quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

COMEMORANDO! AGORA ESTAMOS NA REVISTINHA DO CINE CLUB!




Agora é oficial: a Revistinha do CINE CLUB, um belíssimo trabalho comandado pelo meu colega Ary Ximendes, vai trazer textos do Blog Poltrona R! Isso mesmo: a revista, uma publicação digital que já está em sua 15ª edição, reúne matérias escritas por um grupo de blogueiros de cinema, e a partir de agora eu também faço parte do clube. Nesta edição, você vai encontrar a minha resenha do DVD “Irene, A Teimosa”, que, inclusive, já foi publicada também aqui no Blog (http://poltrona-r.blogspot.com.br/2017/09/dvd-irene-teimosa.html).

Quem gosta de filmes e séries mais recentes tem um bom motivo para ler a revista: na reportagem de capa, tudo sobre o novo e bombástico “Star Wars”! A revista toda é bem caprichada, material de primeira para aqueles que curtem filmes de todas as épocas se esbaldarem. E o melhor: pode ser baixada de graça!



O link para o download da revista é esse aqui:


Basta clicar no ícone “Download” (marcado em vermelho) e baixar. Boa leitura!




segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

MAMMY, PERSONAGEM INESQUECÍVEL DE “E O VENTO LEVOU”, VAI GANHAR FILME PRÓPRIO




Adoro quando posso escrever sobre assuntos atuais, mas sem abandonar a temática do blog, que é o cinema antigo. Navegando na Internet eu trombei, por acaso, com a notícia de que mais uma coadjuvante clássica vai ganhar um filme com sua própria história. Depois da Malévola do desenho “A Bela Adormecida” de Walt Disney ter tido sua própria história contada em uma superprodução, com direito a Angelina Jolie como sua intérprete(https://www.youtube.com/watch?v=oIQTZXS6MFo), outro filme que marcou minha vida será estrelado por uma coadjuvante que roubava a cena no original. Estou falando de Mammy, a inesquecível criada de Scarlett O’Hara em “E O Vento Levou”.

Se é fake news ou não, só Deus sabe, mas as fontes da notícia são – ou me parecem – seguras. Nos EUA um livro chamado “A Jornada de Ruth”, que foi lançado no Brasil no mês passado e eu nem fiquei sabendo (podem me xingar), bombou nas livrarias. O autor é Donald McCaig, o mesmo de “O Clã de Rhett Butler”, que também foi publicado no nosso país (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0505200813.htm). E a idéia também é a mesma. “O Clã de Rhett Butler” revelava o que, na imaginação do escritor, seria a vida de Rhett Butler, o herói de “E O Vento Levou”. E agora, “A Jornada de Ruth” chega contando a história de Mammy antes de ela ter ido parar na Fazenda Tara. No romance “E O Vento Levou”, que inspirou o filme, a autora Margaret Mitchell (1900-1949) jamais deu a Mammy um nome de verdade. Esse “problema” foi resolvido por Donald McCaig, que batizou a simpática criada como Ruth, fazendo uma analogia à personagem bíblica que é o símbolo da fidelidade e da fé, duas qualidades que Mammy tinha de sobra.




Eu, pessoalmente, nunca tinha parado para pensar em qual teria sido a história pessoal da Mammy – e olha que eu adoro a personagem! Na cabeça de McCaig, a ama de Scarlett O’Hara (que, na minha opinião, foi muito mais mãe para Scarlett do que a própria mãe dela, que era arrogante, preconceituosa e antipática) seria haitiana de origem francesa, em uma época em que o Haiti era colônia da França. Um casal de franceses a teria levado de lá para os Estados Unidos. Esse casal era ninguém mais, ninguém menos do que as avós maternos de Scarlett.

Mas o que levou o autor a matar a curiosidade de tantos fãs de Mammy e, claro, de “E O Vento Levou”? Segundo ele, houve milhares de “Mammys” no Sul dos EUA no século XIX, criando os filhos de brancos ricos como se fossem delas próprias, e muitas dessas mulheres sequer tinham um nome oficial. "Para mim, a ausência da voz de Mammy, de sua história, de sua personalidade em “E O Vento Levou” foi um grande vazio, é como se o livro contasse a metade da história", afirma ele. "A babá é uma personagem trágica, mas que jamais perde a esperança. É determinada e muito digna, mas não é uma rebelde". A verdade é que Mammy sempre foi uma das personagens mais queridas pelo público. Ela teve importância não apenas no filme, mas também na vida real, já que Hattie McDaniel (1895-1952), a talentosíssima atriz que a interpretou, foi a primeira afro-descendente a ganhar um Oscar. E é a Hattie que o autor dedica o romance.




Achei interessante a proposta de “A Jornada de Ruth”, pois o livro é narrado em primeira pessoa, como se fosse um diário de Ruth/Mammy, e além de tocar em fatos históricos pouco abordados em outras obras de ficção, dá à personagem uma história própria, inclusive revelando que ela teria se casado e tido filhos. McCaig procurou ser o mais fiel possível não só à trama criada por Margaret Mitchell, mas também ao estilo da escritora. Coisa que, aliás, Alexandra Ripley, autora do horroroso “Scarlett”, de 1991, a sequência de “E O Vento Levou” que muitos fãs (entre eles eu) nunca aceitaram. “O Clã de Rhett Butler” e “A Jornada de Ruth”, ambos de Donald McCaig, e “Scarlett”, de Alexandra Ripley, aliás, foram os únicos livros sobre o universo de “E O Vento Levou” a serem autorizados pelos herdeiros de Margaret. “Scarlett” gerou uma série para a televisão em 1994, que, pessoalmente, eu considero chatérrima, tão chata quanto o livro, mas que existe muita gente que cultua (https://pt.wikipedia.org/wiki/Scarlett_(miniss%C3%A9rie)). 

Pergunta que não cala: por que “O Clã de Rhett Butler”, que vendeu horrores nos EUA, não virou filme ainda? Alô, pessoal do Universal Studios, #FicaADica.





FONTES

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

MAIS UMA CONQUISTA - DOIS ANOS NO AR! OBRIGADA A TODOS VOCÊS!!!



É festa! O Poltrona R está completando DOIS ANOS DE EXISTÊNCIA!!! E eu que, quando criei o blog, achei que não fosse passar de um mês no ar... Quem diria! Essa conquista não é só minha, ela é de vocês também. Por isso, quero agradecer a cada um de vocês que clicou, leu, curtiu, e, principalmente, divulgou as matérias do blog. Esse tipo de presente não tem preço. Quero também agradecer aos blog e páginas de cinema e cultura pop que citaram, recomendaram e/ou repostaram links para conteúdos do Poltrona R. É a mídia alternativa ganhando cada vez mais relevância neste país – juntos somos mais fortes! Que Deus abençoe muito a vida de todos vocês leitores, divulgadores, fãs, pesquisadores, todos, todos, todos! Um brinde a mais essa vitória e rumo ao terceiro ano!



FONTE DA ILUSTRAÇÃO:

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiLkYjB94nYAhWE6SYKHZZCATQQjxwIAw&url=https%3A%2F%2Fisabellegrey.wordpress.com%2Fcategory%2Ftelevision%2F&psig=AOvVaw0XJw3c6TxtDIp7jq2iNlXt&ust=1513355518350887

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

FAKE CHAVES NA INTERNET – O FESTIVAL DE BOBAGENS QUE VOCÊ PROVAVELMENTE JÁ COMPARTILHOU SOBRE O SERIADO E NÃO SABE



A quantidade de besteiras publicadas na Internet (e até na própria Grande Mídia) sobre “Chaves” e “Chapolin Colorado” aqui no Brasil parece ser proporcional à paixão que esses dois seriados despertam no nosso povo. A obra de Roberto Bolaños foi apresentada ao público brasileiro em 1984 pelo SBT, que o transmite até hoje. Desde então, o seriado nunca saiu do ar. Dispostos a tirar uma lasquinha do sucesso de “Chaves” e “Chapolin”, um monte de veículos de imprensa e alguns malandros da Internet inventaram boato atrás de boato sobre Bolaños, suas criações e seus colegas de série. Esta matéria reúne algumas das mais ridículas fake news já publicadas sobre o clássico mexicano da televisão. Detalhe: na época em que a maioria destas mentiras saiu na mídia, o termo “fake news” sequer existia – para falar a verdade, nem mesmo a Internet existia quando algumas delas foram publicadas.



Elenco todo morreu em desastre de avião
Lá no início dos anos 90, uma notícia chocou os fãs brasileiros de “Chaves” e “Chapolin”: todos os atores das duas séries teriam falecido em um acidente aéreo, e nenhum deles teria sobrevivido. Jornais e emissoras de rádio divulgaram esta barbaridade passaram vergonha, pois a informação que chegou à nossa imprensa era incorreta (será que por engano mesmo ou intencionalmente?). Quem na verdade perdeu a vida por causa da queda de um avião foi um grupo de imitadores do elenco das séries. Destes sim, realmente não sobrou nenhum.




“Dona Clotilde” jovem era a cara de Sarita Montiel
Não é possível que você já não tenha visto este meme, que virou um clássico do Facebook. A foto da atriz Angelines Fernandez, a eterna Dona Clotilde ou Bruxa do 71, aparece ao lado do retrato de uma bela mulher, que a legenda diz ser Angelines quando jovem. Muita gente caiu nessa, mas a suposta “Angelines jovem” é, na verdade, a cantora e atriz Sarita Montiel, que, assim como Angelines, nasceu na Espanha. Esta não é a primeira vez que um engraçadinho posta a foto de outra artista dizendo que é a Dona Clotilde quando moça. A mesma, digamos, brincadeira já havia sido feita antes, só que usando uma imagem da estrela mexicana Maria Félix. Dê uma olhada na segunda foto. Os retratos são de Sarita Montiel, Maria Félix e Angelines Fernandez, nesta ordem. Sarita e Maria até podem ser confundidas uma com a outra, mas nenhuma delas tem nada a ver com Angelines fisicamente. Quer saber como era a intérprete da Bruxa do 71 quando mais nova? Veja a terceira foto.






Seu Madruga é o pai de Chaves
Até o Canal do Otário (https://www.youtube.com/watch?v=-qZ0sRdsiD8) tirou um sarrinho desse boato! Publicada há menos de um mês, a notícia de que um livro jamais lançado, de autoria do próprio Roberto Bolaños, revelaria que Madruga era pai do garoto do barril gerou comentários pra todos os lados, inclusive e principalmente por parte dos fãs brasileiros. No tal livro, Bolaños dizia que no último capítulo que escreveu para a série, Seu Madruga contaria ao Professor Girafales que conheceu a mãe de Chaves (antes de o moleque nascer, claro!) e teve um affair bem rápido com ela. Menos de 24 horas depois, o site E-Farsas (que deveria ganhar um prêmio pelos seus serviços prestados à humanidade) desmascarou a palhaçada (http://www.e-farsas.com/o-seu-madruga-e-o-pai-do-chaves.html). Para começar, a única obra que Roberto Bolaños escreveu na vida sobre a série foi “O Diário do Chaves” – em que, aliás, não faz qualquer referência à identidade dos pais de seu personagem mais famoso. O que essa gente não faz por uns cliques...




Filme de “Chaves” com cenas calientes e violentas vai ser lançado
Outro papo-furado. Tem gente até agora esperando a estréia desta superprodução que, na realidade, nunca existiu e não passa de uma piada. Piada mesmo – o grupo equatoriano de humor Enchufe TV andou soltando no You Tube há um tempo atrás uma paródia de trailer de cinema, em que os personagens da Turma do Chaves surgem em cenas que lembram muito mais os modernos blockbusters americanos do que a simplicidade ingênua da série mexicana. Chiquinha com uma navalha na mão, ameaçando cortar o pescoço de Chaves? Kiko e o Professor apontando revólveres um para o outro? Florinda realizando o sonho de quebrar os dentes de Madruga? Beijos ardentes entre Florinda e o Professor, e até amassos entre Chaves e Chiquinha? Tudo isso rola no pseudo-trailer. Eu, pessoalmente, sempre soube que era tudo uma piada, mas adoraria que fosse verdade... O vídeo de que eu estou falando é este aqui:




O fantasma de Bolaños surgiu durante seu funeral
Caramba, isto é inacreditável! Logo após a morte de Roberto Bolaños, este vídeo bombou em sites mexicanos e circulou por toda a América Latina através da Internet e de grupos de Whatsapp. Ele é uma bela prova de que as pessoas são capazes de enxergar o que querem, onde bem entenderem. O rapaz que postou no You Tube o vídeo do funeral de Bolaños afirma ter visto o fantasma do comediante durante a cerimônia, e até cita onde o suposto espírito teria surgido: ao lado do caixão. As imagens ultrapassaram as 3 milhões de visualizações no You Tube. Esta autora, pessoalmente, não acredita que a história do fantasma seja verdadeira. E o site E-Farsas (sim, ele de novo!) mostrou, através de um clipe, que tudo não passava de uma mon-ta-gem. Olha aqui: 




Existe um episódio banido do “Chaves”
Esta aqui é outra bobagem que foi espalhada pela Internet por algum malandro ávido por cliques e views. Segundo esse engraçadinho, um episódio da série “Chaves” teria sido produzido, porém jamais exibido, porque possuía um conteúdo macabro e terminava em tragédia na telinha e na vida real, e que este tal episódio teria sido a causa de saída do ator Carlos Villagrán (Kiko) da série. Tal episódio teria sido destruído pela Televisa (emissora que produz as séries) e um fã argentino teria comprado a única cópia restante dele. Muita gente desavisada engoliu a história, principalmente porque as matérias publicadas por alguns sites sobre o tal episódio censurado utilizaram como ilustração essa foto aí abaixo, que, na verdade, não passa de uma ediçãozinha de uma imagem do episódio “Perna Quebrada” (1978). O fato é que nunca houve nenhum episódio censurado ou banido da série. Nem mesmo “Marteladas”, de 1972 (https://www.youtube.com/watch?v=3s3npZAz-wk), que, embora tenha sido postado no You Tube com o título de “episódio censurado”, não foi censurado coisa nenhuma, e é apenas um esquete de 1972, com cuja distribuição a Televisa nunca teve qualquer problema. “Mas e os episódios perdidos?”, pergunta você. Realmente, existem alguns que são raros e que a Televisa não distribui mais; porém, não por razões de censura, mas por problemas técnicos na restauração das fitas e/ou a existência de episódios com enredos semelhantes (http://www.portalchespirito.com.br/episodios/episodios-perdidos/). No Brasil, o SBT optou por não exibir alguns episódios durante anos, porque episódios semelhantes a eles já estavam sendo exibidos. Fã que é fã sabe que Roberto Bolaños adorava fazer versões diferentes para a mesma história. Resultado: os telespectadores brasileiros reclamaram, e em 2011 a emissora de Silvio Santos cedeu e recolocou no ar esses episódios “perdidos”. Agradeço ao pessoal do site Fórum Chaves (http://www.forumchaves.com.br/) por desvendar esse mistério.




“Acapulco” foi o último episódio gravado pelo ator Carlos Villagrán
Por incrível que pareça, não foi. A história é um tanto confusa. “Vamos Todos a Acapulco” (que no Brasil recebeu o título de “Os Farofeiros”) foi produzido em 1977 e exibido em maio daquele ano, em duas partes (https://www.youtube.com/watch?v=iVdevKhpKus COMPLETO). Carlos Villagrán, que fazia o Kiko, deixou as séries “Chaves” e “Chapolin” em 1978, ou seja, no ano seguinte. Antes de sair, ele ainda gravou alguns episódios de ambos os seriados, entre eles o clássico “Branca de Neve”,("Chuim Chuim Tchum Cláim") que teve as duas primeiras partes (https://www.youtube.com/watch?v=B2uiy1mMBE4 e https://www.youtube.com/watch?v=HslJULoakVc) exibidas no Brasil, e uma terceira parte (https://www.youtube.com/watch?v=oXd_oR3ZNCM) inédita em nosso país. O último episódio a ter Villagrán no elenco foi exibido originalmente pela Televisa no dia 11 de dezembro de 1978, e se chama “A Escolinha do Professor Girafales” (https://www.youtube.com/watch?v=tRfC4JfVZoY). O que aconteceu foi que a Televisa reprisou “Vamos Todos a Acapulco” ao final da temporada de 1978, por isso tanta gente pensa que ele foi o último episódio estrelado por Carlos Villagrán. Foi o último episódio com Villagrán a ser exibido, e não o último a ser produzido.





O nome verdadeiro do Chaves 
Meu Deus do céu, quantas versões dessa lorota já surgiram por aí! O título original da série é “El Chavo del Ocho”, e o personagem se chama Chavo, que significa “moleque” em espanhol. No Brasil virou Chaves porque, ao contrário do termo “chavo”, esse nome existe no Brasil (teve até uma galera que fez uma adaptação da história para o nosso país, vejam (https://www.youtube.com/watch?v=VUe4mRMsmD0). “Ocho” (que quer dizer “oito”) seria o número do apartamento em que Chaves morava (não, a residência dele não era o barril!). O nome real do garoto, porém, jamais foi revelado – nem na série, nem pelo próprio Bolaños. Mas em muitos sites latino-americanos (isso inclui alguns daqui do Brasil) circulou uma notícia hilariante, sobre um suposto livro inédito da autoria de Bolaños (pô, mais um!), em que o comediante dizia que Chaves, na realidade, se chamava Rodolfo Pietro Filiberto Raffaelo Guglielmi. “Hilariante por que?”, você pergunta. Simplesmente porque este é o nome verdadeiro de um astro do cinema mudo, mais conhecido como Rodolfo Valentino!!!!! (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodolfo_Valentino)



Enfim, a lista de fake news já inventadas sobre “Chaves” e “Chapolin” é proporcional ao sucesso da série. Ou seja, interminável.


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FONTES