE



Você já deve ter visto a figura dela em algum lugar, e com certeza se perguntou: “Mas quem será esta mulher?”. Principalmente agora que sua imagem vem sendo utilizada aqui no Brasil para ilustrar uma campanha anti-violência contra as mulheres. Pois bem, a personagem tem nome e tem história - Rosie The Riveter, ou, no Brasil, Rosie A Rebitadeira.


A personagem surgiu em 1942, como símbolo de uma campanha lançada pela Westinghouse Company. Na época, os homens que trabalhavam nas fábricas estavam sendo mandados para lutar na Segunda Guerra Mundial, e muitos deles estavam falecendo por causa do conflito. Resultado: as indústrias, que antes eram ocupadas por funcionários do sexo masculino, ficavam às moscas. E boa parte delas produzia munições e suprimentos bélicos. Para que o país não parasse devido à falta de operários nas fábricas, o governo dos EUA teve uma idéia: colocar mulheres para substituí-los.



Mas como fazer isto em uma época absurdamente machista e moralista, em que a mulherada era toda criada para ser dona-de-casa e nada além disso? O governo americano resolveu o problema de maneira elementar: criando uma campanha para convencê-las de que elas eram capazes de fazer os mesmos serviços que os homens faziam. Daí vem a frase “We Can Do It!” (Nós podemos fazer isso!), que aparece no pôster com a imagem de Rosie. Parte da campanha era dirigida também aos maridões, para que eles vencessem o preconceito e deixassem suas senhoras trabalhar fora de casa.



Na época, a personagem nada tinha a ver com o movimento feminista – até porque, ironicamente, a maioria dessas mulheres trabalhava voluntariamente nas fábricas “para servir ao seu país”. Rosie ganhou o status de ícone do feminismo quando o pôster foi redescoberto nos anos 80. E agora, que está sendo re-redescoberta em pleno Terceiro Milênio, Rosie, além de ser adotada como símbolo anti-machismo e de virar tatuagem na pele de inúmeras mulheres, vem sendo utilizada ada em uma incontável quantidade de memes na Internet. Sem contar os inúmeros produtos que ela estampa por aí.

             



Mas quem era a Rebitadeira? Ela existiu mesmo? Bem, vamos por partes.
O termo “Rosie, The Riveter” foi utilizado pela primeira vez em 1942, numa canção de autoria de Redd Evans e John Jacob Loeb. A música, que falava sobre uma incansável operária da linha de montagem de uma fábrica, foi sucesso nacional e gravada por diversos artistas. 
    O “pai” da Rosie do pôster que conhecemos é o artista gráfico J. Howard Miller, contratado pela empresa Westinghouse, ainda em 1942, para criar uma série de cartazes para a campanha que tinha por objetivo atrair mulheres para trabalharem voluntariamente nas fábricas. O slogan “We Can Do It” também teria sido criado por ele. A modelo que serviu de inspiração para a personagem, Geraldine Doyle, era uma operária de verdade, na época com 19 anos de idade. 



Segundo algumas fontes, o nome “Rosie The Riveter” não teria sido dado durante a guerra (pelo menos, não oficialmente), e sim lá pelos anos 80. Porém, em 1944 foi feito um filme com o título “Rosie The Riveter”, cujo enredo era justamente sobre uma moça que trabalhava em uma fábrica em plena guerra. Há controvérsias, como se diz, mas o fato é que a personagem do pôster ficou conhecida com este nome, e acabou se tornando um símbolo do movimento feminista mundo afora. Principalmente porque, após experimentar trabalhar fora de casa, a mulherada não quis mais se limitar apenas a cuidar dos filhos e do lar. Era o início de uma revolução.




Até hoje, por mais brincadeiras que sejam feitas com a figura de Rosie (a personagem virou até fantasia de Halloween nos EUA), a mensagem que ela transmite vem sendo levada cada dia mais a sério. As mulheres jamais foram o sexo frágil - muito pelo contrário! “Nós podemos fazer isso” - sempre.





FONTES

Texto já publicado no site Blah Cultural em 29/07/2016

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