Além de Olivia de Havilland, este ano outro
mito do cinema chegou aos cem anos – Kirk
Douglas, que em 9 de dezembro de 2016 festejou um século de vida. Cercado por seus amigos, como o cineasta Steven Spielberg, e parentes (entre eles o filho, o também ator
Michael Douglas e a nora Catherine Zeta Jones), ele ganhou uma
homenagem no Beverly Hills Hotel na
tarde da última sexta-feira, e declarou que ainda se sente “um menino”. E que
sua longevidade se deve ao relacionamento maravilhoso que ele vive com Anne Douglas, com quem ele está casado
há 62 anos.
Kirk, acredite, nasceu com o nome de Issur Danielovitch em Nova York, em 9 de dezembro de 1916.
Seus pais eram imigrantes de origem
judaica, vindos da Bielorrússia.
O ator viveu uma infância de extrema pobreza. Seu pai, que na terra natal era
negociador de cavalos, foi obrigado nos EUA
a trabalhar como catador de sucata para sobreviver. Por causa disso, o garoto
sofria preconceito até na área mais miserável da cidade.
Como fazia
parte da Liga de Boxe da St Lawrence
University, ganhou uma bolsa da
instituição para estudar Artes Cênicas.
Como colega de curso, ele teve ninguém menos do que a futura estrela Lauren Bacall.
Assim como vários artistas, Kirk chegou a servir na Segunda Guerra Mundial, de onde
retornou com lesões. O nome Kirk Douglas,
aliás, ele adotou legalmente antes
de ingressar na Marinha dos EUA e
partir para a guerra, de onde retornou com lesões. De volta a Nova York, começou a atuar no rádio e em comerciais de televisão, o novo veículo que começava
a surgir. Com a ajuda da amiga Lauren
Bacall, ele conseguiu seu primeiro papel no cinema, em “O Tempo Não Apaga”, clássico noir estrelado por Barbara
Stanwyck, Van Heflin e Lizabeth Scott, e produzido por Hal Wallis. No filme, Kirk interpreta um advogado alcoólatra, marido da personagem de Barbara.
Sua carreira
decolou em 1949, com o sucesso do filme “O Invencível”, que lhe rendeu uma
indicação (infelizmente, só indicação) ao Oscar
de Melhor Ator. Em 1955, ele fundou a Bryna
Productions, seu próprio estúdio de
cinema. O nome Bryna foi dado em
homenagem à sua mãe, Bryna Danielovitch.
O estúdio produziu épicos como “Spartacus”e “Glória Feita de Sangue”,
ambos com colaboração de um então novato cineasta chamado Stanley Kubrick.
Outro grande papel do astro foi o do pintor holandês Vincent Van Gogh no
clássico “Sede de Viver” (1956), que muita gente considera a melhor
atuação dele. O filme foi dirigido por Vincent
Minnelli e também tinha Anthony
Quinn, outro ator sensacional, no elenco. Muita gente deve se lembrar de Kirk também como o marinheiro Ned Land de “Vinte Mil Léguas Submarinas”,
produção dos Estúdios Disney de
1954, baseada na obra de Julio Verne.
Na década de 60, Kirk Douglas comprou os direitos do livro “Um Estranho No Ninho”
para transformá-lo em filme, querendo que seu filho Michael interpretasse o personagem central. Porém, acabou passando
os direitos da obra para Michael, que
entregou o papel principal ao grande Jack
Nicholson e a direção ao talentoso cineasta
techeco, recém-naturalizado americano, Milos Forman.
Na década
seguinte, Kirk ainda fez clássicos
como “O
Vento Será Tua Herança”, e em 1996 ainda dublou um episódio do desenho “Os
Simpsons”. Sua última aparição cinematográfica foi no documentário “Mel
Blanc, O Homeme das Mil Vozes”, em homenagem ao famoso dublador dos clássicos da animação (https://www.youtube.com/watch?v=JRlmb0xAtBs).
Kirk Douglas casou-se duas vezes. Sua primeira esposa foi Diana Dill, com quem ficou de 1943 a
1951 e teve os filhos Joel e Michael
Douglas. A segunda mulher, que lhe deu os filhos Eric e Peter, é Anne Boydens,
que está com ele ate hoje. Mesmo tendo sofrido um derrame em 1996, que o deixou com dificuldades de fala, o
centenário que, nas palavras dele próprio, sobreviveu “ à Segunda Guerra Mundial, à queda de um helicóptero, a uma trombose e a dois joelhos novos”, diz
que foi poupado de tantas tragédias porque tem ainda muitas coisas boas a fazer no mundo. Lucidez admirável. Que Deus te
ouça, Kirk!
FONTES
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