Maaaais uma matéria de Natal! Desta vez é uma seleção de fotos (todas coloridas!) dos nossos ícones favoritos do cinema antigo celebrando a data - devidamente caracterizados, é lógico. Pode salvar no seu pen drive retrô!
Shirley Temple
Ava Gardner
Elizabeth Taylor
Elvis Presley
Bette Davis
Audrey Hepburn
Dean Martin
Lucille Ball
Bettie Page
Doris Day
Gene Kelly & Fred Astaire
Maureen O'Hara
Betty Grable
Frank Sinatra
Rita Hayworth
Lassie
Um beijo a todos os leitores e um Feliz
Natal! São os votos do Blog Poltrona R.
Neste segundo Natal do Poltrona R no ar, fiquei pensando: "O que eu poderia tirar do baú esse ano que fosse tão emocionante quanto minha postagem natalina do ano passado (o inesquecível vídeo "Feliz Natal pra Todos", da Turma da Mônica; link pra quem não viu: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2015/12/feliz-natal-pra-todos-feliz-nataaaal.html)?" Vasculhando o You Tube, encontrei este momento raro, gravado em 1977 para a TV britânica, em que o astro pop David Bowie (que nos deixou no início deste ano) e a lenda do cinema clássico Bing Crosby, famoso pelo filme (e a música) "White Christmas", fazem um dueto interpretando as canções natalinas Little Drummer Boy e Peace on Earth. Encontro de duas gerações de artistas de respeito. Emocionante é pouco.
Judy Garland - sim, ela de novo! - e a pequetita Margaret O'Brien no filme "Agora Seremos Felizes". Que o Natal de vocês seja grandioso (nada "pequeno"), e que todo mundo se lembre do Aniversariante dessa festa. Muitos beijos!
Há exatamente um
ano, eu, com a cara e a coragem e mais nada, colocava no ar o Poltrona R. Um blog sobre coisas antigas, filmes, desenhos e artistas de outras
épocas, coisas que inexplicavelmente
foram banidas da grande mídia no Brasil. Na época, eu nem imaginava a
quantidade de gente que eu iria conquistar como leitores. Achava que meus textos
seriam lidos apenas por um grupinho de 10 curiosos, no máximo. Porém, graças a
um incansável trabalho de divulgação (tanto meu quanto de cada um de vocês que
compartilharam e divulgaram os textos aqui publicados), o número de visualizações só tem crescido a cada dia. E, como todo
mundo sabe, não existe melhor propaganda
que o famoso “boca a boca”.
Sejam os
apaixonados pela Hollywood Old School que cresceram vendo estes grandes
filmes e grandes desenhos animados no cinema e/ou na televisão, sejam os jovens da novíssima geração que
estão redescobrindo estas obras de
arte, eu só tenho a agradecer a cada um de vocês. É assim que se mantém a arte viva – mostrando ao pessoal das gravadoras
e editoras que há, sim, um público consumidor para estes trabalhos fantásticos,
e que deixar este material cair no esquecimento é um verdadeiro pecado.
Muito obrigada a
todos os meus leitores. Vocês não
fazem ideia da felicidade que eu estou sentindo hoje. Que a gente possa ficar mais um ano juntos – ou muitos anos, se Deus
quiser. Por favor, continuem
dividindo com aqueles que vocês gostam todas as publicações deste blog que acharem
bacanas. Assim, vocês não só me ajudam a crescer, como me ajudam também a produzir
um blog cada vez mais interessante, e com cada vez mais novidades para o meu
público.
Que Deus abençoe MUITO a vida de
cada um de vocês!
Ainda não estou
acreditando na repercussão que o especial “Meus
15 Momentos Favoritos de Rita Hayworth” (http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/10/meus-15-momentos-favoritos-de-rita.html)teve. Eu achava que meia dúzia de
gatos pingados iria ler o texto e o resto iria passar batido. Que nada! A matéria que fiz com
uma seleção de vídeos da minha ídola fez com que uma legião de ritamaníacos
brotasse daqui e dali, e não só visse como divulgasse meu trabalho pela web. Mil
vezes obrigada, galera! É assim que a gente chega ao sucesso. Vocês estão de
parabéns!
Como meu bônus
especial de final de ano para todos vocês que ajudaram meu blog a crescer,
estou compartilhando aqui um filme da
Rita que eu amo de paixão, e que fez parte da minha infância, pois era
exibido na Rede Globo no início dos anos 80, na Sessão da Tarde Que Prestava. “Quando Os Deuses Amam” é um delírio
Technicolor de 1947, um clássico que mistura a mitologia grega
com a Era do Jazz, a estética pin-up e os musicais da Broadway. No centro de tudo está Rita Hayworth, dando um dos seus
maiores shows de atuação e em sua fase mais bonita. Vergonhosamente ainda não
existe o DVD deste filme no Brasil, mas alguma alma bondosa o compartilhou,
inteiraço e legendado em português, no
You Tube.
Imagine que,
em plena década de 1940, nos EUA, um diretor de teatro está montando
uma peça musical satirizando a lenda de Terpsícore,
a deusa grega das artes cênicas. Detalhes: a trilha sonora é jazzística e
as Musas são todas interpretadas por pin-ups. Enquanto isso, lá no Monte Olimpo, a própria Terpsícore (Rita Hayworth) fica
sabendo da história e resolve descer à Terra
para impedir, ela mesma, que os humanos desalmados a ridicularizem e a retratem
como uma devoradora impiedosa de homens. Acontece que o produtor da tal peça (vivido
por Larry Parks) é um fofo e ela cai
de amores pelo cara, e não quer mais ir embora do mundo dos mortais.
“Quando
Os Deuses Amam” foi dirigido por Alexander
Hall, e tem uma fotografia muito louca e colorida, criada, acredite, por Rudolph Maté, o mesmo de “Gilda”.
Foi uma das maiores bilheterias de 1947,
embora (adivinheeeeeee!!!) tenha sido execrado pelos críticos da época, que o
consideraram um lixo cultural. Sem querer ser arrogante, admito que não confio
muito na chamada “opinião dos experts” – na maioria das vezes, ela só me
mostrou o que eu não devo assistir,
ao chamar de geniais e imperdíveis coisas que quase sempre eu considero um
porre. E destruindo artistas fenomenais,
incrivelmente talentosos, como fazem desde aquela época com Rita Hayworth. Eu sou fanática por Rita
e ouso dizer que “Quando Os Deuses Amam” é um filme que ela praticamente carrega
nas costas, pelo menos em termos de brilho pessoal. Deixo claro que considero todo o elenco de “Quando Os Deuses Amam”
extremamente competente, mas para mim o ator principal, Larry Parks, não tem carisma suficiente
para o papel. Deviam ter colocado no lugar dele o maravilhoso e genial Gene Kelly, esse sim com cacife para
dividir a cena com a Rainha da Columbia
Pictures.
A trilha
sonora, de autoria de George Duning, Heinz
Roemheld, Doris Fisher e Mario
Castelnuovo Tedesco, tem canções maravilhosas, e eu duvido que você não
termine o filme com o refrão “Therpsicore,
Therpsichore” na sua cabeça. Os figurinos são de Jean Louis, um gênio anônimo que o sucesso de Rita como estrela da Columbia elevou ao posto de estilista
queridinho das divas - ele depois vestiu também Doris Day, Marilyn Monroe
e Lana Turner. (Ainda pretendo fazer
uma matéria sobre ele, podem me cobrar). Inclusive, “Quando Os Deuses Amam” serviu de inspiração assumida para outro
filme de infância meu, o musical disco “Xanadu”, de 1980, com Olivia Newton John e o veterano, mas
ainda lindo e genial, Gene Kelly (Sim!
Ela contracenou com ele! Se inveja matasse, eu estaria mortinha faz tempo!!!).https://www.youtube.com/watch?v=pp1qNDgrK4w
Os números de
dança foram coreografados por Jack Cole,
criador dos movimentos da Rainha da
Columbia em“Gilda”. Muita
coisa, no entanto, foi improvisada durante as gravações.
Observe que, como este é um filme de
1947, os números de dança foram quase todos filmados em uma tomada só, pois
naquela época não haviam os recursos mirabolantes de edição que existem hoje. Ou você era artista de verdade, ou você era
artista de verdade. Não se tinha opção. Deus do céu, como eu amo a Hollywood dos anos 30 e 40!
Rita Hayworth impressiona nos números
de dança de “Quando Os Deuses Amam”, deixando o público encantado como
fazia há sete décadas. Inexplicavelmente para mim, cerca de 95% dos historiadores
e críticos de cinema considera Rita “uma
moça com belas curvas e nenhum talento artístico”. Se após ver este filme
você ainda concordar com os críticos, olha, sinceramente, eu desisto e vou escrever sobre outro assunto.
Brincadeirinha, hehehe... Filme completo aí abaixo.
Criei este
blog por vários motivos. O principal deles foi preencher um vazio, a
necessidade que eu tinha de um tipo de coisa que eu não encontro mais na mídia
brasileira: um veículo que falasse apenas sobre
o cinema feito ANTES dos anos 80. Simplesmente eu não agüentava mais ver
gente, na internet e fora dela, se dedicando a escrever textos sobre o cinema
feito nas últimas três décadas. Tá legal, os anos 80 nos presentearam com
muitos clássicos bacanas, mas para mim eles não foram nem de longe a melhor
década da história da indústria cinematográfica. Já vi pessoas arregalarem os olhos e até me
agredirem porque eu expressei essa opinião. Mas como cresci vendo muitas
produções de décadas anteriores (afinal, sou filha de um grande fã da Hollywood Old School, principalmente
dos anos 30 e 40), eu já estava de
saco cheio de procurar, sem sucesso, sites brasileiros que só abordassem o cinema
feito antes de 1980. E como eu não encontrava, resolvi criar um.
Fiquei
surpresa com a quantidade de leitores que conquistei em tão pouco tempo. Não
sou popular nem “bem relacionada”, não estou dentro da área de Comunicação (embora tenha me formado
para atuar nela), e tenho um blog que fala sobre coisas de outros tempos em um
país sem memória. Ver tanta gente lendo meus textos e divulgando-os por aí
apenas mostra que obras cinematográficas
de qualidade, por mais antigas que sejam, permanecem no coração do público,
apesar de todo o esforço da grande mídia para enterrá-las, para fazer de conta que
elas nunca existiram. A propósito, eu
continuo me perguntando por que cargas d’água resolveram fingir que antes de
1980 não existia cinema.
Onome
do meu site, ao contrário do que os mais jovens podem pensar, não veio da
inicial do meu nome, e sim de um horário em que a TV Record exibia apenas
filmes “velhos” – aqueles que hoje têm mais de 40 anos certamente se lembram
de ligar a televisão no canal 7 de São
Paulo para assistir à sessão
Poltrona R. Quem digita “Poltrona R”
no Google e cai no meu blog entende
a brincadeira. Aliás, é sobre isso que eu gostaria de falar com vocês agora.
Meu blog
entrou no ar no dia 16 de dezembro de
2015, data que para mim é inesquecível – siiimmm, estamos há quase um ano
no ar! Porém, cerca de sete meses depois, surgiu na Internet (e com um endereço
quase idêntico ao meu) um outro
blog também chamado Poltrona R, cujo
conteúdo é exatamente o oposto do que você encontra aqui, embora também
seja um blog sobre cinema. Não sei que é o autor, pois ele não mostra o rosto
nem revela seu nome – mais uma diferença entre o trabalho dele e o meu. Porém,
a principal diferença nem é esta.
O meu
blog Poltrona R tem como princípio não
divulgar nenhum tipo de material ilegal. Não apenas porque desejo evitar
problemas com a justiça, mas porque eu
tenho um ideal, e este ideal é fazer com que os artistas aqui citados (ou as
famílias e herdeiros deles) ganhem
dinheiro. É a forma que eu encontrei de retribuir a emoção e o encanto que as obras deles trouxeram para a
minha vida. Sei que a maioria destas pessoas, principalmente aquelas que têm
mais idade, leva uma vida difícil, e minha maneira de ajudá-las é essa. Em vez de espalhar material ilícito por aí,
eu faço exatamente o oposto: mostro onde essas obras podem ser encontradas
a preços acessíveis, divulgo o trabalho de quem dedica sua carreira a reviver a
magia destes artistas e a preservar a memória deles, dou dicas de sites e
vídeos legalmente disponíveis na Internet.
Ou seja, estimulo o leitor a consumir
este material e a pagar por ele. E, consequentemente, incentivo as gravadoras e editoras a relançarem produtos para o público
carente destas obras – um público que, inclusive, cresce a cada dia.
Fiquei em
dúvida por muito tempo se devia ou não colocar este texto no ar. Acabei me
decidindo por publicá-lo. Não porque gosto de fazer intrigas (pelo contrário,
eu detesto), mas porque o aparecimento
deste outro site na Internet, com o mesmo nome do meu blog e proposta
totalmente contrária à minha, acabou por me prejudicar seriamente, em especial
na minha busca por patrocinador e por gente que queira anunciar e investir no
meu trabalho.
Enfim, desejo toda a sorte do mundo ao(s)
autor(es) do blog “xará” do meu. Sucesso para eles, mas Blog
Poltrona R verdadeiro é este aqui. Só estePoltrona R aqui tem
o meu nome, a minha cara, a minha
história.
FONTE da ilustração desta matéria:
http://flickrhivemind.net/User/samanthafraser/Interesting
No post anterior falamos de Elvis, não falamos? E eu fiz uma breve
citação ao grupo The Jordanaires,
que acompanhou o Rei do Rock em
inúmeras apresentações, entre 1956 e
1972. Originário do meio gospel,
o The Jordanaires também canta country,
folk, blues e, claro, rock’n’roll
de raiz. Acredite, o grupo surgiu em
1948 e foi extinto em 2013 após a morte do seu líder e empresário, Gordon Stoker. Embora seja mais famosa
por ter feito backing vocals para Elvis, a banda trabalhou com outros grandes nomes,
como a cantora Patsy Cline.
Este vídeo que
você vai assistir foi gravado durante uma das últimas apresentações do The Jordanaires. Trata-se de uma homenagem dos integrantes do grupo ao popstar que os
tornou famosos. Aumente o volume e curta The
Jordanaires relembrando um Medley de
clássicos de Elvis Presley. Rock and roll, baby!
Elenco: Elvis
Presley, Ursula Andress, Alejandro Rey, Elsa Cardenas.
Duração: 97 min
Colorido
Gravadora:
Paramount
Atendendo a milhares de pedidos,
centenas de cartas e uma tempestade de telegramas, finalmente, depois de quase
um ano no ar (ufa!) um filme do Elvis
Presley. Sim, eu sei que é vergonhoso, mas como boa parte da escolha dos
filmes é baseada em material que eu encontro em DVD original (que isso fique bem claro), muita coisa eu acabo
deixando de fora simplesmente por não ter achado de fonte legal. Este filme de 1963 saiu em DVD pela gravadora Paramount (que, aliás, está
esperando o quê para relançar mais da obra cinematográfica do Rei do Rock’n’Roll, e de preferência em edições acessíveis
(tipo Lojas Americanas e/ou bancas de jornal?). Elvis está gato como
nunca, no auge da carreira, cercado por um cenário maravilhoso (que você deve
conhecer como “o ‘Guarujá’ do episódio especial do Chaves” https://www.youtube.com/watch?v=8ms93BAs6rM ) e ganhando muitas garotas. Ou seja, a fórmula dos filmes do cantor, que era a
mesma sempre, mas que a gente não enjoa nunca. O filme é uma delícia exatamente
porque a história é totalmente inverossímil. E porque Elvis é lindo e a voz de
Elvis é linda até falando. Aqui ele é Mike
Windgren, um pobre coitado que trabalha em um barco na baía de Acapulco. Janie
(Teri Hope), a fogosa filha adolescente
do patrão, vive dando em cima do rapaz, até criar um incidente em que ele é
demitido. Sem emprego e sem ter onde cair morto, Mike fica amigo de um moleque malandro,
Raul (Larry Domasin, dando show de atuação), que arranja para ele um emprego
de cantor em um luxuoso hotel. No local, ele cruza com duas beldades, Margarita Dauphin (vivida por Ursula Andress, também no auge da
beleza) e Dolores Gómez (Elsa Cardenas). Encontra também um
adversário, o cantor Moreno (Alejandro Rey). E encontra ainda com
seu passado, mas vou parar por aqui ou vai rolar um #Spoiler. Em sua versão DVD, “O Seresteiro de Acapulco” chega com
excelente qualidade de áudio e vídeo que faz jus ao material. A trilha toda é fantástica,
uma fusão muito especial de rockabilly
com música latina. Dois públicos em
especial vão se deleitar: um é a geração dos meus pais, o pessoal que foi
adolescente naquela época – a Geração do
Rock, que viu este ritmo surgir e hoje tem netos. O outro é a galera da
minha idade, que curtiu os filmes do Elvis na Rede Globo, na Sessão da
Tarde Que Prestava, lá pelo início dos anos
80. Como não podia deixar de ser, como se trata de um filme americano, o
clássico inclui alguns estereótipos
que o povo dos EUA tem daqueles
países que ficam abaixo do Rio Grande
(como uma das canções, que diz “Você
nunca pede água quando está ao sul da fronteira”). Ou a inclusão de um hit
chamado Bossa Nova Baby, sendo que a nossa bossa nova não tem nada a
ver com a música mexicana (https://www.youtube.com/watch?v=HC1V5Ki6LWI). Tem números musicais o tempo todo, às vezes em
momentos em que não seria muito necessário – mas ouvir Elvis nunca é demais.
Curiosidades:
▪Elvis Presley
não gravou nenhuma cena do filme no México – toda a parte dele foi filmada
em estúdio. Como o cantor não foi a Acapulco, um colunista local
de fofocas publicou uma falsa
declaração de Elvis de que ele “não
se incomodaria de ir ao México por considerá-lo um país cafona” e “preferia beijar três mulheres
afrodescendentes a dar um beijo numa mexicana”. Isso gerou boicote das rádios e lojas de discos
mexicanas ao Rei do Rock. Mas hoje se sabe que não passa de uma invenção.
▪Edith Head
(1898-1981), a estilista mais badalada
de Hollywood na época, criou o figurino desse filme.
▪A canção Bossa
Nova Baby entrou no Top 10 da parada
de sucessos na revista Billboard. O single da música, aliás, chegou às
lojas um mês antes do álbum completo da trilha sonora.
▪“O Seresteiro de Acapulco” está
entre as maiores bilheterias de 1963,
e foi o último lançamento de Elvis Presley no cinema antes da chegada da Beatlemania.
▪O produtor
do clássico é ninguém menos que Hal
Wallis (1899-1986), o mesmo gênio que nos deu jóias como “Casablanca”
e os incríveis filmes de Jerry Lewis
& Dean Martin. Quase toda a série do Elvis no cinema, aliás, saiu da cabeça deste cara.
▪The Jordanaires, banda que tocou com Elvis inúmeras vezes, faz os backing vocals na trilha sonora do
filme.
EXTRAS DO DVD:
Inacreditavelmente, vergonhosamente, não tem nenhum.
Embalagem: Bem basiquinha,
com desenhos na parte de dentro do estojo e só.
Ele é o astro da vinheta de abertura mais
icônica da história do cinema. É também a mais imitada e a mais parodiada. Não
é possível que você nunca tenha visto Leo,
o leão-símbolo da Metro – e é pouco provável que a história dele nunca
tenha lhe despertado nenhuma curiosidade. Pois é essa curiosidade sua que eu
vou matar neste post.
Leo, o Leão da MGM, surgiu, acredite,
em 1916, como mascote do estúdio Goldwyn
Pictures, do empresário Samuel
Goldwyn. Howard Dietz, o criador
da vinheta, inventou o personagem para homenagear a instituição de ensino que
ele havia frequentado, a Universidade de
Columbia, cuja equipe esportiva tem o apelido de “The Lions” (Os Leões). A ideia de utilizar um leão como mascote é uma
referência à canção-grito de guerra da Columbia, “Roar, Lion, Roar” (que significa “Ruge, leão, ruge”). E a inscrição em latim “ARS
GRATIA ARTIS”, que aparece no logo, significa “A Arte Pela Arte”. Desde então já foram utilizados 9 leões
diferentes, sendo que o mais recente estrela a vinheta desde 1957. Na verdade,
os dois primeiros leões não rugiam. O primeiro nem abria a boca, só olhava de
lado. O segundo dava dois grunhidinhos, mas, como eram tempos de cinema mudo,
não se ouvia nada.
Em 1924, ano em que o empresário Marcus Loew adquiriu o controle da Goldwyn, da Metro Pictures e da produtora de Louis B. Mayer e fundiu esses três estúdios, fazendo nascer a Metro Goldwyn Mayer, o leão não só foi
mantido como foi oficializado e atualizado. Agora a fera passaria a rugir. O
primeiro filme a utilizar a nova vinheta foi “Ironia da Sorte”, dirigido
por Victor Sjostrom e estrelado por Norma Shearer, Lon Chaney e John Gilbert.
Embora todos os leões da MGM tivessem sido
mantidos em cativeiro (infelizmente!), eram muito bem tratados. Porém, inúmeros
postscirculam na Internet mostrando o bicho sendo torturado de maneiras
inacreditáveis, como, por exemplo, sendo amarrado e preso a uma coisa que
parecia uma esteira de supermercado para que o sofrimento o fizesse rugir. A
piada de mau gosto foi, na verdade, inspirada em uma foto do pequeno leão Samson, de um zoológico de Israel, sendo submetido a uma tomografia computadorizada após ter
ficado doente e ter sua vida salva por um veterinário.
Outro
boato é que um dos primeiros leões
da Metro teria matado seu adestrador e os assistentes deste durante a filmagem
da vinheta. De fato, quem lida com animais selvagens sabe que é difícil fazer
uma criatura como estas rugir do nada. O que eles faziam era ainda mais
apavorante: construíram um palco sonoro
na jaula do bicho, com câmeras e tudo, para filmar seu rugido. A filosofia do
estúdio para lidar com seus mascotes não envolvia chicotes ou tortura, e sim um
profundo respeito pelo animal.
Alguns
astros da época, como o diretor Alfred Hitchcock,
tiraram fotos com o Leão da Metro. A diva Greta
Garbo, corajosa, chegou a entrar na jaula para posar para um ensaio ao lado
da fera. Eu, pessoalmente, não entraria lá nem que me pagassem!
Em
2014, durante a cerimônia de comemoração dos 90 anos da MGM, Leo apareceu ao vivo e teve suas patas deixadas na calçada do Teatro
Chinês, em Hollywood. Não é montagem, é verdade! (Reparem no style da juba dele...)
Mega-cultuada,
a “vinheta do Leão” da MGM também foi alvo de uma quantidade gigantesca de paródias. A mais antiga de que se tem
noticia foi feita em 1935 no trailer da clássica comédia “Uma Noite Na Ópera”, que
mostrava os Irmãos Marx, astros do
filme, “dublando” o rugido do bicho.
Os Muppets satirizaram o leão em dois de
seus longa-metragens, ambos de 1981. Em “The Muppets Go to The Movies”, o
urso Fozzie estrela a vinheta; e em “A
Grande Farra dos Muppets”, de 1981, é o personagem Animal quem faz o papel do lendário mascote da MGM (e, diga-se de
passagem, merece um Oscar pela
interpretação!)
Astros dos desenhos
da MGM, Tom & Jerry fizeram a sua brincadeira com a vinheta-símbolo da casa. Inesquecível!!!
E
até na Rússia tiraram sarro do Leão!
Sim, uma animação mutcholoca de 1978, “Ograblenie Po”, com sua crítica debochada aos chavões hollywoodianos, não perdeu a
chance de zoar a vinheta mais célebre do cinema mundial. Tá aqui pra quem quer
ver, com legendas para os que não entendem russo (eu, por exemplo):
Tudo isso sem a gente
contar os milhões de memes que o
Leão inspirou e ainda inspira na Internet. O mais recente (e, sem dúvida, o
mais sensacional) é... OPikachu da
Metro!!!
Em uma época em que Hollywood criava ícones aos
montes, até mesmo uma vinheta se tornou lendária. Ou alguém consegue imaginar
algum filme da MGM começando sem Leo, o leão, rugindo na abertura? Eu, pelo
menos, não consigo.
"What a glorious feeling!"Gene Kelly, Debbie Reynolds e Donald O'Connor em "Cantando Na Chuva" - parece que estão falando do que a gente sente ao ver esse filme apaixonante.
Caçando alguns desenhos antiquíssimos
na Internet uns dias atrás, eu me deparei com uns episódios raros de coisas que
eu tinha assistido na minha infância e pensei: “Vou salvar na minha playlist do You Tube pra rever depois desses anos todos!”. Playlist
montada, comecei a assistir e pronto, veio a decepção: os desenhos tinham sido redublados. Re-du-blados!!!
Te juro, ainda estou tentando
descobrir por que diacho se faz
redublagem. Antigamente a gente não tinha TV a cabo, então a toda a programação
gringa da televisão era dublada. E o número de reprises era cavalar, porque o material era bom, dava audiência e a
gente esperava pra ver de novo
aquele filme, desenho ou episódio tão querido. As falas a maioria de nós tinha
decoradas, e até imitar os personagens a gente sabia. Anos depois, quando
finalmente temos a oportunidade de recordar estas preciosidades, aí vem o
balde de água fria: a “versão brasileira” delas foi refeita!!!
Sinceramente, eu não tenho a menor
ideia do motivo de refazerem a tradução e a dublagem de alguns filmes, desenhos
e séries. O sempre fiel e eficiente Professor
Google me veio com algumas respostas: por questões de direitos autorais, quando os dubladores antigos cobram muita grana pelas
vozes originais que fizeram; pela substituição
de dubladores falecidos ou que não querem mais fazer o personagem; por exigência do dono da obra, que
considera a antiga versão brasileira tosca; porque os caras acham mais barato redublar do que restaurar a dublagem
antiga, e por aí vai.
Eu, pessoalmente, imagino que o
motivo da redublagem seja uma tentativa
de “atualização” de obras de outros tempos, principalmente aquelas que eram
cheias de gírias da época em que a tradução foi feita. Acontece que um dos
grandes baratos (“baratos”? que termo mais anos 80!) das dublagens antigas é
justamente ouvir os termos que eram usados naquele tempo em que a gente
assistia a esse material. Há também pessoas
com ódio daquelas dublagens originais em que os locutores falavam todos os
ésses e todos os érres, mas eu acho uma delícia ouvir o trabalho desses veteranos
e veteranas, até porque, pra quem não sabe, grandes atores como Lima Duarte e Orlando Drummond (o eterno Peru
da versão original da “Escolinha do Professor Raimundo” https://www.youtube.com/watch?v=y1MPwFe7K7I) foram
dubladores em seu início de carreira. Tive a oportunidade de conhecer alguns locutores
e dubladores veteranos que participaram da “versão brasileira” de um monte de
clássicos, e admito: a emoção foi indescritível pra mim e pra eles. Pra mim
porque o trabalho deles fez parte da minha vida. E pra eles porque esse pessoal,
que ganha vergonhosamente pouco para o talento e carinho que tem pela
profissão, adora ver seu trabalho ser reconhecido. A gente tem que respeitar
esses caras; o conhecimento e a experiência deles na carreira rende muitas
horas de conversa, porque história pra contar todos eles têm aos montes.
Me desculpem, mas as dublagens novas tornam aquelas obras
antigas irreconhecíveis. Não que elas sejam ruins ou que seus profissionais
não tenham talento, pelo contrário. Mas é que, sei lá, que falta alguma coisa
nelas. Falta a critividade, o improviso, a diversão que a maioria dos
profissionais das antigas tinha, mesmo fazendo um serviço sério. E olha, eu
nunca pensei que fosse falar isso na vida, mas vamos lá: boa parte da graça de certos
desenhos, filmes e séries que eu via na infãncia vinha da dublagem.
Seja da tradução, seja das vozes, seja da combinação dessas duas coisas.
Alguns leitores já devem saber que eu
sou tradutora, e que eu já trabalhei com tradução para dublagem e
legendagem. Vou admitir outra coisa: em dublagens antigonas, feitas em
tempos em que a Internet ainda não existia nem no desenho dos Jetsons, havia alguns erros de tradução, coisa que era
inevitável naquele contexto. A tradução
das dublagens novas é bem melhor que a das antigas, embora eu já tenha
visto alguns erros graves. Enfim, não
existem traduções perfeitas (e eu digo isso porque eu mesma já pisei na bola algumas vezes); mas, ainda que com certas
palavras traduzidas incorretamente, a
dublagem clássica ainda é mais gostosa de ouvir para quem cresceu escutando-a.
Daí a nossa dificuldade de aceitar não só as novas vozes, mas as novas
traduções, mesmo quando algumas palavras nelas são corretas e nas antigas não.
Redublagem é o tipo da coisa que
provoca a ira dos fãs de cinema, e eu entendo as razões para esse tipo de
procedimento ser realizado. Mas aquela tradução, com aquelas vozes, aquele
trabalho tão marcante pra mim, vai continuar sendo a versão brasileira
definitiva.
É, gente... Para certas coisas na
vida, acostumar com o novo pode ser beeeem difícil.
A festa do Halloween surgiu na Grã-Bretanha da Idade Média, e veio
parar no Brasil graças às escolas de inglês e aos colégios bilíngües. Em Hollywood já é uma diversão desde
sempre, e provas disso são as fotos que eu separei de diversas estrelas clássicas posando e divando ao estilo do Dia
das Bruxas. Dá uma olhada: