Em 1979, a Academia finalmente se rendeu a ele. Walter Lantz (1899-1994), o gênio criador do Pica-Pau e Sua Turma e de tantos personagens fantásticos como Picolino e Andy Panda, recebeu das mãos de um outro saudoso ídolo meu, o multitalentoso ator Robin Williams (de "Patch Adams" e "Uma Babá Quase Perfeita") o Oscar Honorário Pelo Conjunto da Obra. Mas uma visitinha surpresa apareceu para homenagear o grande Lantz. Sabem quem foi? Bem, só digo que foi mais um ídolo meu. Assistam pra conferir.
quinta-feira, 28 de julho de 2016
Direto do You Tube - ROBIN WILLIAMS ENTREGA O OSCAR A WALTER LANTZ
Em 1979, a Academia finalmente se rendeu a ele. Walter Lantz (1899-1994), o gênio criador do Pica-Pau e Sua Turma e de tantos personagens fantásticos como Picolino e Andy Panda, recebeu das mãos de um outro saudoso ídolo meu, o multitalentoso ator Robin Williams (de "Patch Adams" e "Uma Babá Quase Perfeita") o Oscar Honorário Pelo Conjunto da Obra. Mas uma visitinha surpresa apareceu para homenagear o grande Lantz. Sabem quem foi? Bem, só digo que foi mais um ídolo meu. Assistam pra conferir.
domingo, 24 de julho de 2016
DVD – MEU AMIGO HARVEY
Harvey
Ano de produção: 1950
Direção: Henry Koster
Elenco: James Stewart, Josephine
Hull, Victoria Horne.
Duração: 105 minutos
Preto & Branco
Gravadora: Universal
Imagino que este filme de 1950 seja o delírio dos
psicólogos. À frente do seu tempo, “Meu Amigo Harvey” é uma comédia
baseada na peça teatral homônima ganhadora do Prêmio Pulitzer – inclusive, o roteiro foi escrito por Mary Chase, a mesma autora do
espetáculo, em parceria com Oscar
Brodney e Myles Connolly. O
bonitão James Stewart, que durante
cinco anos havia estrelado a peça na Broadway, leva seu personagem para o
cinema e interpreta Elwood P. Dowd, um quarentão solteiro e rico que não bate
bem; além de ser chegado numa bebedeira, ele tem um amigo imaginário chamado
Harvey, um coelho de 1,80 de altura (sim, é isso mesmo que você leu!). Sua
irmã, Veta (Josephine Hull), mora
com ele, e é mãe de Myrtle (Victoria
Horne), uma jovem desesperada para desencalhar. As duas não agüentam mais
os vexames causados por Elwood, e temem que a maluquice dele possa dificultar os
planos de arrumar um marido para Myrtle. Após um vexame homérico dado por ele
em uma festa, Myrtle e Veta decidem interná-lo. O problema é que, ao falar com
os médicos no sanatório, Veta se descontrola e os doutores acabam pensando que
a louca é ela. A partir daí, uma série de situações inacreditáveis começa a se
desenrolar. E é impossível não simpatizarmos com Elwood, que é um sujeito simpático
e bondoso, cujo único defeito, aparentemente, é sua obsessão pelo tal Harvey.
Mas será que essa obsessão é realmente um defeito? É este o ponto que o filme
explora, mostrando que até as pessoas normais tem um pouco de insanidade, e vice-versa.
Em uma das cenas, Elwood diz: “Minha mãe
me ensinou que na vida é preciso ser esperto ou gentil. Durante anos eu fui
esperto. Hoje, prefiro ser gentil. Você pode citar minha frase.” Há outras
sacadas divertidíssimas, como a do chapéu furado e a do dicionário (não vou dar
spoiler; portanto, assistam!).
De forma bem-humorada
e esperta, “Meu Amigo Harvey” leva o espectador a refletir sobre o quanto
pode ser frágil o limite entre a sanidade e a loucura. Ah! Não desligue o DVD
sem ter visto os créditos – há uma bela piadinha no final deles.
Curiosidades:
● Por incrível que pareça, “Meu
Amigo Harvey” foi muito bem recebido por público e crítica na época de
seu lançamento.
● Há uma referência a Harvey em uma
cena de “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, sucesso de 1988 carregado de
referências à Velha Guarda de Hollywood.
Nela, uma mosca de bar diz: “Eu consegui
ver o coelho!”
●Josephine Hull faturou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por
sua atuação como Vetta.
●“Meu Amigo Harvey” merece
o troféu de recordista de remakes. Teve nada menos que 5
outras versões, feitas nos anos de 1958, 1970, 1972, 1985 e 1996 . A primeira, de
1958, teve Elizabeth Montgomery, a
estrela do seriado “A Feiticeira”, no elenco. Na terceira, de 1970, o próprio
James Stewart repetiu o papel de Elwood. A de 1996 contou com a participação de
Leslie Nielsen.
●Uma empresa de advocacia do Reino
Unido foi batizada de Harvey em homenagem ao clássico.
EXTRAS: São dois: o primeiro é um clipe narrado por James Stewart, onde ele fala
sobre os bastidores do filme e da peça que o inspirou. Conta como construiu o
personagem e lembra que o papel o marcou tanto que ele chegou a sofrer bullying do público nas ruas por causa
do coelhão invisível. Depoimento
muito bacana, eu recomendo que você assista, principalmente se for estudante de
teatro. O segundo Extra é o trailer original
que passou nos cinemas, e que também vale a pena ser visto.
Embalagem:
Sem nenhum luxo – nenhum mesmo, nem desenhos na parte interna do estojo.
Mas bem feitinha, de qualidade.
Link
do Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=dWmc_XRpa9U
segunda-feira, 18 de julho de 2016
GIF DO DIA - 18/07/2016
Jerry Lewis e a inesquecível sequência da máquina de escrever, do filme "Errado Pra Cachorro" (1963). Embora máquinas de escrever sejam coisa do passado, a cena é atemporal!
PANTERA COR-DE-ROSA, UMA CAMPEÃ DE AUDIÊNCIA
Nos anos 80, um dos truques de Silvio Santos para segurar a audiência
do SBT era colocar os desenhos da Pantera Cor-de-Rosa no modo “repeat all”, em pleno horário nobre. Mas muitas crianças (eu por exemplo) já eram
fãs da Pantera antes disso, quando o desenho era exibido nas manhãs de sábado
da emissora (muito da minha cultura pop,
aliás, eu devo ao canal de TV do Homem do Baú).
A personagem, por si só, tem uma
história curiosa: foi criada despretensiosamente, em 1963, apenas para os
créditos do filme “A Pantera Cor-de-Rosa”, de Blake Edwards, com Peter Sellers
interpretando seu personagem mais famoso, o atrapalhado Inspetor Clouseau, encarregado de investigar o sumiço de um
diamante chamado Pantera Cor-de-Rosa. Como o filme era uma comédia, os
cartunistas Fritz Freleng (de “Looney
Tunes”) e David DePatie tiveram
a sacada de inventar uma pantera cor-de-rosa (literalmente) para ilustrar a
abertura do filme. O sucesso da personagem com público e crítica foi
infinitamente maior que o esperado. Tanto é que, já em 1964, a Pantera ganhava
sua própria série de animação na
rede de TV americana NBC.
Ao todo, o
desenho original teve mais de 100 episódios, produzidos até 1980. Em 1984 uma nova
série, “Os Filhos da Pantera Cor-de-Rosa”, criada por Freleng em parceria
com a Hanna Barbera (a maior
recicladora de personagens do planeta!), mostrava a personagem felina com dois
filhos, Pinky e Panky. A Pantera foi licenciada para estampar inúmeros produtos,
todos sucesso de vendas, teve uma versão em quadrinhos (que também foi lançada no Brasil) e chegou a virar videogame. O desenho ganhou dois remakes,
um em 1993 (“The New Pink Panther Show”), e outro em 2010 (“Pink
Pather And Pals”).
"Lembra de mim? Antes eu era um título de filme... Agora sou uma estrela de cinema!!!", dizia
o poster anunciando a estreia do desenho "A Pantera Cor-de-Rosa" nos cinemas.
Quando foi lançada, a série animada “A Pantera Cor-de-Rosa” trazia episódios de 30 minutos cada, compostos
por dois desenhos da própria Pantera e um do personagem “O Inspetor” entre ambos. No ano seguinte, a animação era lançada
primeiro na TV e depois distribuída nos cinemas pela United Artists. Também em 1965, DePatie e Freleng levaram o Oscar de Melhor Curta-Metragem Animado
em 1965 com o primeiríssimo episódio da Pantera Cor-de-Rosa, intitulado “The
Pink Phink”. A partir daí foi só sucesso – a dupla de cartunistas
emplacou mais uma porção de outras séries de desenhos, tais como “A
Formiga e o Tamanduá”, “Hoot Kloot”, “Meu Amigo, O Tubarão”
(não confundir com o “Tutubarão”, da Hanna Barbera), “Bombom
e Maumau”, “O Poderoso Cachorrão”, a inesquecível “Cobrinha Azul” (aquele do bordão "Toli-toli-tolá, a cobra
ficou lá"), “Cegonha Perna Fina” e, claro, “Toro
& Pancho”. Todos eles eram exibidos dentro do “The Pank Panther Show”
(que no Brasil ganhou o título de “A Turma da Pantera Cor-de-Rosa”). E
em 1976, a duração dos episódios da Turma da Pantera passou de 30 para 90
minutos. O desenho passou a ser exibido e produzido pelo canal ABC a partir de 1978, e permaneceu
nesta emissora até o episódio final, em 1980.
A explicação para o sucesso está
no humor sofisticado, nonsense e até meio
chapliniano, da personagem. A Pantera Cor-de-Rosa nunca se comunicava
verbalmente, apenas por gestos. E aí estava boa parte da graça – até mesmo os
irritantes sons de claque viravam um
elemento cômico extra por causa da ausência de palavras. Em quase todos os
episódios, a Pantera aparece infernizando ou sendo infernizada pelo Inspetor, um
homenzinho branquelo e bigodudo que, a princípio, era uma caricatura de
Freleng, e mais tarde passou a se parecer mais com o próprio Peter Sellers. Esperta,
ela sempre conseguia se safar do seu adversário. As aventuras da Pantera Cor-de-Rosa
eram todas embaladas pela inconfundível trilha sonora “chiclete” criada por Henri Mancini.
Agora, aquela pergunta que você
sempre se fez, mas nunca fez a mais ninguém porque sempre teve vergonha: “A Pantera Cor-de-Rosa” é macho ou fêmea?”.
Apesar de ser cor-de-rosa, ela é macho. Faz a linha gentleman britânico, com seu andar elegante e suas poses com uma
piteira. Há quem diga que uma das inspirações para o jeitão da personagem foi o
ator inglês David Niven. Quem disse
isso foi o dublador Rich Little, que
fez a voz da Pantera nos poucos desenhos em que ela fala – graças a Deus, ela
só mostra a voz nos episódios finais da série original e no remake de 1993. Digo
graças a Deus porque a Pantera Cor-de-Rosa falando tem tanta graça quanto o Pica-Pau sendo bonzinho, ou seja, nenhuma.
Quer matar as saudades da Pantera
Cor-de-Rosa? Pois você veio ao lugar certo! O Canal do Poltrona R no You Tube preparou uma playlist especial da
Pantera e sua turma – com direito a episódios completos – para você viajar no tempo
e dar boas risadas. Divirta-se!
Link da Playlist: https://www.youtube.com/playlist?list=PLyc88yygdNcCC6EFiq6y6JeJw031n6g-d
FONTES
segunda-feira, 11 de julho de 2016
DVD - MODELOS
Cover Girl
Ano de produção: 1944
Direção: Charles Vidor
Elenco: Gene Kelly, Rita
Hayworth, Phil Silvers, Otto Kruger.
Duração: 107 minutos
Colorido
Gravadora: Obras Primas do Cinema
O
que eu vou falar sobre um filme que eu amo tanto, estrelado por um casal que eu
adoro de paixão? Bem, vou começar dizendo que o que “Modelos” tem de esteticamente
datado, também tem de atual em matéria de tema. Certo, é uma produção de 1944,
lançada no auge da “pin-up mania”, que,
ao contrário do que muitos pensam, não foi nos anos 50 ou 60, e sim durante a Segunda Guerra Mundial. O clássico,
aliás, trata deste tema, e é essencial para quem deseja entender o que foi o
fenômeno das pin-ups. Idealizado e
realizado pelos mesmos criadores de “Gilda”, “Modelos” fez um sucesso
colossal durante a guerra. Foi o primeiro musical em Technicolor feito pela Columbia
Pictures – e, como tal, só podia ter como estrela a eterna Rainha da
Columbia, Rita Hayworth. Fazendo par
com ela, ninguém menos que o gênio e lindo Gene
Kelly. Os dois interpretam Rusty Parker e Danny MacGuire, um casal de
atores miseráveis que vive de fazer shows em uma casa noturna da qual ele é o
proprietário. Também trabalha no local um amigo de Danny, Genius (Phil Silvers, ótimo), um comediante sem
graça que se acha hilário. Para se ter uma ideia da situação financeira do
trio, eles almoçam ostras todos os dias em um bar local, porque acreditam que
um dia encontrarão uma pérola dentro delas. Um belo dia, Rusty resolve
participar de um concurso que elegerá a Garota
da Capa de uma famosa revista. E ela vence. Louca pela fama, acaba
abandonando Danny e esquecendo os amigos. Mas esta decisão terá sérias
consequências para a moça. “Modelos” é mais do que o retrato de
uma época, é um verdadeiro festival de talentos. O elenco é absolutamente
sensacional, sem nenhuma exceção. Os
números musicais, ao som da trilha criada por Jerome Kern e Ira Gershwin,
são de deixar qualquer um de boca aberta, e a fotografia propositalmente ultracolorida
(afinal, era a época da transição do cinema preto e branco para a magia das
cores) enche os olhos. Os truques e efeitos, pioneiros para aqueles tempos, são
incrivelmente bem executados, apesar da tecnologia precária de que o pessoal de
Hollywood dispunha nos anos 40. Vale destacar a épica cena em que Gene
Kelly dança e contracena com ele mesmo
– setenta e dois anos depois, esta parte do filme, bolada pelo próprio Gene e
incluída por ele no roteiro, ainda deixa o espectador sem fala. Isto para não
mencionarmos que ele e Rita estão lindos, no auge da forma física, e dando show
de atuação. A cena da entrevista de emprego, com a personagem de Rita atrapalhada
falando uma bobagem atrás da outra, mostra o quanto a atriz era talentosa
também para fazer graça. E quando canta “Poor
John”, ela chega a lembrar Lucille
Ball. A famosa cena da “transformação” é um pouco do que a própria Rita
Hayworth viveu na vida real – moça talentosíssima, porém de origem simples, que
teve seu visual mudado e seus cabelos tingidos de ruivo para virar uma estrela.
O diretor Charles Vidor, o mesmo de “Gilda”,
mostra mais uma vez sua competência; e como – afinal, dirigir musicais nunca
foi coisa para amadores. Não posso também deixar de elogiar a qualidade da
restauração de som e imagem do DVD, que fazem o filme parecer novo. E, de certa
forma é novo, pois sua temática combina bem com estes tempos atuais em que todo
mundo quer ser famoso de qualquer jeito... Um DVD indispensável para fãs de
Rita Hayworth, para fãs de Gene Kelly e para fãs do estilo pin-up.
Curiosidades:
● Várias pin-ups da época, como Jinx
Falkenburg e Anita Colby, fazem
participações especiais como Garotas da Capa. Os nomes de todas elas aparecem
nos créditos de abertura.
● Gene Kelly só aceitou atuar no
filme com a condição de ter liberdade total para criar todos os números de
dança (sim, ele também era coreógrafo). E ao ser contratado, fez uma exigência:
que algumas das paredes acústicas do palco do estúdio fossem derrubadas, para
que ele, Rita e Silvers pudessem executar o número da dança na rua em uma só
tomada.
● “Modelos” foi indicado ao
Oscar em 5 categorias, tendo vencido
apenas a de Melhor Trilha Sonora. A canção “Long Ago And Far Away” foi um hit na época.
● O personagem de Gene Kelly no
filme “Xanadu”, de 1980, se chama Danny MacGuire por causa do papel
do ator neste filme aqui.
●Durante o número “Sure Thing”, é possível notar a semelhança entre Rita Hayworth e Red Hot Riding Hood, a personagem dos
desenhos que ela inspirou, criada pelo cartunista Tex Avery (https://www.youtube.com/watch?v=_oAgkTwFRuM)
EXTRAS: Como material extra, o DVD traz o
curta-metragem “A Festa de Santa Bárbara”, de 1938, que, curiosamente, não é
estrelado por Rita Hayworth e nem por Gene Kelly. Mas não deixa de ser uma
relíquia, até porque mostra Judy Garland
antes da fama.
Embalagem: Bonita, bem cuidada, traz uma foto em P&B
de Rita Hayworth no interior do estojo.
Trailer de “Modelos” no You Tube:
sexta-feira, 8 de julho de 2016
GIF DO DIA - 08/07/2016
Maravilhosa Vivien Leigh (1913 - 1967), a inesquecível Scarlett O'Hara de "E O Vento Levou". Hoje faz 49 anos que ela foi embora. Que Deus a tenha.
Direto do You Tube: CHARLES CHAPOLIN OU CHAVES CHAPLIN?
Fã que é fã sabe que o humorista mexicano Roberto Bolaños (1929-2014), criador e intérprete dos clássicos personagens “Chaves” e “Chapolin Colorado”, era um tremendo admirador de Charles Chaplin (1889– 1977). Isso eu também sabia. Mas recentemente eu encontrei no You Tube um vídeo que me deixou de boca aberta. Trata-se de uma seleção de quadros de humor em que Bolaños imitava Chaplin – sim, a adoração do eterno Chespirito pelo mestre maior do cinema era tamanha que ele criou um quadro em seu programa na Televisa do México onde interpretava seu ídolo. Para colocar aquele zíper na boca de quem ainda considera Bolaños um ator limitado, estou postando aqui o link do vídeo. É uma das mais impressionantes imitações de Charles Chaplin que eu já vi na vida – e olhem que eu já vi várias. A perfeição dos movimentos corporais e das expressões faciais demonstra que, mais do que ver, Bolaños estudava os filmes do seu inspirador. Mas o grande barato é ver o resto do elenco de “Chaves” e “Chapolin Colorado” fazendo os papéis secundários. O que é a Florinda Meza (a Dona Florinda) imitando a Shirley Temple, devidamente caracterizada e com um balãozinho de Mickey na mão (seria isso um tributo a Walt Disney por tabela?). Ou Ruben Aguirre (o Professor Girafales, que foi embora recentemente) encarnando um dos policiais de quem Chaplin adorava tirar sarro? Tudo isso ao som de músicas de filmes do próprio Charles Chaplin, como “Tempos Modernos”. Assistam vocês mesmos!
quarta-feira, 6 de julho de 2016
A CENTENÁRIA OLIVIA DE HAVILLAND
Consegue
imaginar alguém chegar aos 100 anos de
idade linda, lúcida, saudável, muito bem de vida, com uma carreira de
sucessos que inclui dois Oscars e
uma participação no maior filme de todos os tempos, e sendo homenageada no
mundo inteiro? Pois bem, ela chegou lá!
Nesta
sexta-feira, dia 31 de junho, uma lenda completou um século de vida: Olivia de Havilland, a atriz que
interpretou a Melanie em “E O Vento Levou”. Única artista viva
do elenco do clássico, Olivia jamais conseguiu se livrar da personagem, apesar
de possuir um currículo extenso (49 filmes!), inúmeros prêmios e os Oscars de
Melhor atriz de 1946 (por “Só Resta Uma Lágrima”) e de 1949 (por
“Tarde
Demais”).
A carreira de
Olivia foi marcada por papéis de boa moça, especialmente em filmes de época.
Mas também teve algumas polêmicas, como sua rivalidade pessoal e profissional
com a irmã, a também atriz Joan Fontaine
(estrela de filmes como “Rebecca”, de Alfred Hitchcock). Ou mesmo seu relacionamento com o parceiro de
cena Errol Flynn, por quem ela,
décadas depois, assumiria ter tido uma queda. Dizem até que os dois viveram um
namoro às escondidas na vida real.
Nascida no Japão em 1º de julho de 1916, filha
de pais ingleses, criada em Los Angeles (EUA) e naturalizada americana, Olivia
Mary de Havilland já era apaixonada por Shakespeare
quando criança. Ela foi educada em colégio de freiras e fez sua estréia nos
palcos em 1933, aos 17 anos de idade, meio de brincadeira, no papel principal
de uma montagem de “Alice No País Das Maravilhas”, de Lewis Carroll. A experiência mudou sua vida a tal ponto, que ela
decidiu que era aquilo que gostaria de fazer pelo resto da vida.
Pouco tempo
depois, em 1935, Olivia estreava no cinema, em “Sonho De Uma Noite De Verão”.
No mesmo ano, apareceu em “Capitão Blood”, dos estúdios Warner, ao lado do lindo Errol Flyyn, e
o santo profissional dos dois bateu. O sucesso da dupla foi tão grande que a
Warner decidiu que eles fariam mais alguns filmes juntos – e foram oito, ao
todo.
Mas o papel que
mudaria sua vida veio em 1939, quando a Warner concordou em liberá-la por um
tempo para trabalhar em uma superprodução da MGM que prometia estourar as bilheterias do mundo todo. O nome do
filme? “E O Vento Levou”.
Tudo começou
porque Joan Fontaine foi chamada pelos produtores do futuro clássico para fazer
testes, pois havia sido cogitada para o papel de Melanie Hamilton. Mas como ela
queria ser Scarlett O’Hara, recomendou Olivia para interpretar a coadjuvante
boazinha.
Para Joan, foi uma dupla perda. Já para Olivia,
o ganho foi maior do que se imaginava. Sua Melanie é brilhante, convincente,
chega a roubar algumas cenas em que aparece, e só não levou o Oscar de Melhor
Atriz Coadjuvante porque o prêmio foi para a também sensacional Hattie McDaniel que, graças à
personagem Mammy, tornou-se a primeira afrodescendente a ganhar um Oscar.
Em 1943, cansada
de não poder escolher seus papéis nem com que atores trabalharia, Olivia, que
tinha um pai advogado e alguma noção de leis, processou a Warner – uma atitude
inovadora para alguém de sua época. Durante o período em que passou brigando
com o estúdio, ela ficou sem trabalho e, para se sustentar, precisou fazer
shows para entreter feridos na guerra. Mas valeu a pena. Graças à decisão
judicial, que ficou conhecida como Lei
De Havilland, os grandes estúdios tiveram seu poder reduzido e os atores
ganharam mais liberdade para trabalhar. A Warner, porém, nunca mais contratou
Olivia. O episódio fez com que a estrela se tornasse uma defensora pioneira dos
direitos dos atores.
Embora diga que
já viu “E O Vento Levou” “umas trinta vezes”,
Olivia diz que não o considera seu melhor trabalho. Para ela, seu desempenho
mais brilhante foi em “A Cova da Serpente” (1948), em que
interpreta uma mulher com transtornos psiquiátricos. Não levou o Oscar pelo
papel, mas conquistou diversos prêmios por ele, incluindo o do Festival de Veneza.
Olivia de
Havilland casou-se duas vezes e divorciou-se duas vezes. Seu primeiro marido
foi o escritor americano Marcus Goodrich,
com quem ficou casada entre 1946 e 1952; os dois tiveram Benjamin, falecido em 1991 aos 42 anos. Em 1955 ela casou-se com o
jornalista francês Pierre Galante.
Os dois permaneceram juntos até 1979 e tiveram uma filha, Gisele.
Desde 1953, ela vive na França, onde, em
setembro de 2010, o presidente Nicolas
Sarkozy a condecorou com a Legião de
Honra.
Em 2003, Olivia fez
uma aparição especial na cerimônia de entrega do Oscar, e recebeu quase 5 minutos ininterruptos de aplausos de pé. A emoção foi tão grande que a estrela foi às
lágrimas e mal conseguiu falar.
Perguntada sobre
como pretendia comemorar essa data tão significativa, ela respondeu que iria
jantar e beber com “alguns amigos muito,
muito queridos”. E não é só: Olivia anuncia que está trabalhando na sua
autobiografia, e que deve lançá-la em breve. Com um século de vida, ela
ainda faz planos para o futuro! Um exemplo de vida e de carreira. Parabéns,
diva!
FONTES
Matéria já publicada no blog Blah Cultural
http://www.blahcultural.com/
DVD – CREPÚSCULO DOS DEUSES
Sunset Boulevard
Ano de produção: 1950
Direção: Billy Wilder
Elenco: Gloria Swanson,
William Holden, Erich Von Stroheim.
Duração: 110 minutos
Preto & Branco
Gravadora: Paramount
Se você nunca
viu “Crepúsculo
dos Deuses”, pare de perder seu
tempo agora. É um dos melhores filmes de todos os tempos, e foi com dor no
coração que eu não o incluí na minha lista
de “Cinco Clássicos Favoritos”, que, aliás, você encontra no Arquivo do Blog (eu falo que odeio
listas!!!). Cruel, sacana e envolvente, é o melhor filme que Hollywood já fez
sobre si mesma. Dirigido pelo mestre Billy
Wilder (“Quando Mais Quente, Melhor”), que também é um dos autores do
(espetacular) roteiro, este drama
psicológico foi lançado em DVD pela Paramount
em uma edição que é o sonho de qualquer cinemaníaco fã da Old School: barato
(custa em torno de R$15,00), com imagem e som restaurados à perfeição e uma
tonelada de material raro e interessante como extras. Quem disse que nós
queremos mais do que isso?
Muito já foi
escrito sobre este clássico, e textos brilhantes foram produzidos. Jamais vou
conseguir chegar aos pés do talento destes autores, nem do seu conhecimento e capacidade
de análise e observação. Já que é assim, vou tentar fazer aqui algo que eu
nunca vi ninguém fazer na minha vida:
um resumo de “Crepúsculo dos Deuses” que não contenha nenhum spoiler. Simplesmente porque este é
o tipo do filme que quanto menos se souber sobre ele antes de assisti-lo,
melhor. Para fugir dos seus credores (não vou contar como, pois o primeiro
spoiler já estaria aí), o escritor fracassado Joe Gillis (vivido pelo
gracinha William Holden) vai parar em um casarão onde vive a excêntrica ex-estrela
de cinema mudo Norma Desmond (em interpretação no mínimo magistral de Gloria Swanson),
que enlouqueceu e pensa que ainda é famosa e adorada pelo público. Além dela, o
único morador do casarão é o seu mordomo, Max (Erich Von Stroheim), que só a
atura porque... Bem, porque ele guarda um segredo. Aos poucos, Norma vai
arrastando Joe para o seu mundo de loucura, e essa insanidade tem consequências
trágicas. Em pouco mais de uma hora, o genial Billy Wilder e o igualmente genial
elenco nos mostram o quanto a indústria do cinema (da mídia, em geral) pode ser
ingrata com as estrelas que cria, explora e depois descarta. A cena em que
Norma retorna ao estúdio é a mais tocante, nesse sentido. Falando em elenco,
celebridades reais fazem pontas no filme, como o cineasta Cecil B. De Mille, a
jornalista Hedda Hopper e o comediante Buster Keaton – no papel deles mesmos.
Os figurinos da renomada Edith Head criaram moda na época e, juntamente com a
trilha sonora arrepiante de Franz Waxman e a fotografia de John F. Seitz (para
não falarmos das locações escolhidas pelo próprio Wilder), ajudam a criar o
clima tragicômico e sinistro que essa bizarra história exige. Mas me perdoem: o
show aqui é de Gloria Swanson. A Norma Desmond que ela criou é irritantemente
maravilhosa, é maravilhosamente irritante. Desperta encantamento, raiva,
surpresa, e às vezes até piedade – só não desperta indiferença. O filme, vale
lembrar, tem uma das sequências de abertura mais imitadas de todos os tempos e um
dos finais mais apoteóticos dos anos 1950. Duvido que você consiga respirar antes
dos créditos finais. Aula de cinema por R$15,00 não se encontra todos os dias - portanto, aproveite. Mais que imperdível, obrigatório.
Curiosidades:
● As fotos e filmes utilizados no clássico são material original. Os
retratos que decoram a casa são da própria Gloria Swanson quando jovem, e o
filme antigo assistido por ela e Joe chama-se “Minha Rainha” e realmente havia
sido dirigido por Erich Von Stroheim (que também era diretor) e estrelado por
Gloria na vida real, anos antes – mas nunca foi terminado nem lançado.
● Embora indicado para 11 Oscars, o filme venceu apenas três: Roteiro,
Direção de Arte e Trilha Sonora. Merecia todos. Para mim, uma das maiores
injustiças da história da Academia.
●A sequência original imaginada para o clássico não é a que o público
conhece, mas outra, bem diferente, muito mais mórbida e irônica. Não vou
entregar qual é, porque o material extra do DVD mostra isso em detalhes.
●O papel de Norma Desmond foi oferecido a Mae
West, Mary Pickford e Pola Negri, antes de Gloria Swanson aceitá-lo.
EXTRAS: Espetaculares. O
próprio painel para escolha de idiomas e cenas já é uma obra de arte – muito bonito
e organizado. A quantidade e qualidade dos Extras também é um banquete para os
fãs: dois documentários sobre o clássico (um deles é uma análise feita pelo
autor de uma tese que teve Billy Wilder como tema), making of, um mapa com as
locações (todas reais) do clássico e que fim levaram hoje em dia,
minidocumentário sobre Edith Head, documentário sobre a trilha sonora, trailer
original da época, e o mais inacreditável: cópias das duas versões originais da
sequência de abertura do filme. Atenção, distribuidoras e gravadoras que lançam
filmes pré-1980, principalmente no Brasil: tomem como exemplo este DVD de “Crepúsculo
dos Deuses” e cacem o máximo possível de material extra para o deleite dos
fãs nerds (nos quais eu me incluo). E, pelo amor de Deus, lancem os clássicos
com esta mesma qualidade de som e imagem que se vê neste aqui. E por um preço tão
acessível quanto. Meus parabéns ao pessoal da Paramount envolvido na elaboração
deste DVD!
Embalagem: Bacaninha, com fotos no interior. Há uma
edição com estojo de papelão por cima e foto do filme como brinde (igual à de “O
Indomado”), mas esta garimpada por mim é a versão mais simples mesmo.
Link do Trailer no Canal do Poltrona R:
sexta-feira, 1 de julho de 2016
GIF DO DIA - 01/07/2016
Ela hoje faz 100 anos! Olivia de Havilland, a inesquecível Melanie de "E O Vento Levou", completa hoje um século de vida - saudável, lúcida e linda!
Acha pouco? Aguarde meu texto sobre ela...
Acha pouco? Aguarde meu texto sobre ela...
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