Fun In Acapulco
Ano de Produção:
1963
Direção: Richard
Thorpe
Elenco: Elvis
Presley, Ursula Andress, Alejandro Rey, Elsa Cardenas.
Duração: 97 min
Colorido
Gravadora:
Paramount
Atendendo a milhares de pedidos,
centenas de cartas e uma tempestade de telegramas, finalmente, depois de quase
um ano no ar (ufa!) um filme do
Elvis
Presley. Sim, eu sei que é vergonhoso, mas como boa parte da escolha dos
filmes é baseada em material que eu encontro em
DVD original (que isso fique bem claro), muita coisa eu acabo
deixando de fora simplesmente por não ter achado de fonte legal. Este
filme de 1963 saiu em DVD pela
gravadora Paramount (que, aliás, está
esperando o quê para relançar mais da obra cinematográfica do
Rei do Rock’n’Roll, e
de preferência em edições acessíveis
(tipo
Lojas Americanas e/ou
bancas de jornal?). Elvis está gato como
nunca, no auge da carreira, cercado por um cenário maravilhoso (que você deve
conhecer como “o
‘Guarujá’ do
episódio especial do Chaves”
https://www.youtube.com/watch?v=8ms93BAs6rM ) e ganhando muitas garotas. Ou seja, a fórmula dos filmes do cantor, que era a
mesma sempre, mas que a gente não enjoa nunca. O filme é uma delícia exatamente
porque a história é totalmente inverossímil. E porque Elvis é lindo e a voz de
Elvis é linda até falando. Aqui ele é
Mike
Windgren, um pobre coitado que trabalha em um barco na
baía de Acapulco.
Janie
(
Teri Hope), a fogosa filha adolescente
do patrão, vive dando em cima do rapaz, até criar um incidente em que ele é
demitido. Sem emprego e sem ter onde cair morto, Mike fica amigo de um moleque malandro,
Raul (
Larry Domasin, dando show de atuação), que arranja para ele um emprego
de cantor em um luxuoso hotel. No local, ele cruza com duas beldades,
Margarita Dauphin (vivida por
Ursula Andress, também no auge da
beleza) e
Dolores Gómez (
Elsa Cardenas). Encontra também um
adversário, o cantor
Moreno (
Alejandro Rey). E encontra ainda com
seu passado, mas vou parar por aqui ou vai rolar um
#Spoiler. Em sua versão DVD,
“O Seresteiro de Acapulco” chega com
excelente qualidade de áudio e vídeo que faz jus ao material. A trilha toda é fantástica,
uma fusão muito especial de
rockabilly
com
música latina. Dois públicos em
especial vão se deleitar: um é a geração dos meus pais, o pessoal que foi
adolescente naquela época – a
Geração do
Rock, que viu este ritmo surgir e hoje tem netos. O outro é a galera da
minha idade, que curtiu os filmes do Elvis na
Rede Globo, na
Sessão da
Tarde Que Prestava, lá pelo início dos
anos
80. Como não podia deixar de ser, como se trata de um filme americano, o
clássico inclui alguns
estereótipos
que o povo dos
EUA tem daqueles
países que ficam abaixo do
Rio Grande
(como uma das canções, que diz
“Você
nunca pede água quando está ao sul da fronteira”). Ou a inclusão de um hit
chamado
Bossa Nova Baby, sendo que a nossa bossa nova não tem nada a
ver com a música mexicana (
https://www.youtube.com/watch?v=HC1V5Ki6LWI). Tem números musicais o tempo todo, às vezes em
momentos em que não seria muito necessário – mas ouvir Elvis nunca é demais.
Curiosidades:
▪Elvis Presley
não gravou nenhuma cena do filme no México – toda a parte dele foi filmada
em estúdio. Como o cantor não foi a Acapulco, um colunista local
de fofocas publicou uma falsa
declaração de Elvis de que ele “não
se incomodaria de ir ao México por considerá-lo um país cafona” e “preferia beijar três mulheres
afrodescendentes a dar um beijo numa mexicana”. Isso gerou boicote das rádios e lojas de discos
mexicanas ao Rei do Rock. Mas hoje se sabe que não passa de uma invenção.
▪Edith Head
(1898-1981), a estilista mais badalada
de Hollywood na época, criou o figurino desse filme.
▪A canção Bossa
Nova Baby entrou no Top 10 da parada
de sucessos na revista Billboard. O single da música, aliás, chegou às
lojas um mês antes do álbum completo da trilha sonora.
▪“O Seresteiro de Acapulco” está
entre as maiores bilheterias de 1963,
e foi o último lançamento de Elvis Presley no cinema antes da chegada da Beatlemania.
▪O produtor
do clássico é ninguém menos que Hal
Wallis (1899-1986), o mesmo gênio que nos deu jóias como “Casablanca”
e os incríveis filmes de Jerry Lewis
& Dean Martin. Quase toda a série do Elvis no cinema, aliás, saiu da cabeça deste cara.
▪The Jordanaires, banda que tocou com Elvis inúmeras vezes, faz os backing vocals na trilha sonora do
filme.
EXTRAS DO DVD:
Inacreditavelmente, vergonhosamente, não tem nenhum.
Embalagem: Bem basiquinha,
com desenhos na parte de dentro do estojo e só.