Harvey
Ano de produção: 1950
Direção: Henry Koster
Elenco: James Stewart, Josephine
Hull, Victoria Horne.
Duração: 105 minutos
Preto & Branco
Gravadora: Universal
Imagino que este filme de 1950 seja o delírio dos
psicólogos. À frente do seu tempo, “Meu Amigo Harvey” é uma comédia
baseada na peça teatral homônima ganhadora do Prêmio Pulitzer – inclusive, o roteiro foi escrito por Mary Chase, a mesma autora do
espetáculo, em parceria com Oscar
Brodney e Myles Connolly. O
bonitão James Stewart, que durante
cinco anos havia estrelado a peça na Broadway, leva seu personagem para o
cinema e interpreta Elwood P. Dowd, um quarentão solteiro e rico que não bate
bem; além de ser chegado numa bebedeira, ele tem um amigo imaginário chamado
Harvey, um coelho de 1,80 de altura (sim, é isso mesmo que você leu!). Sua
irmã, Veta (Josephine Hull), mora
com ele, e é mãe de Myrtle (Victoria
Horne), uma jovem desesperada para desencalhar. As duas não agüentam mais
os vexames causados por Elwood, e temem que a maluquice dele possa dificultar os
planos de arrumar um marido para Myrtle. Após um vexame homérico dado por ele
em uma festa, Myrtle e Veta decidem interná-lo. O problema é que, ao falar com
os médicos no sanatório, Veta se descontrola e os doutores acabam pensando que
a louca é ela. A partir daí, uma série de situações inacreditáveis começa a se
desenrolar. E é impossível não simpatizarmos com Elwood, que é um sujeito simpático
e bondoso, cujo único defeito, aparentemente, é sua obsessão pelo tal Harvey.
Mas será que essa obsessão é realmente um defeito? É este o ponto que o filme
explora, mostrando que até as pessoas normais tem um pouco de insanidade, e vice-versa.
Em uma das cenas, Elwood diz: “Minha mãe
me ensinou que na vida é preciso ser esperto ou gentil. Durante anos eu fui
esperto. Hoje, prefiro ser gentil. Você pode citar minha frase.” Há outras
sacadas divertidíssimas, como a do chapéu furado e a do dicionário (não vou dar
spoiler; portanto, assistam!).
De forma bem-humorada
e esperta, “Meu Amigo Harvey” leva o espectador a refletir sobre o quanto
pode ser frágil o limite entre a sanidade e a loucura. Ah! Não desligue o DVD
sem ter visto os créditos – há uma bela piadinha no final deles.
Curiosidades:
● Por incrível que pareça, “Meu
Amigo Harvey” foi muito bem recebido por público e crítica na época de
seu lançamento.
● Há uma referência a Harvey em uma
cena de “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, sucesso de 1988 carregado de
referências à Velha Guarda de Hollywood.
Nela, uma mosca de bar diz: “Eu consegui
ver o coelho!”
●Josephine Hull faturou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por
sua atuação como Vetta.
●“Meu Amigo Harvey” merece
o troféu de recordista de remakes. Teve nada menos que 5
outras versões, feitas nos anos de 1958, 1970, 1972, 1985 e 1996 . A primeira, de
1958, teve Elizabeth Montgomery, a
estrela do seriado “A Feiticeira”, no elenco. Na terceira, de 1970, o próprio
James Stewart repetiu o papel de Elwood. A de 1996 contou com a participação de
Leslie Nielsen.
●Uma empresa de advocacia do Reino
Unido foi batizada de Harvey em homenagem ao clássico.
EXTRAS: São dois: o primeiro é um clipe narrado por James Stewart, onde ele fala
sobre os bastidores do filme e da peça que o inspirou. Conta como construiu o
personagem e lembra que o papel o marcou tanto que ele chegou a sofrer bullying do público nas ruas por causa
do coelhão invisível. Depoimento
muito bacana, eu recomendo que você assista, principalmente se for estudante de
teatro. O segundo Extra é o trailer original
que passou nos cinemas, e que também vale a pena ser visto.
Embalagem:
Sem nenhum luxo – nenhum mesmo, nem desenhos na parte interna do estojo.
Mas bem feitinha, de qualidade.
Link
do Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=dWmc_XRpa9U
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