segunda-feira, 27 de março de 2017

DIRETO DO YOU TUBE – Fred Astaire dançando no teto

          


          Às vezes a gente pensa que está vendo coisas inéditas no cinema ou na TV, mas não está, não. No distante ano de 1951, o visionário Fred Astaire deixou o mundo inteiro boquiaberto com sua cena da “dança no teto”, no filme “Núpcias Reais”. Como na época não havia tecnologia sofisticada como a de hoje, os efeitos tinham de ser criados com inteligência artesanal. No caso desta cena, a solução criada foi incrivelmente simples: a sequência foi toda gravada em um cenário giratório; a mobília da sala cenográfica onde Fred dança foi fixada às paredes e ao teto com pregos, e a câmera permanecia parada no mesmo lugar (quer entender melhor? Assista ao seguinte clipe: https://www.youtube.com/watch?v=q9k2uLBlfC8 mas só depois de ver o vídeo abaixo, senão perde a graça, OK?). 




         Uma das coisas mais legais dos artistas dos anos 80 é a reverência que eles tinham pelo pessoal da Velha Guarda de Hollywood. Em 1986, o cantor Lionel Ritchie fez uma homenagem a esta cena utilizando-a como inspiração para seu clipe “Dancing On The Ceiling”.





GIF DO DIA - 27/03/2017

Maureen O’Hara em cena do filme “Milagre na Rua 34”, de 1947 (também lançado em português com outro título, “De Ilusão Também Se Vive”) dizendo: “Ter fé é acreditar nas coisas quando o bom senso lhe diz para não acreditar nelas.”


Grande Maureen. Pra dar uma levantada no seu astral.



sábado, 18 de março de 2017

Direto do You Tube - RITA HAYWORTH MOSTRANDO QUE, SIM, SABIA CANTAR

Em 1936, quando contratou Rita Hayworth para trabalhar para o seu estúdio, a Columbia Pictures, o empresário Harry Cohn (1891-1958) impressionou-se com o talento de dançarina e atriz da moça. Rápido, ele investiu em mudanças de visual (maquiagem, cabelos, etc.) e coisas do gênero para a sua futura grande estrela, mas não lhe pagou aulas de canto. Motivo: ele achou que a voz dela cantando era ruim demais, e preferiu fazer com que ela fosse dublada por outras cantoras nos filmes. Graças a Deus, o mesmo não acontecia nas apresentações ao vivo, pois no palco, sem truquezinhos de estúdio, Rita não apenas soltava a voz como também tocava violão e castanholas – três coisas que, aliás, ela já fazia desde os seus tempos de garota-prodígio na companhia de artistas itinerantes de sua família, e até durante o período em que foi bailarina de churrascaria, ainda adolescente. No final dos shows ela também dançava com os soldados. Ficaram famosas as apresentações da eterna Gilda para as tropas durante a Segunda Guerra Mundial. Em shows realizados em locais como quartéis e campos de batalha, ela atraía um público grande e apaixonado, que jamais esqueceu a experiência de vê-la ao vivo.



Mesmo assim, a esta altura o estrago já estava feito, pelo menos no que se refere ao cartaz de Rita com os críticos. A milli-vanillização da carreira da artista nas telas fez com que a imprensa, que já não ia muito com a sua cara, caísse em cima dela matando (https://pt.wikipedia.org/wiki/Milli_Vanilli). Disseram (e ainda dizem) que ela era uma farsa, um pseudo-talento, etc., mesmo com o evidente dom que a diva possuía para atuar e dançar, um dom que era 100% verdadeiro. Mas Rita não se intimidava. Sempre que tinha chance, a artista mostrava que sabia cantar, coisa que o seu empresário nunca a tinha deixado fazer nas telas. E o público não desistia dela, com boato ou sem boato.



As gravações que se tem hoje de Rita Hayworth cantando com a própria voz são do final da carreira da atriz, especialmente nas participações que ela fez em programas como o da humorista Carol Burnett (https://www.youtube.com/watch?v=FmJcgnUO9zk e  https://www.youtube.com/watch?v=5jDaRVdU9zo), e em seriados como “Laugh-In”, no qual ela contracena com a talentosa Lily Tomlin e mostra também seu lado cômico. Segundo a minha teoria, acredito que Rita se soltou mais nessa fase justamente por não estar mais presa à imagem de “deusa da sensualidade” ou de “mulher à frente do seu tempo, ousada e corajosa, que peitava a Censura da época” (e ela foi as duas coisas, sem aspas). Ou talvez porque não estivesse mais no auge e, por isso, não tinha mais nada a perder. Seja qual for o motivo, veja este trecho, que é o único que nós, fãs da Rainha da Columbia, encontramos do episódio, e você não vai se decepcionar com a verdadeira voz dela. Tudo bem, podia não ser uma cantora de ópera, mas que não fazia feio de jeito nenhum como estrela de musicais, não fazia. Ainda estou me perguntando onde Harry Cohn estava com a cabeça...




FONTES
https://en.wikipedia.org/wiki/Harry_Cohn

Thanks to my Facebook friend Brian Griffith :)  

terça-feira, 14 de março de 2017

“Mas isso não é do seu tempo...” AS 10 COISAS MAIS IRRITANTES QUE UM FÃ DE CINEMA ANTIGO É OBRIGADO A ATURAR


Resolvi escrever esta matéria porque, de uns tempos para cá, tenho notado um fenômeno interessante aqui na Internet: pessoas bem jovens, normalmente adolescentes, fazendo comentários do tipo “Eu tenho 16 anos, mas gosto muito da Marilyn Monroe” ou “Amo Beatles e só tenho 12 anos”, ou ainda “Será que é normal alguém da minha idade achar “E O Vento Levou” mais legal do que “Harry Potter?”. Embora eu leia esse tipo de frase em inglês ou espanhol, elas são mais comuns em português – do Brasil, é claro.

Acontece com frequência, também, de eu ir a festas e reuniões, e certas pessoas, ao ficarem sabendo que eu tenho um blog sobre o cinema pré-1980, me chamarem em um canto e me perguntarem timidamente qual o nome de um filme que elas viram há muito tempo em preto e branco, em que acontecia isso, isso e aquilo. Ou então me dizerem, com a cara roxa de vergonha, que morrem de curiosidade de ver filmes muito, mas muito antigos mesmo, e me pedirem dicas de DVDs de clássicos para elas assistirem.



Gente, que raio é isso???
Confesso que esse tipo de coisa, ao mesmo tempo em que me enche de alegria, me deprime um pouco. Num país que não tem memória e em tempos em que as novidades mudam a todo instante, não é de se estranhar que nós, que curtimos filmes lançados há décadas atrás, sejamos vistos como alienados, babacas ou esquisitões.

       Apesar desse preconceito, muita gente vem se interessando por este material – seja porque clássicos de outros tempos andam sendo citados em vários filmes recém-lançados no cinema ou em diversos seriados de TV da moda, seja porque os professores nas escolas recomendam que os alunos vejam certas obras-primas cinematográficas da Velha Guarda (um bom exemplo disso é Charles Chaplin).

Este texto aqui surgiu como uma espécie de desabafo: trata-se de uma lista com algumas das coisas mais irritantes que os fãs de cinema realmente antigo são frequentemente forçados a escutar, e as minhas respostas a elas. Vamos lá: 


1.      “Por que você gosta desse artista se ele nem é do seu tempo?”
Esta aqui é uma das coisas que todo mundo que tem um ídolo de outra época já escutou, pelo menos uma vez na vida. E confesso que é uma pergunta que me dá nos nervos. Desde quando existe idade para gostar do que é bom? Aliás, desde quando o que é bom tem idade? Ao se deparar com alguém que curta filmes e/ou músicas de outros tempos, jamais faça essa pergunta. Fica feio exibir a sua ignorância por aí. Em vez disso, pergunte: “Como você descobriu esse artista/filme/música?”. Soa bem melhor e você não passa a impressão de ser um sujeito de cabeça fechada. 





2.      “Pare de perder seu tempo com estas velharias, você tinha que estar curtindo lançamentos!”
Se a grande mídia da sua época só produz porcaria, então, você não só tem direito como tem obrigação de pesquisar material de qualidade feito em outros tempos. Ainda mais tendo Internet à sua disposição. E não precisa sentir culpa nenhuma e nem vergonha nenhuma por isso! Assistir aos lançamentos é superlegal, mas ver só novidade é chato demais. Principalmente depois que você descobre a quantidade de jóias que foram feitas décadas atrás...


3.      “Este filme é muito antigo, ele é do ano passado.”
Puts, isso é a típica frasezinha que me descontrola. Gente que se recusa a ver um filme porque ele “já saiu do cinema e, portanto, já está fora de moda” e/ou gente que perde a chance de assistir a coisas maravilhosas porque ninguém vai comentá-las não é um verdadeiro fã de cinema nem aqui e nem na China. Tá bem, não é nenhum crime encarar a sétima arte apenas como uma diversão ou uma forma de se manter atualizado. Mas que sua formação cultural perde pra caramba com isso, ah, perde.


4.      “Minha avó vai gostar de conhecer você, ela é fã de todos esses filmes que você adora!”
Cansei de escutar isso nos tempos de colégio. Qual o problema de eu gostar do mesmo filme que a sua avó? Tem gente que faz esse tipo de comentário em tom de ofensa, como quem diz: “Olha como você é um babaca desatualizado e fora da realidade!”. Não caia nessa. Ao ouvir isso, responda: “Sua avó deve ser uma pessoa de muito bom gosto!”. Porque é isso mesmo que ela é.




5.      “Eu ia te convidar pra ir comigo no cinema, mas esqueci que você só assiste coisa velha...”
Aí temos uma situação embaraçosa, e mais frequente do que se pode pensar. Geralmente, ao ficarem sabendo que você curte clássicos da Velha Guarda, algumas pessoas podem achar, sem maldade alguma, que produções atuais não são a sua praia. Não precisa ficar nervoso. Basta dizer à pessoa que você também curte assistir aos lançamentos na telona. Afinal, a pessoa não quis te ofender.


6.      “Detesto ver filmes muito antigos. Nunca vi nenhum, mas sei que detesto.”
Típico preconceito deste país que não tem memória. A pessoa está acostumada, provavelmente desde criança, a ouvir os outros falarem que filmes muito antigos são chatos – provavelmente as pessoas que dizem isso pra ela também nunca viram um filme antigo pra saber se é bom ou não, mas como todo mundo diz que é chato, elas dizem que é chato também. Não entre na delas.


7.      “Qual a graça de ver um filme mudo se ele não tem falas?” e/ou “Não gosto de filmes em preto e branco. Não consigo acostumar a ver filmes em preto e branco, parece que a televisão está quebrada!”
Nossa Senhora, isso é dose de escutar. É verdade que a primeira vez que assiste a um filme silencioso a gente estranha, mas é um estranhamento que passa rapidinho. Ver filmes em preto e branco é que nem ver filmes mudos, que é que nem ver filme legendado:  questão de costume. Aos que disserem isso para você, responda que basta eles tentarem que eles se acostumam. Só isso.



8.      “Antes de 1980 existia filme? Quer dizer, tirando algumas coisas lá que uns nerds gostam...”
Antes de mais nada, gostaria de dizer que não tenho absolutamente nada contra pessoas que curtem discos de vinil – muito pelo contrário. Em vinil é possível encontrar uma pá de coisas que as nossas gravadoras nunca se interessaram em lançar (ou relançar) em CD. A pergunta é: por que gostar de discos de vinil é considerado uma coisa chique, descolada e bacana, e gostar de filmes feitos antes de 1980, principalmente filmes em preto e branco e filmes da época do cinema silencioso, é tido como algo cafona, brega, ultrapassado e até mesmo vergonhoso? As duas coisas não são hobbies retrô? Não são coisas nerds, no sentido positivo da palavra? Eu acho que já passou da hora de isso ser repensado.


9.      “Gostar de filmes velhos não torna você mais inteligente do que ninguém.”
Com certeza, colega. Mas ser o tipo de pessoa que acompanha todas as ondas, em vez de ser seletivo, acrescenta alguma coisa? Quando eu digo ser seletivo, me refiro ao seguinte modo de pensar: “Isso está na moda e eu vou curtir porque eu acho legal. Já isso também está na moda mas eu detesto, então não vou curtir nem fingir que curto apenas para ser aceito no grupo”. Ninguém é melhor do que ninguém, mas saber que o fato de uma obra de arte ser boa não tem nada a ver com a data em que ela foi produzida é, sim, uma atitude inteligente.


10.  “Quem gosta disso já está no cemitério!”
Essa é a pior de todas. Não, quem não gosta disso não só não está no cemitério, como cada dia mais o público desses filmes vem aumentando. E, por incrível que pareça, a maioria dos novos fãs do cinema Old School é adolescente, ou seja, tem entre 13 e 19 anos. Gente que já está de saco cheio do lixo que a mídia atual despeja diariamente pela goela deles abaixo – e fazem muito bem. De novo: não que o mundo atual não tenha bons artistas. Tem sim, e aos montes. O problema é que a grande, enorme, imensa maioria deles não chega à grande mídia. Há coisas novas acontecendo, sim. Só que fora da mídia tradicional (rádio, televisão aberta e a cabo, grandes gravadoras, cinema, etc). E muitos jovens sentem falta de material de qualidade com que se identificar. Sente falta de artistas e comunicadores que respeitem a inteligência deles. Além de pesquisar novidades culturais na Internet, essa garotada vai atrás de preciosidades clássicas. Superlegal isso!



Outra coisa: não existe nada mais careta do que essa obsessão por ser moderno. Essa coisa de querer estar sempre dentro dos modismos e fazer apenas o que os outros fazem. Assistir apenas ao que os outros assistem, ler apenas o que os outros leem, ouvir apenas o que os outros ouvem, e não questionar nada. Longe de abrir a sua cabeça, esse tipo de comportamento (juro por Deus!) só torna você alguém com uma visão limitada do mundo. Afinal, quanto mais obras de arte você conhecer, mais cultura vai ter; e quanto mais cultura você tiver, mais aberta é a sua mente.
 
Portanto, não caia na besteira de se envergonhar de ter gostos diferentes dos do seu grupo. Isso não é defeito, é qualidade. 
Pode acreditar.



FONTE ILUSTRAÇÕES
https://stock-clip.com/video-footage/end+credits/4





GIF DO DIA - 14/03/2017

Dean Martin e Jerry Lewis dividindo um prato de comida. Que fome, hein, Jerry?



segunda-feira, 6 de março de 2017

MEUS 15 MOMENTOS FAVORITOS DE JUDY GARLAND

Existem três divas na História do cinema que são insubstituíveis e incomparáveis, pelo menos na opinião desta autora: Lucille Ball, Rita Hayworth e Judy Garland. Embora Lucille tenha nascido loira e Rita e Judy morenas, todas elas ficaram famosas com os cabelos tingidos de vermelho – por isso, eu as chamo carinhosamente de “As Três Ruivas”. Rita e Lucille já foram devidamente homenageadas (link de Lucille: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/08/meus-15-momentos-preferidos-de-lucille.html e link de Rita: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/10/meus-15-momentos-favoritos-de-rita.html) por este blog, e agora chegou a vez de Judy (1922-1969). Dona de uma voz privilegiada e de um carisma poderoso em cena, esta artista genial marcou a Hollywood da Era do Jazz e, embora seja conhecida pela maioria do público de hoje apenas como a Dorothy de “O Mágico de Oz”, ela na verdade foi mais que isso. Fechando então a trilogia das Ruivas Divas, lá vai: Meus 15 Momentos Favoritos de Judy Garland, um humilde tributo de fã a esta verdadeira mestra dos palcos e das telas.




1.  “Somewhere Over The Rainbow”
“Em algum lugar, além do arco-íris, os céus são mais azuis, e os sonhos que você ousa sonhar realmente se realizarão”. Este refrão insquecível já seria o suficiente para tornar “Somewhere Over The Rainbow” inesquecível; com Judy Garland, então, o tema principal de “O Mágico de Oz” recebeu uma interpretação capaz de derreter um coração de pedra. Não falo apenas da forma como ela canta, mas de seus gestos, do seu olhar perdido e esperançoso, da atuação perfeita. Judy Garland era Dorothy. Nasceu para viver a personagem, e ponto. Pensar que por pouco ela não perdeu o papel para Shirley Temple...




2.       “Get Happy”
Canção que fazia parte da trilha sonora do filme “Casa, Comida e Carinho”, de 1950. O musical, com trilha sonora composta pelo incrível Harry Warren, tinha Gene Kelly como ator principal e Judy como estrela. Com estas credenciais, que filme pode ser ruim? É inacreditável que a letra dessa música fale sobre o Dia do Juízo Final e sobre encarar com alegria a “partida para o outro lado”. Olha, se o “outro lado” tem estes deuses gregos e shows da Judy Garland, deve ser uma maravilha mesmo!




3.       “A Great Lady Has An Interview”
Considero este vídeo OBRIGATÓRIO. Pena que não tem legendas em português. Judy Garland interpreta a si mesma neste trecho do filme “Ziegfeld Follies”, musical de 1946 que tinha um elenco de sonho – além da própria Judy Garland, Fred Astaire, Gene Kelly, Esther Williams, Red Skelton e Lucille Ball (que inclusive posou como musa pin-up nos pôsteres publicitários do filme, criados por George Petty). Posso dizer com certeza que aqui ela faz a mais impressionante entrada de uma atriz em cena desde a que Rita Hayworth fez descendo a rampa em “Modelos” (1944) (https://www.youtube.com/watch?v=tDouTNjmaKY). Forjando um sotaque britânico e cercada de homens lindos que fazem papel de repórteres, Judy mostra a que veio recitando de maneira propositalmente afetada um texto que é uma tiração de sarro com o fato de o estúdio (na época a MGM) só a escalar para papéis sem graça e não perceber sua sensualidade. “O que Ginger Rogers e Betty Grable têm que eu não tenho?” e “Eu gostaria de ser uma  garota pin-up, diz ela. Para alguns fãs mais insensatos, este número seria o primeiro rap da História. Para mim, foi talvez a maior aula de atuação que Judy Garland nos deu. Coberta do pescoço até os pés (que vestido lindo!), ela nos mostra, inclusive, que é possível ser sexy sem mostrar nadinha. Absolutamente genial.




4.       “Waltz With A Swing”
Mistura de valsa com o ritmo da moda na época (1936), o jazz, a adolescente Judy, de meros 14 anos, deixa qualquer um de boca aberta com seu talento vocal. Essa cena é do filme “Every Sunday”, em que ela contracena com a também jovem estrela Deanna Durbin. O curta-metragem, aliás, fez a carreira das duas deslanchar. Deanna era cantora de música lírica, e também tinha uma bela voz. Mas sinto muito, pra mim o swing jazz de Lady Judy dava de dez.




5.       “The Trolley Song”
Foi durante as gravações do musical “Agora Seremos Felizes”, de 1944, que o diretor do filme, Vincente Minnelli, se apaixonou pela jovem estrela Judy Garland (os dois se casaram e tiveram a também estrela Liza Minnelli). Com esta personagem, Minnelli propôs uma mudança na imagem da atriz: de estrelinha de filmes água-com-açúcar para uma mulher adulta e atraente. Mais magra e com os cabelos ruivos lindos como nunca, Judy arrasou e transformou o filme em um clássico natalino. Detalhe: essa sequência foi toda gravada em estúdio, com o bonde parado e os atores dentro dele; a impressão de que o veículo estava andando foi dada por um chroma-key (https://pt.wikipedia.org/wiki/Chroma_key), recurso muito utilizado pelos estúdios de Hollywood naqueles tempos. 




6.       “I Don’t Care”
“Redescoberta” após décadas, esta canção virou meme na Internet. Talvez o motivo da viralização seja justamente o fato de a letra da música ser bem atual. Achei aqui com legendas em inglês e espanhol. A canção é de 1949, mas parece que o público da Internet disse “I don’t care” e curtiu assim mesmo. Milagre!




7.       “The Joint Is Really Jumpin' In Carnegie Hall”
Cena do filme “A Filha do Comandante”, comédia musical que foi produzida e lançada em 1943, auge da Segunda Guerra Mundial. Fazendo uma participação especial no papel dela mesma, a ruivinha mata a pau e mostra que não precisa de duas horas de filme para fazer a plateia perceber o quanto ela era talentosa. O elenco tinha Gene Kelly e Lucille Ball, e ambos ficaram amigos de Judy na vida real. Mickey Rooney também atuava no filme, e é ele quem aparece no comecinho desta cena, como o apresentador. O pianista que faz essa impressionante performance é o espanhol José Iturbi, que alcançou grande sucesso em Hollywood naqueles tempos.




8.       “We’re Off To See The Wizard”
Esta cena icônica de “O Mágico de Oz” precisou ser refeita várias vezes, graças ao perfeccionismo do diretor Victor Fleming (o mesmo que nos deu “E O Vento Levou”, naquele ano de 1939). É a segunda melhor canção da trilha fenomenal deste clássico, só perdendo, é claro, para “Somewhere Over The Rainbow”.




 9.       “For Me And My Gal”
Dá pra resistir ao Gene “Gênio Lindo” Kelly com esse charme todo e essa voz toda do seu lado enquanto você toca piano? Bom, a Judy resistiu e fez um dos melhores números da sua carreira. Aos 2:04, trecho em que ele canta “Vamos construir um pequeno lar para um, ou dois, ou três, ou quatro, ou cinco, ou talvez mais”, a cara que ela faz é hilariante, o que mostra que até mesmo o duplo sentido pode ser usado com bom gosto. O sapateado da dupla dispensa comentários. Doçura pura, de 1942 para a tela do seu computador. 




10.       “The Man That Got Away”
Para muitos esta canção, do filme “Nasce Uma Estrela” (1954), é o melhor momento da carreira de Judy Garland. Realmente, é de arrepiar. Com os cabelos escuros (nos últimos anos da sua vida ela, sabe-se lá por que, ficou morena) e a voz mais potente do que nunca, a diva faz qualquer um se emocionar. O filme na época não atingiu a bilheteria que o estúdio esperava. Inacreditável, mas é verdade.




 11.       Relembrando a parceria com Mickey Rooney
No início de sua carreira, Judy Garland fez vários filmes com Mickey Rooney, que acabou por se tornar seu grande amigo na vida real. Eu, inclusive, já postei o link de um dueto da dupla aqui no blog (eis o link: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/10/direto-do-you-tube-judy-garland-mickey.html). Décadas depois, quando ganhou seu próprio programa de TV na rede norte-americana CBS, ela convidou Mickey para participar de um dos episódios e relembrar a parceria dos dois. Não tem legenda (pra variar, né?), mas vale pela música que os dois cantam juntos e pelo carinho que demonstram um com o outro. Emocionante!




12.       “Together”, com Liza Minnelli
Mãe e filha juntas no palco. Judy Garland e a jovem Liza Minnelli dividem a cena e mostram que são algo extremamente raro de se ver: um autêntico caso de genialidade hereditária.



13.       “Who?”
Nesta cena de “Quando As Nuvens Passam”, os ângulos de câmera e o figurino de Judy tinham uma “missão”: esconder o fato de que ela estava grávida. Para disfarçar a barriguinha proeminente, ela usa esse vestido amarelo lindo. A cena tem duas versões: a oficial, que é esta que eu postei aí embaixo, e a que não foi utilizada no filme (Link: https://www.youtube.com/watch?v=hQiM-9IFTIs). Motivo: os produtores decidiram que não ficaria legal essa cena ser uma sequência de outra, aquela em que Judy interpreta a música “Sunny” (https://www.youtube.com/watch?v=KNY8v2LsMz8). Polêmicas à parte, é um dos meus 15 momentos preferidos da Judy.




 14.       “Swing, Mr. Mendelssohn”
Em sua fase de adolescente-prodígio - que, aliás, foi bastante lucrativa para os estúdios - Judy Garland cantava jazz como ninguém – isso sem falar na sua habilidade como atriz e dançarina. Bancando a aluna rebelde no filme “Everybody Sing”, de 1938, ela transforma uma chatíssima aula de canto em uma festa. Para aqueles tempos, era o máximo da irreverência jovem. Duvido você não ter vontade de sair dançando também.




15.   “Medley Let There Be Love/Nobody Till Somebody Loves You”, com Frank Sinatra e Dean Martin
Amo, amo, amo! Pra fechar esta matéria em grande estilo, o número de abertura do sensacional especial televisivo que Judy Garland fez com outros dois artistas que eu adoro, Frank Sinatra e Dean Martin. O nome do show é “Once in a Lifetime”, que significa “uma vez só na vida”. Realmente, vai ser difícil reunir três vozes dessas outra vez. Estou postando o link do especial inteiro, que vale muito a pena ser visto e ouvido (https://www.youtube.com/watch?v=FXftetJNKm8).




Em sua época, Judy Garland enfrentou muitos preconceitos. Um deles era do próprio estúdio, que só a colocava em papéis de moça recatada e ingênua. E o outro, o que mais a incomodava, era o da crítica (sempre ela...), que a considerava uma grande cantora, porém uma atriz medíocre e uma péssima dançarina. Meu Deus do céu, o que aqueles críticos tinham na cabeça? Uma das intérpretes mais sensacionais que o show-business já conheceu, a multitalentosa Judy é inspiração pra muita gente até os dias de hoje. Infelizmente, porém, ninguém até hoje conseguiu se igualar a ela. Jamais existirá outra Judy Garland, nem mesmo além do arco-íris.


Link da playlist completa desta matéria no Canal do Poltrona R no You Tube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLyc88yygdNcBhgnZ1p37mBlRcWcdF-ad4

quinta-feira, 2 de março de 2017

ULTRAPASSAMOS 25.000 VISUALIZAÇÕES!!!! E É SÓ O COMEÇO...

                    Sabe quando você tem uma ideia e acredita nela, e investe toda a sua coragem, seu trabalho e seu carinho nela? Foi isso o que aconteceu com o Blog Poltrona R. Fizemos nossa grande estreia em 16 de dezembro de 2015, e depois de pouco mais de um ano no ar atingimos as VINTE E CINCO MIL VISUALIZAÇÕES!!!
          MUITO OBRIGADA A CADA UM DE VOCÊS! Cada um de vocês que lê, acompanha, divulga, enfim, que prestigia de alguma forma. Que Deus abençoe muito a vida de todos vocês! Vamos agora rumo às 50.000! MIL VEZES OBRIGADA, LEITORES!

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