King
Kong
Ano de produção: 1976
Direção: John Guillermin
Elenco: Jeff Bridges, Jessica Lange,
Charles Grodin.
Duração: 134
minutos
Colorido
Gravadora: DVD
Light/Flashstar
Até
que enfim a resenha de um filme que faz jus ao nome deste blog! “King
Kong” foi um filme que eu vi quando era criança em uma das madrugadas
da televisão, e que ao rever hoje ainda me provoca o mesmíssimo impacto. Bem,
com exceção dos pesadelos com macacos gigantes que eu tive na infância... Este
clássico de 1976 é uma refilmagem de uma produção de 1933 (juro que, se eu achar em DVD,
escrevo sobre a primeira versão aqui no blog também) https://www.youtube.com/watch?v=rnaCi4rBfqw.
Teve também um outro remake em 2005,
que não agradou muito aos fãs. Para a maioria dos críticos e espectadores, a
melhor versão é mesmo esta aqui. Foi a estréia da atriz Jessica Lange no cinema, e muita gente ainda se lembra dela como “aquela
menina do King Kong”. É um filme que segura a atenção como poucos – do começo
ao final, é impossível parar de assistir. Apesar de batida, é uma trama
extremamente bem construída. Um grupo de homens, entre eles o enigmático Jack Prescott (Jeff Bridges) e o antipático líder do grupo, Fred Wilson (Charles Grodin,
com um bigodão à la Village People),
está em expedição na Indonésia em um
navio petroleiro, rumo a uma ilha onde existiria um poço inexplorado. Certo
dia, eles resgatam uma linda jovem (Jessica
Lange), sobrevivente de um naufrágio. Quando o grupo chega à ilha, dá de
cara com uma tribo de nativos cuja divindade principal era um certo macaco
gigante chamado Kong. Os homens da
tribo ficam encantados com a moça, acham que ela é a deusa do não-sei-o-quê e
oferecem seis mulheres locais em troca dela. Obviamente ela fica apavorada e não
aceita, então os nativos a raptam para oferecê-la em sacrifício ao deus-macaco
Kong, aí os caçadores de petróleo descobrem que o tal do animal não só existe
de verdade, como tem 30 metros de altura! A partir daí, se desenvolve uma
história movimentada, com bastante tensão e alguns toques de humor – como, por
exemplo, os delírios de fama da mocinha e sua crença cega em tudo o que lê em
horóscopos românticos, ou as caixas de banana sendo atiradas pelos integrantes
da expedição para alimentar o esfomeado Kong. O chilique hilário da garota ao
ser capturada por Kong pela primeira vez é de uma atualidade inacreditável. Bridges
e Jessica formam o típico casalzinho clássico hollywoodiano: ele o herói forte
e destemido, ela a mocinha indefesa e ingênua. A atuação de Jessica é perfeita,
e graças a ela nenhuma daquelas poses forçadamente sexies que seu papel exige
que ela faça ficam artificiais. Bridges charmoso e misterioso faz o personagem
mais interessante de todos. Começa o filme com cara de bandido, mas depois se
transforma num doce príncipe. A parceria dos dois é muito fofa, eu devo dizer. “King
Kong” possui fotografia de Richard
Kline, que optou pelos tons escuros na maior parte do filme, para realçar o
clima sombrio. Junto com a trilha sonora de John Barry (o mesmo de “Em Algum Lugar do Passado” e “Dança
Com Lobos”), então, o resultado é infalível. A “cena do casamento” na
tribo é arrepiante, deixa o público com a respiração presa se perguntando “o que será que vai acontecer agora?”. Na
época do lançamento do filme, os efeitos especiais causaram enorme impacto, mas
talvez pareçam toscos aos olhos da geração atual, que provavelmente achará o
King Kong desta versão parecido com o macaco do “Pânico” (https://www.youtube.com/watch?v=Con2SnmFk9I).
Independentemente disso, os truques convencem – OK, estão longe da perfeição da
computação gráfica do Terceiro Milênio, mas convencem, sim. O momento mais apoteótico
é, sem dúvida alguma, a sequência em que King Kong apronta em Nova York (não venham me acusar de spoiler, pois com a quantidade de
vídeos e memes que há na Internet,
vocês obviamente já sabem que o bichão vai parar lá). E a bizarra parte do “show”
na grande metrópole, estrelando Kong e a bela mocinha, ironiza como um soco no
estômago o fato de que tudo, mas tudo mesmo, pode ser convertido em espetáculo
e/ou utilizado para criar publicidade – infelizmente, em pleno 2017 isso está mais verdadeiro que
nunca. Enfim, reserve um lugarzinho na sua coleção para este clássico épico,
lançado com uma qualidade surpreendentemente boa para uma embalagem tão barata,
feita de papelão. Custa em torno de R$7,00
e é um barato que não sai caro.
CURIOSIDADES
● “King Kong” ganhou o Oscar de Efeitos Especiais. Foi
indicado também nas categorias Melhor
Fotografia e Melhor Som.
● Na cena em que acorda de seu desmaio, após ser
resgatada de um bote no mar, a personagem de Jessica Lange está de batom. Oi?
● Inicialmente, Kong seria um gorilão mecânico
construído e manipulado pelo italiano Carlo
Rambaldi. Para baratear os custos, o maquiador Rick Baker confeccionou uma fantasia de macaco e encarnou ele mesmo
o personagem.
● As jóias usadas no filme por Jessica Lange foram
criadas pela Bulgari.
● O fenômeno “King Kong” inspirou também criações
de gente da música: em seu álbum “Waterloo”,
de 1974, o grupo sueco Abba gravou a faixa “The King Kong Song” (https://www.youtube.com/watch?v=RSi8rTyKohw),
inspirada na versão de 1933 do clássico. A letra, saída da cabeça do
guitarrista Bjorn Ulvaeus, tinha
versos como “eu estava vendo um filme
ontem à noite e pensei, preciso fazer uma canção sobre isso!”. Como boa
parte dos hits do Abba, “The King Kong
Song” possuía coreografia, mas não consegui achar nenhum vídeo dela. Já
aqui no Brasil, nos anos 80, a dupla Atchim & Espirro invadiu as paradas com “A Dança do King Kong”, cujo refrão grudento fez sucesso com gente
de todas as idades. https://www.youtube.com/watch?v=xYFYBOVBm0o Como deu certo, eles lançaram a “Dança do
King Konguinho”, na mesma levada da música original, sobre o filho que o
macaco gigante teve (https://www.youtube.com/watch?v=rz_Y1xlz1uY). E em 2012, o cantor Alexandre Pires foi acusado de racismo (!!!) ao colocar na Internet
o clipe de seu samba “Dança do Kong”,
repleto de dançarinos fantasiados de... macacos do “Pânico”! (https://www.youtube.com/watch?v=aweptUCLyIs)
EXTRAS
● Apenas trailers de três filmes lançados pela mesma
gravadora: “Tudo Acontece Em Nova York”, “Os Últimos Dias” e “O
Piano Mágico”. Por esse preço, exigir uma tonelada de extras seria
pedir demais.
EMBALAGEM
● Feita de papelão, mas com ilustrações iguais às da
capa da versão com caixa de plástico. Idéia muito boa, que poderia ser
aproveitada para lançar outros clássicos (filmes de Jerry Lewis, por exemplo) a um preço acessível.
FONTES
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