Singin’ In The Rain
Ano de Produção:
1952
Direção: Gene
Kelly & Stanley Donen
Elenco: Gene
Kelly, Debbie Reynolds, Jean Hagen, Donald O’Connor.
Duração: 103
minutos
Colorido
Gravadora: Warner/Turner
Home Entertainment
Não, isto não é uma resenha de um
DVD. Nem de um filme. Isto é uma resenha de uma paixão de infância. Sei que eu já declarei meu amor por “Cantando
na Chuva” inúmeras vezes na Internet,
mas nunca no meu próprio blog. Então, vamos lá: “Cantando na Chuva” é
mais um daqueles filmes que a infelizmente já extinta Sessão da Tarde Que Prestava me apresentou, lá atrás, nos anos 80, época da Programação de TV Que Prestava (hoje estou nostálgica, rsrsrsrs). Se você é mais um daqueles que
não assistiram a esta obra-prima porque tinham preconceito contra “filmes velhos”, esta postagem aqui é mais uma
chance que você tem de mudar de ideia – eu espero. Principalmente porque um filme em que Gene “Gênio Lindo” Kelly está mais gênio e mais lindo do que nunca é
uma bênção para a alma. (Aliás, ainda vou fazer um especial sobre Gene Kelly, pois, como vocês leitores
já sabem, sou apaixonada por ele.
Vocês só não sabiam era que eu já sou apaixonada por ele faz todo esse tempo!).
“Cantando
na Chuva” foi escrito, dirigido e coreografado pelo gênio lindo, que
também faz o papel principal. A época em que o filme se passa já é
interessante: os primórdios do cinema
falado, tempos em que muitos atores caíam em desgraça quando o público ouvia a voz
deles pela primeira vez. E a personagem Lina
Lamont, vivida brilhantemente por Jean
Hagen, é uma desses atores bonitos, expressivos, mas com uma voz horrorosa.
Ela e seu parceiro nas telas, Don
Lockwood (interpretado por Gene
Kelly), estão prestes a estrear seu primeiro
filme falado. O problema é que ela, que sempre fazia papéis de mulheres sedutoras
no cinema silencioso, tem uma voz tipo a do Pato Donald. Na pré-estréia o filme é motivo de chacota, e para
salvá-lo do fracasso comercial, os produtores decidem transformá-lo em um
musical. E você pergunta: mas como, se a moça tem voz de pato? Simples:
colocando a jovem e desconhecida atriz Kathy
Selden (Debbie Reynolds, que nos
deixou recentemente) para dublá-la. Há
inúmeros momentos em que se percebe que o principal objetivo do filme é desmontar (e criticar) a farsa que é a
indústria do cinema; em certas cenas, Gene
Kelly fala olhando diretamente para
a câmera, como quem diz: “Ei, você
que está aí do outro lado me assistindo, presta atenção no que eu vou falar!”.
Como o clássico é ambientado no final
dos anos 1920, início dos anos 1930, há canções originais deste período na trilha (como “Good
Morning” e a própria “Singin’ In The Rain”, que já haviam
sido hits com Judy Garland), e um lindo figurino de época. A delícia é ver
a reverência que Gene Kelly e sua turma
tinham pelos pioneiros de Hollywood, os artistas que abriram caminho para
eles. Gente que acreditou num sonho e embarcou nele de verdade, e com isso
transformou Hollywood no que ela é, para mal e para bem – a artificialidade,
que o filme critica, é algo que faz parte da profissão, afinal. Com exceção da
cena principal (aquela em que Don Lockwood dança na chuva), as coreografias são
todas gravadas em um take só cada uma, algo que exige artistas de verdade para
ser realizado. E o fato de o filme ser um musical não fez com que os produtores
contratassem qualquer um para escrever o roteiro. Muito pelo contrário: os diálogos são extremamente caprichados e
repletos de frases inteligentes, começando pelo bordão de Don Lockwood: “Dignidade, dignidade sempre!”. “Cantando
na Chuva” tem o segundo final
mais espetacular que eu já vi – o primeiro é o de “Cinema Paradiso”. É
considerado o melhor musical já
produzido na História do cinema. E tem Gene
Kelly – só isso já valeria cada minuto do meu tempo, cada centavo da minha
grana.
Curiosidades
▪Para que a água
da chuva aparecesse mais na cena principal do filme, foi utilizada uma iluminação especial. A história de que
foi misturado leite na água é puro mito.
Aliás, as gravações dessa sequência deixaram o gênio lindo com um febrão de 39 graus, o que atrasou em 2
ou 3 dias a conclusão dela.
▪A personagem
Kathy Selden foi originalmente escrita para Judy Garland, que não pôde fazê-la porque se desligou da MGM pouco antes do início das gravações do filme.
▪O figurino foi
criado por Walter Plunkett, o mesmo
estilista de “E O Vento Levou”.
▪A única música da trilha que foi especialmente
composta para o filme foi “Moses Supposes”.
▪A canção “Make’Em Laugh”, interpretada pelo genial e injustiçado Donald O'Connor, é a versão original
de “Sempre
Rir”, hit do palhaço Bozo
nos anos 80 (Link: https://www.youtube.com/watch?v=Fbu1PMy5fp8 ).
EXTRAS: Vergonhosamente não
há nenhum.
Embalagem: Superhiperultra simples
– nem desenho dentro do estojo tem. Houve também uma Edição Comemorativa dos 50 Anos do filme (https://www.youtube.com/watch?v=rIE-IsgMAL8), que infelizmente foi lançada com número
limitado de cópias e está fora de
linha atualmente.
Trailer Oficial: https://www.youtube.com/watch?v=36QiuRc_3I8
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