sábado, 16 de abril de 2016

GIF DO DIA - 16/04/2016

Hoje ele faria 127 anos se estivesse vivo. Deus abençoe Charles Chaplin, onde quer que ele esteja!



quinta-feira, 14 de abril de 2016

SCARLETT, MAMMY E O CAPITÃO BUTLER CONVIDAM…

Quando a gente acha que já viu de tudo, descobre coisas inacreditáveis. A gráfica americana Paper Style lançou recentemente uma linha de convites e cartões inspirados em “E O Vento Levou”. O público-alvo, além dos fanáticos pela história de Scarlett O’Hara e do Capitão Rhett Butler, são aquelas pessoas que curtem organizar eventos temáticos inspirados no filme. Eles vêm com fotos de Clark Gable (Butler), Vivien Leigh (Scarlett), Hattie MacDaniel (Mammy) e outros personagens. Tem convite para todo tipo de evento, além de acessórios como guardanapos de papel, pratos de sobremesa, forros para bandeja, capachos reutilizáveis (feitos de pano) e até etiquetas para correspondência. 




A empresa, infelizmente, não existe no Brasil. Mas para quem se animou, o site é http://www.paperstyle.com/is-bin/Gone-With-The-Wind.html 
Não custa tentar!




quarta-feira, 13 de abril de 2016

DVD – A UM PASSO DA ETERNIDADE

From Here To Eternity

Ano de produção: 1953
Direção: Fred Zinnemann
Elenco: Montgomery Clift, Burt Lancaster, Deborah Kerr, Donna Reed.
Duração: 118 minutos
Preto & Branco
Gravadora: Columbia





O primeiro DVD que escolhi para avaliar no meu blog (tá certo, não é o primeiro post sobre um filme, mas é o primeiro post sobre um DVD) é especial - uma jóia de 1953, com um dos elencos mais fenomenais que eu já vi na minha vida, e que causou enorme polêmica na época do seu lançamento por causa da espetacular cena do beijo na praia (que, infelizmente ou felizmente, sei lá, dura apenas alguns segundos; hoje em dia ocuparia metade do filme e, exatamente por isso, não teria nem metade da graça). Ambientado em 1941, às vésperas do ataque de aviões japoneses a Pearl Harbor, “A Um Passo Da Eternidade” conta a história de Robert Prewitt, um ex-boxeador fracassado (Montgomery Clift, lindooo!!! Cadê o emoticon de coraçãozinho???), que se alista no exército para esquecer um trauma. Lá ele conhece Maggio (interpretado pelo gênio Frank Sinatra, cuja voz é linda até falando), um rapaz encrenqueiro e alcoólatra, de origem italiana, que se torna seu melhor amigo. Os colegas e superiores de Prewitt no exército o pressionam a voltar a lutar boxe para defender o batalhão em uma competição, mas ele se recusa. Uma noite, ele vai a um bar com os amigos e sua vida muda (não vou dar spoiler!). Enquanto isso, o sargento Warden (vivido por outro deus grego, Burt Lancaster) sonha com uma promoção, mas se envolve justamente com Karen (a grande atriz escocesa Deborah Kerr - sim, aquela da música da Rita Lee, “Flagra”), a esposa do seu superior imediato (Philip Ober). As vidas destes cinco personagens se entrelaçam e prendem a atenção do público no melhor estilo “novela” – não é à toa que o filme influenciou inúmeros roteiristas de TV, inclusive aqui no Brasil. Mas a trama absurdamente bem construída e o elenco impecável não são os únicos atrativos deste classicaço das madrugadas da Rede Globo nos anos 80. Não posso deixar de comentar também sobre a trilha sonora incrível, principalmente nas cenas das cantorias dos soldados, em que os atores mostram também seu talento musical (inacreditavelmente, quem menos canta no filme é justamente o Sinatra). O filme recebeu 13 indicações ao Oscar e venceu 8 delas, incluindo a de Melhor Ator para Frank Sinatra, que para mim foi o mais merecido de todos. 




Curiosidades:
Convidada para participar do filme, a atriz Joan Crawford não topou, simplesmente por achar o figurino “feio demais”. Curiosamente, o filme foi indicado para Oscar de Melhor Figurino e não levou.
Harry Cohn, o empresário e dono da Columbia Pictures, não queria Montgomery Clift para o papel de Prewitt porque achava que ele não tinha cara de soldado. Mas logo nos testes, o ator provou que o empresário estava errado.
Diz a lenda que Eli Wallach, o ator originalmente escalado para fazer Maggio, teria sido forçado pela Máfia a desistir do papel e entregá-lo a Frank Sinatra, cuja carreira estava em baixa na época. No filme “O Poderoso Chefão” (1972) há uma referência a este episódio.  
● A atriz Donna Reed, que interpreta Lorene, uma dançarina de cabaré, não ia participar do filme porque o diretor não tinha a menor intenção de escalá-la. Mas Harry Cohn insistiu nela, porque acreditava que ela se tornaria um fenômeno. Acertou em cheio: Donna foi a vencedora do merecido Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, por seu trabalho neste filme.
● A cena do beijo na praia foi usada no clipe “Canibal”, de Ivete Sangalo, em 1999, que faz paródias de cenas de vários filmes clássicos.


EXTRAS: Os extras do DVD são poucos, mas bons: dois minidocumentários sem legenda nem dublagem (por que não traduzem os extras, meu Deus?) sobre os bastidores do filme, e os trailers oficiais da época. E talvez por ter sido lançado no Brasil por uma grande gravadora, o DVD é bem cuidado, com embalagem simples, mas bonita, e excelente qualidade de imagem e som. Uma benção, em se tratando de um filme pré-1980 em versão DVD neste país.  

No canal do Poltrona R no You Tube, você encontra uma playlist com alguns vídeos mencionados aqui. Mesmo assim, compre o DVD. Você não irá se arrepender!

Link da playlist: 


GIF DO DIA - 13/04/2016


Doris Day e Rock Hudson liberando seu lado criança em "Confidências À Meia-Noite" (1959). Boa época em que a Sessão da Tarde valia meu tempo.


                            

segunda-feira, 4 de abril de 2016

“DESTINO”, O DELÍRIO SURREAL DE WALT DISNEY E SALVADOR DALÍ

Se você é daquelas pessoas que acham que Walt Disney era apenas “aquele cara que fazia desenhos pra criança, cheios de princesinhas, principezinhos, fadinhas, bruxinhas, ursinhos, monstrinhos e outros inhos e inhas”, esteja preparado para o que você vai ver agora. Pouca gente sabe, mas o mestre que transformou os desenhos animados em uma potência na indústria do entretenimento chegou a criar um curta-metragem de animação em parceria com ninguém menos do que Salvador Dalí (1904-1989).




O encontro de Walt com o artista espanhol aconteceu em meados dos anos 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. Na época, Salvador Dalí tinha acabado de se mudar para os Estados Unidos com sua esposa, Gala. Walt Disney o convidou para criar uma obra de arte em parceria com ele. Ambos tiveram a ideia de desenvolver um filme baseado na arte surrealista de Dalí, utilizando as técnicas de animação da Disney. Porém, com o processo de produção já tendo sido iniciado, Walt ficou sem grana para dar continuidade ao projeto – isso devido ao fracasso de bilheteria de “Fantasia”. Resultado: foram produzidos apenas 17 segundos do curta, batizado de “Destino”.




A inspiração para o desenho, bem como seu título, foi a canção “Destino”, do compositor mexicano Armando Rodríguez, e interpretada pela cantora Dora Luz. E o animador dos estúdios Disney, John Hench, criou o storyboard em parceria com Dalí, entre os anos de 1945 e 1946. Por causa da montanha de dívidas que a Walt Disney Company vinha acumulando na época, Hench armazenou estes 17 minutos do projeto não concluído, na esperança de que Walt resolvesse retomá-lo. Mas “Destino” foi considerada uma produção financeiramente inviável, e, portanto, o projeto acabou sendo abandonado e esquecido.



Mas em 1992, o desenho de 17 segundos foi encontrado pelo jornalista Christopher Jones, que contatou Roy Disney (irmão de Walt) para lhe contar sobre a existência desse material. Roy, então, resolveu chamar John Hench para dar continuidade a “Destino”. Feliz da vida, Hench aceitou na hora.

Para decifrar os delírios que Hench e Dalí haviam criado nos storyboards e, assim, finalizar o projeto, uma equipe de 25 animadores foi contratada. As anotações que haviam sido deixadas por Gala serviram como ajuda também. E por falar em ajuda, um pouco de computação gráfica foi utilizado, principalmente para a restauração do trecho original e sua integração perfeita ao novo material produzido. Como diretor, Roy Disney escolheu o francês Dominique Monfrey, de “Mogli, O Menino Lobo 2”. O resultado final ficou com cerca de 6 minutos de duração.



“Destino” é a história do amor impossível entre Chronos, o deus tempo, e uma bela mulher mortal. Em vez de diálogos, os criadores optaram por utilizar somente a trilha sonora, o que nos dá a sensação de estar assistindo a um balé. Ou, talvez, a um sonho indecifrável, mas de uma beleza poderosa e comovente. Não dá para dizer que se trata de um desenho destinado ao público infantil – até porque esta não era a proposta dos autores.

Para quem quer saber qual trecho do desenho são os 17 minutos originais, trata-se do trecho entre 05:02 e 05:19, em que (olha o spoiler!) um jogador de beisebol encontra duas figuras que parecem tartarugas. Segundo a explicação de Disney, o beisebol era uma metáfora da vida.

“Destino” foi lançado em 2003, tendo sido exibido em festivais de cinema mundo afora e recebido diversos prêmios. Além disso, recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação naquele mesmo ano. Merecidamente - até os créditos são lindos.


Assista ao desenho no link abaixo: