Já foi lançada a
décima-sexta edição da Revistinha do Cine Club, uma publicação
virtual toda feita por um grupo de blogueiros de cinema (entre eles, eu). Ela
traz sempre textos de alta qualidade sobre filmes de todas as épocas, dicas de
obras-primas para você assistir, lançamentos em DVD, as estréias do mês, e
muito mais. Você pode baixar a sua Revistinha
do Cine Club Edição 16 (Janeiro 2018) clicando no link abaixo:
Elenco: Robert
Mitchum, Shirley MacLaine, Edmon Ryan, Elizabeth Fraser.
Duração: 119
minutos
Preto
& Branco
Gravadora: Classicline
Já começo o ano cumprindo uma dívida com os meus leitores.
Muitos me perguntavam: “Por que você ainda não fez resenha de nenhum filme do Robert Mitchum?” “E da Shirley MacLaine, você não fala?” Pois
bem, o primeiro DVD comentado de 2018
tem os dois no elenco! Mitchum e Shirley são o par principal desta tragicomédia
(mais para “tragi” que para “comédia”, em minha modesta opinião) que foi um dos
filmes mais polêmicos de 1962. Na
direção está o premiadaço Robert Wise
(o mesmo de “A Noviça Rebelde”). Filmado em branco e preto e baseado numa peça
escrita por William Gibson, o longa
tem um clima meio asfixiante, que a trilha sonora de André Previn (“Gigi” e “My Fair Lady”) só
reforça. Chutado pela esposa, o conservador advogado Jerry Ryan (Robert Mitchum)
conhece, em uma “festinha de arromba”, a jovem e imatura bailarina Gittel Mosca (Shirley MacLaine). A partir daí, os dois dão início a um
relacionamento amoroso repleto de altos e baixos – daí a “gangorra” do título. Afinal,
ambos têm diferenças de temperamento, e ele não consegue se desligar
emocionalmente da ex-mulher, mesmo depois de o divórcio ter sido oficializado. Mitchum
está menos durão e mais doce, quase fofo, vivendo o homem triste e desorientado
que encontra no amor uma razão para viver. Shirley domina uma personagem que é
a sua cara, até porque ela tem formação de bailarina na vida real. A cena do solo de dança de Gittel, aliás, é uma
das mais emocionantes que eu já vi. Enfim, “Dois na Gangorra” pode não ser a
comediazinha boba e melosa que a capa do DVD sugere. Mesmo assim, ou por isso
mesmo, é um filme adorável, que vale a pena ver.
CURIOSIDADES
▪Originalmente, o casal escalado para os papéis principais
era Paul Newman e Elizabeth Taylor. Será que eu sou a
única que não consegue imaginar nem Paul nem Elizabeth como astros deste filme?
▪Shirley MacLaine começou a fazer balé na infância, como
tratamento para um problema de saúde nas pernas. A partir daí, adotou a dança
para o resto da vida.
▪Mitchum e Shirley tiveram um rápido caso durante as
gravações. Quem revelou este segredinho foi a própria Shirley, em entrevista ao
programa de Oprah Winfrey.
Comemorando sem parar! Dois sonhos
realizados nesta mesma semana: a página
do Blog Poltrona R no Facebook chegou às 50 curtidas, e este blog ultrapassou as 50.000 visualizações!
Sabe graças a quem? Graças a cada um de
vocês, que lê, curte e divulga meus textos!
Um MUITO OBRIGADA do tamanho de um
bonde, e que Deus abençoe muito a vida de cada um de vocês.
Mais de sete décadas após a sua
criação, ele continua rendendo polêmicas intermináveis. Houve, inclusive,
algumas tentativas de torná-lo meigo e bonzinho, mas o fato é que a graça
estava mesmo na total incorreção política de seus desenhos. Eu mesma já vi,
inclusive, uma tese de mestrado que o apresentava como um mau exemplo que
deveria ser proibido para as crianças. Já sacaram que o assunto desse texto é o mais popular, irreverente e controverso desenho animado de todos os tempos: o Pica-Pau.
Criado em 1940 pelo cartunista Walter
Lantz (de quem já andei falando por aqui em http://poltrona-r.blogspot.com/2016/10/walt-disney-versus-walter-lantz-tinha.html),
o Pica-Pau (ou Woody Woodpecker, em
inglês) surgiu despretensiosamente, como coadjuvante de um desenho daquele que
até então era o personagem de maior sucesso de Lantz, Andy Panda (de quem provavelmente você já ouviu falar). Mas logo o
pássaro xarope caiu nas graças do povo e ganhou sua própria série de animação,
ofuscando até o próprio Andy.
O estilo politicamente incorreto, que sempre foi a marca registrada
de Walter Lantz (de quase todos os desenhos da época, mas de Lantz em
particular) já aparecia nos desenhos do Andy Panda, mas atingiu seu auge com o
Pica-Pau. Sádico, debochado e vingativo, o “cabeça-de-fogo” adorava azucrinar
suas vítimas das formas mais cruéis possíveis. E não é só – ele fazia coisas consideradas
escandalosas, como fumar e beber em público, tentar cometer suicídio, roubar
gasolina, sacanear policiais, desrespeitar médicos, sair com um bando de prostitutas
e até debochar da cara da morte.
Toda essa virulência, ousadia e
cinismo jamais impediram que o Pica-Pau tivesse milhões de fãs através de
gerações, em todo o mundo e em todos os idiomas imagináveis – superando,
inclusive, os desenhos certinhos e politicamente corretos de agora. Uma bela
prova disso é que eu, como youtubeólatra incurável, tenho me deparado com um monte de vídeos que têm Walter Lantz e o
Pica-Pau como tema. Separei alguns deles aqui para você, leitor, se divertir
e conferir o talento destes novos curtidores de um dos melhores e mais
inteligentes desenhos animados que já existiram. "Marche!"
O canal Você Não Sabia fez uma análise divertida dos momentos mais
controvertidos dos episódios clássicos do Pica-Pau – e, o que é melhor, em
ordem cronológica. Note que os episódios mais politicamente incorretos são
justamente os mais antigos, da década de
1940 e início da de 1950.
Por falar nisso, a internet é repleta
de memes e textos criticando e até declarando ódio ao chamado “Pica-Pau Doidão”, aquele com cara de
maluco, dos primeiros desenhos produzidos. Eu discordo completamente destas
críticas. Afinal, o conceito do personagem criado originalmente por Walter
Lantz era justamente aquele bicho doido e esquisito, discriminado e tido como
louco por outros seres do reino animal. Aos poucos o Pica-Pau foi tendo seu
visual retrabalhado pelos desenhistas até virar o tipo (na minha opinião!) fofinho,
chato e sem graça dos anos 60 e 70,
e ganhar um remake horroroso a partir de 1999.
Quanto a esse remake, eu prefiro nem comentar. A turma que fez o novo Pica-Pau
para mim tem tanta intimidade com a obra de Lantz quanto eu tenho com física
quântica.
O Pica-Pau Doidão para mim é sensacional,
e muita gente não gosta dele porque não o entende, não compreende a genialidade
de Walter Lantz na sua forma mais pura, sem interferência de censores de nenhum
tipo. “Everybody thinks I’m crazy”,
mas de acordo com o meu gosto pessoal, os melhores desenhos do Pica-Pau são
aqueles feitos até 1959 (nem da fase
Pé de Pano eu gosto). Por volta de 1962, o pássaro louco foi ficando menos
louco e mais bonzinho, e essa transformação levou embora pelo menos 70% da
graça dos desenhos. Esse processo de “amenização” teve que acontecer porque,
nos anos 40 e 50, desenhos animados eram exibidos apenas nos cinemas. Com a
popularização da TV nos EUA, na
década de 1960, foi preciso que o Walter
Lantz Studio deixasse suas obras mais leves, para que as crianças pequenas
pudessem vê-las. Como se não bastasse, o custo de produção dos desenhos do
Pica-Pau por episódio foi ficando mais alto, justamente por causa dessa
migração do personagem para a televisão. O orçamento mais baixo e a censura
pegando no pé interferiram, obviamente, na qualidade do trabalho de Lantz e sua
equipe. A emissora comprou também os episódios antigos do Pica-Pau, mas – aí
vem o lado ruim – decidiu fazer algumas modificações neles, para torná-los mais
“família”. O que é uma grande ironia, pois o próprio Lantz sempre afirmou que
nunca teve a intenção de fazer desenhos para crianças, e que sua obra sempre
foi voltada para jovens e adultos (isso explica muita coisa...).
O pessoal do canal Vício Nerd se aprofundou ainda mais
nessa questão da “tesoura” televisiva do que o vídeo anterior. No vídeo criado
por eles, você vai ver algumas cenas que a censura não deixou serem exibidas na
telinha, não só nos Estados Unidos como em outros países, Brasil incluído. É
curioso como, na maioria dos casos, a falta das cenas cortadas deixa o enredo
sem sentido. Um bom exemplo é o episódio de estréia do personagem, “Knock
Knock”, que no Brasil se chama – vai entender – “O Pica-Pau Ataca Novamente” (https://www.youtube.com/watch?v=PTGpjpbeqdQ).
O final original é bem mais engraçado, irônico e inteligente do que aquele que
foi para o ar. Assista e confira.
Já o Felipe Castanhari, do Canal Nostalgia, atende aos pedidos de
inúmeros inscritos seus e mergulha na história de Walter Lantz e do Pica-Pau em
um vídeo muito bacana e completo. De todos os especiais de youtubers que eu
postei aqui, o especial do Castanhari é o que melhor dá ideia da genialidade de
Lantz, pois faz um compilado de trechos de desenhos de diversas fases do
pássaro mais doidão da televisão. Gostei da forma como estas cenas clássicas
foram intercaladas com a narrativa do Castanhari. O youtuber também fala da
evolução dos inimigos e coadjuvantes, como Zeca
Urubu (que tinha uma cara de bandido bem mais assustadora nas primeiras
versões), o esfomeado Zé Jacaré e, claro, o meu desafeto preferido do Pica-Pau,
o ultra-clássico Leôncio, aquele morsa
que no Brasil falava portunhol, mas
que na versão original tinha um sotaque meio alemão, meio sueco (https://pt.wikipedia.org/wiki/Wally_Walrus), uma provável referência aos
inimigos germânicos dos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial. Como brinde extra, uma “sessão remember” dos
bordões mais inesquecíveis da história
do Pica-Pau. Quem acompanha o personagem há pelo menos 30 anos vai lembrar de alguns deles: “Mulheres,
iate, mulheres!”, “Se o Pica-Pau
tivesse comunicado à polícia, isso não teria acontecido”, “Vudu é pra jacu”, o “Aêêêê!!!” das Cataratas, e tantos outros. Há até uma homenagem aos dubladores da ave psicopata. Um dos momentos mais
engraçados é o que mostra as versões da
franquia Pica-Pau em videogame. Quem teve infância vai se deliciar.
É surpreendente como cenas que foram
criadas há décadas sobreviveram ao surgimento de diversas mídias e entraram na
era da Internet, onde se transformaram em memes. A obra de Walter Lantz, assim
como a de Roberto Bolaños, Hanna-Barbera e Walt Disney, resiste à passagem do tempo justamente por ser
universal e atemporal. E, claro, pela sua qualidade inigualável. Minha nossa,
minha nossa, minha nossa, nossa, nossa!
Das séries “Se-alguém-não-tivesse-filmado-ninguém-teria-acreditado”,
“Minha-mão-coçou-pra-compartilhar” e “Muito-talento-para-pouco-vídeo”. A rainha
do jazz e a vocalista dos Carpenters
no mesmo palco? Siiimmmm!!! Esta cena, que aconteceu de verdade, foi ao ar em 16
de maio de 1980 no premiadíssimo especial “Music, Music, Music”, da TV
americana, e que, até o fechamento desta edição, não existe em DVD nem em CD. A
interpretação das duas divas de alguns clássicos da música norte-americana é de
dar um nó na garganta. Mas o mais legal é que a dupla parece estar se
divertindo no palco. É curioso que, embora Karen
Carpenter já esteja um tanto debilitada (ela viria a falecer em 1983), sua voz soa tão poderosa quanto
no auge da carreira – se não ainda mais.
Essa postagem tem um duplo motivo:
homenagear Ella Fitzgerald, e, principalmente
Karen, pois no próximo dia 4 de
fevereiro faz 35 anos que a
cantora e multi-instrumentista nos deixou. Ela teve sua trágica
história de vida contada no filme “A História de Karen Carpenter”, de 1989 (https://www.youtube.com/watch?v=H5tA3NWbnAs) (é dublado, que milagre!). Mas vamos nos lembrar dela não desta forma deprimente,
e sim apreciando a obra musical tão rica que ela produziu (aliás, ela também andou
se aventurando na carreira de atriz...). Sei que a qualidade do vídeo não está
uma maravilha, mas a do som, que é o mais importante, graças a Deus está. Então feche os olhos e
ouça... Isto é música de verdade, para dizer o mínimo.
Canções interpretadas: "This
Masquerade / My Funny Valentine / I'll Be Seeing You / Someone to Watch Over Me
/ As Time Goes By / Don't Get Around Much Anymore / I Let a Song Go Out of My
Heart"
Tomou um susto ao ver o título desta matéria? Aposto que sim! Pois é,
assim como a “Sessão da Tarde” já valeu o meu tempo, o “Vídeo
Show”, aquele programa irritante que passa diariamente nas tardes
da Globo, também já prestou. Quando foi criado, em 1983,
uma das propostas da atração era, sim, mostrar bastidores da televisão e do
cinema; só que essa não era a proposta mais importante do programa. O objetivo
principal do “Vídeo Show” era ser um programa cultural
– sem ser chato. Trazia reportagens imperdíveis sobre a criação da TV
no Brasil, entrevistas com gente que realmente tinha o que dizer (Cazuza,
por exemplo, no vídeo abaixo) e as novidades no mundo do cinema (acredite, a
primeira vez que eu ouvi falar em Pedro Almodóvar foi no “Vídeo
Show”, lá pelo final dos anos 80, se não me engano). As
famosas matérias com sequências de erros de gravações dos programas e novelas
também já estava lá, mas duravam menos de um minuto.
Inúmeros apresentadores passaram pelo “Vídeo Show”,
entre eles Marcelo Tas, que interpretava um personagem exótico
chamado Cabeça Branca, não muito diferente do que ele faria anos
mais tarde, nos programas infantis da TV Cultura (https://www.youtube.com/watch?v=6HxFzQaaVdQ). Porém, o
apresentador que foi, para toda uma geração, a “cara” do programa só foi
estrear nele em agosto de 1987. Miguel Falabella deu
personalidade ao “Vídeo Show”, e trouxe para o programa
quadros como “Tricotando” e a voz inconfundível da amiga Cissa
Guimarães como narradora das matérias do programa. Miguel, inclusive, se
referia a Cissa como “a garota que quebra o coco, mas não arrebenta a
sapucaia”. Foi também sob o comando de Falabella que o programa ganhou um
dos seus quadros mais famosos: o “Túnel do Tempo” (“Há 25 anos,
direto do túnel do tempo…”).
Em 1994, resolveram que o programa passaria a ser diário – e
a partir daí, foi ladeira abaixo sem freio. O que antes era o que o próprio
nome diz (um show de vídeo) foi transformado em uma versão televisiva da
revista Caras, tratando só de atualidades da vida dos artistas da
Globo (enaltecendo todos eles, é claro!) e algumas entrevistas bobas de
bastidores.
Ao longo desses quase 25 anos, o “Vídeo Show” passeou
por diversos horários na grade da emissora, trocou de cenário e de
apresentadores, enfim, sofreu um monte de mudanças – nenhuma delas qualitativa.
O conteúdo permaneceu a mesma chatice inútil, misturando fofocas do elenco
global com matérias que nada mais são do que propagandas de programas que a
própria Globo exibe ou está para lançar. Não há uma única preocupação em se
contar a história do cinema ou da televisão – quando isso é feito, apenas uns
40 segundos (sem exagero!) são dedicados ao tema. De resto, só vejo coisas
tolas ou até mesmo absurdas. Lembro que, na época da novela “Senhora
do Destino”, a personagem Nazaré (Renata Sorrah)
tinha a mania de destruir travesseiros quando estava nervosa. E o programa fez
uma montagem que tentava ser engraçada, mostrando um monte de travesseiros se
rebelando contra Nazaré. Como eu não consegui encontrar esta obra-prima
no You Tube, fiquem com a Nazaré de verdade, a da novela:
Deixo aqui meu recado para o próximo produtor e/ou diretor que assumir o
comando do “Vídeo Show”. Por favor, tente fazer o programa
voltar a prestar, a valer o tempo do espectador. Traga de volta a proposta da
antiga versão do programa, que, não por acaso, é bem parecida com a proposta
deste blog: trazer diversão inteligente, sem ser chato, e de forma popular, sem
ser idiota. Nossa televisão (tanto aberta quanto a cabo) precisa disso, e com
urgência. Saber que, no meio de uma filmagem, o Tony Ramos começou
a rir da cara da Fernanda Torres é, sim, engraçadinho – desde
que esse tipo de coisa ocupe, no máximo, trinta segundos de programa. Há muita
coisa interessante para tratar – sugiro, por exemplo, uma visita do programa
ao Hotel Fazenda Mazzaropi (e não estou ganhando um tostão
para isso!), mostrando a propriedade onde o grande artista brasileiro fez
vários de seus filmes. Sugiro também entrevistas com lendas da nossa
comunicação, como Washington Olivetto, e matérias de 1 a 2 minutos
(ou até mais) sobre alguns dos incontáveis artistas novos (e de qualidade, pelo
amor de Deus!) que estão surgindo na Internet. Idéias
de reportagens não faltam. Desculpas para não fazer um programa de qualidade
são, para mim, só isso – meras desculpas.
Enfim, o “Vídeo Show” serve como um excelente
termômetro de como a cultura do nosso país andou para trás nos últimos 34 anos.
Na verdade, a cultura mundial vem empobrecendo. Mas nós, aqui no Brasil,
não precisamos ser iguais ao resto do mundo. E antes que me perguntem “Você
acha que um programa de TV vai mudar isso?”, eu já digo que, se cada um
fizer a sua parte para tornar o nosso país mais inteligente, a diferença vai
ser grande, e bem grande.
Já vi muita gente comentar comigo que sente saudades do “Vídeo
Show Que Prestava”, e que não suporta o “Vídeo Show” atual.
Quando o “Vídeo Show” voltar a ser o “Vídeo
Show Que Prestava”, muita gente vai voltar a assistir ao programa. E os
índices de audiência voltarão a subir. Parece complicado? Mas é simples assim.
Feliz 2018, queridos! E a primeira postagem do ano vai ser uma relíquia. Os quarentões e
cinquentões que lêem este blog conhecem a banda
Metrô, um dos ícones do rock dos anos
80, que emplacou hits como “Tudo
Pode Mudar” (que os mais jovens conhecem da trilha do filme “Bingo,
O Rei das Manhãs”)...
“Sândalo de Dândi”(olha aí o Faustão novinho)...
... e, claro, o tema de abertura da versão original (e muito
melhor) da novela “Tititi”.
O Metrô fez a molecada da época (eu,
inclusive) cantar e dançar, principalmente porque marcava presença na TV o
tempo todo. Em plena era de ouro dos
programas musicais e/ou de auditório na televisão brasileira, lá estava o
Metrô batendo cartão e levando a galera à loucura. Vejam (ou relembrem), por
exemplo, a banda participando do mais clássico programa da década de 80, o “Cassino
do Chacrinha”. A música se chama “Beat
Acelerado” aka Bife Acebolado (meu Deus do céu, como eu cantei isso!):
Mas por que eu estou falando do Metrô
aqui? O que tem a ver? Tem muito a
ver. A vocalista do grupo, Virginie,
adorava estrelar comerciais. Fez alguns memoráveis, como, por exemplo, o da marca de fitas K7 BASF (“Não se
contente com menos!”). Muito legal, porque ela explorava seus dons vocais imitando
o som de uma fita K7 estragada. Naqueles tempos de tecnologia jurássica, as
queridas fitinhas tiveram seu auge. Só quem viveu a época vai entender!
O que eu não sabia (e fui descobrir
há alguns minutos), é que aqueles
comerciais da marca de eletrodomêsticos Britânia, que provavelmente só eu lembro, paródias de “E O Vento Levou” feitas
especialmente para serem apresentadas nos intervalos das tão aguardadas
exibições do filme na Globo (sim, a emissora já exibiu “E O Vento Levou”, inteiraço,
em suas noites), tinham, no papel de Scarlett O’Hara (tá preparado?) ninguém menos que a cantora Virginie, vocalista do
Metrô! Caso você não se recorde do que eu tô falando, aqui vai o comercial
que é o verdadeiro tema dessa matéria e desta lengalenga toda:
Ícone entre as meninas da época (eu, inclusive)
e diva dos comerciais (veja a playlist no
canal do Poltrona R), Virginie lançou moda com seu jeito de vestir e
cantar. Também era ótima como atriz, dom que, na opinião desta autora aqui, poderia
ter sido muito mais explorado. Bem, ela ainda está por aí fazendo shows com a
banda. Nunca é tarde pra pensar numa carreira paralela no teatro e nas novelas.
Como diz o pessoal do Vitrola Verde, que entrevistou a Virginie mais
recentemente (https://www.youtube.com/watch?v=XDh1QX9YL44), “no beat acelerado tudo pode
mudar”...
Quer ver a Virginie fazendo outros comerciais? Clica aqui: