quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ELVIS PRESLEY – HÁ QUATRO DÉCADAS ELE NÃO MORREU



No dia 16 de agosto de 1977, a imprensa mundial anunciava: aos 42 anos de idade, Elvis Presley, o Rei do Rock, foi encontrado morto em sua casa. A notícia chocou os fãs do mundo inteiro, e vários deles cercaram a residência do artista, em Memphis, Tennessee, e fizeram vigília em sua homenagem. Foi uma das mortes mais polêmicas da história: o corpo foi achado no banheiro da casa do cantor por sua noiva, Ginger Alden. Até hoje não se chegou a uma conclusão: tem gente que diz que foi suicídio, tem gente que diz que Elvis teria sido envenenado, e tem gente que jura que o Rei do Rock está vivíssimo, passeando por aí disfarçado ou até mesmo com o rosto plastificado para não ser reconhecido. Bobagens à parte, há 40 anos um dos três maiores cantores do mundo (os outros dois são Frank Sinatra e Michael Jackson) faz falta, e muita falta.

Elvis mudou não só a História da música, mas mudou comportamentos, mudou a visão de mundo de uma geração, mudou a forma como a indústria do entretenimento via os jovens. Até 1960, não existia o que hoje chamamos de “cultura teen”. Elvis Presley foi um dos artistas que mais contribuíram para a criação de toda uma produção cultural voltada especificamente aos adolescentes, que envolvia não apenas música e dança, mas também cinema, literatura, moda e estilo de vida. Para não dizermos que ele também rompeu barreiras raciais e fez com que o rock and roll, um ritmo surgido na comunidade negra e pobre dos Estados Unidos, fosse aceito e apreciado por todas as etnias e classes sociais. E você vai saber por que nesta postagem.




De origem humilde, nascido em Tupelo, uma pequena cidade do Estado de Mississipi, EUA, ele nunca imaginou que um dia se tornaria o artista mais vendido de todos os tempos, com 61 álbuns gravados e mais de 1 bilhão de cópias vendidas em uma carreira que durou pouco mais de duas décadas. Elvis Aaron Presley veio ao mundo em 8 de janeiro de 1935 em uma casinha de dois cômodos. Ele era filho de Vernon, um caminhoneiro, e Gladys, uma operária de fábrica de tecidos. Inclusive, aí existe mais uma teoria conspiratória: como Elvis foi o único sobrevivente de um parto de gêmeos (seu irmão nasceu morto), há quem afirme que a sensação de “ter perdido metade de si mesmo” acompanhou o cantor durante toda a sua existência. O Estado do Mississipi era conhecido como um dos mais racistas dos EUA, mas um furacão que destruiu a cidade de Tupelo provocou uma união entre brancos e negros. A família Presley criou seu pequeno filho em meio a esta união, e o pequeno Elvis aprendeu com os pais a ser respeitoso com todas as pessoas, não importava sua origem. Isto teria grande influência na vida do futuro Rei do Rock. Vernon foi preso em 1937, junto com o cunhado, por estelionato, e a família foi despejada de sua minúscula casa; Gladys e o filhinho de 2 anos tiveram então que ir morar na casa dos pais de Vernon. Apenas em 1941 Vernon seria solto.




O gosto do moleque pela música surgiu muito cedo: aos 10 anos de idade, ele participou de um concurso regional, e venceu, embolsando um prêmio de (acreditem) 5 dólares, mais alguns ingressos para parques. O pai resolveu, então, lhe dar um violão de presente. Em 1948, a pequena família se transferiu para Memphis, o lugar que mais tarde Elvis tornaria famoso. Embora amasse música, o jovem cantor teve vários empregos para poder se sustentar; nas horas vagas, ele tocava violão e até arriscava algumas notas ao piano. Cantava de tudo: gospel, jazz, blues e até ópera.




Em 1953, o jovem caminhoneiro e músico amador entrou em um estúdio para gravar, meio de brincadeira, um disquinho com algumas músicas para dar de presente de aniversário à mãe. O estúdio se chamava Memphis Recording Service, e era um braço da lendária gravadora Sun Records. Sam Philips, o dono da gravadora, não acreditou no que estava ouvindo: ficou abestalhado com o talento e a voz única do rapaz. Contratou-o na hora. Reza a lenda que, antes de conhecer Elvis, Sam vivia dizendo: “O dia em que eu encontrar um branco que cante como um negro, vou ficar milionário”. E ficou mesmo.

Brancos que cantavam como negros não eram exatamente novidade (basta ver, por exemplo, Judy Garland, uma ruivinha de pele claríssima que explodiu na Hollywood da Era do Jazz, outro ritmo de origem afrodescendente). Mas eram, e ainda são, uma minoria abençoada. Para mim e para muitos autores, o melhor representante desta categoria foi, sem dúvida, Elvis Presley. E teria sido o amor do cantor pela cultura e música negras que o levou a fazer uma transformação no visual: tem gente que não sabe, mas Elvis era naturalmente loiro. Ele tingiu os cabelos de preto não apenas por razões estéticas, mas como uma forma simbólica de demonstrar sua ligação com a black music.




No dia 7 de julho de 1954, data considerada por muitos como o Dia Oficial do Rock, duas faixas gravadas por Elvis Presley, “That’s All Right, Mama” e “Blue Moon of Kentucky”, foram executadas pela primeira vez em uma rádio de Memphis. O resultado foi bombástico – as duas músicas foram incluídas na famosa parada das mais executadas da revista Billboard. “Blue Moon of Kentucky” atingiu a primeira posição e “That’s All Right, Mama” a quarta. Exatamente dez dias depois, Elvis Presley fazia seu primeiro show como profissional, em Memphis mesmo. Em outubro daquele mesmo ano, aconteceu a primeira apresentação do futuro Rei fora de Memphis – e foi na cidade de Nashville, capital da música country. Menos de um ano depois, em 1955, o contrato de Elvis foi vendido para a RCA Victor, na época uma das maiores gravadoras do mundo, e o cantor conheceu seu futuro empresário, Tom Parker. A partir daí, o sucesso foi uma bola de neve: apresentações no rádio, na televisão, e canções que estouravam nacionalmente. E muita, muita, muita polêmica.

O jeito sensual como Elvis Presley dançava e seus movimentos insinuantes no palco lhe renderam o apelido de Elvis The Pelvis. Mas também o colocaram em algumas situações embaraçosas. Certas cidades do interior dos Estados Unidos chegaram a proibir apresentações do artista, por considerá-lo uma “má influência para a juventude”. Mesmo assim, o novo ídolo que estava surgindo teve sua popularidade impulsionada pelo novo veículo que estava surgindo: a televisão.




Você já deve ter visto aquele hilário vídeo da apresentação de Elvis no “Ed Sullivan Show”, em que ele é filmado só da cintura pra cima, porque a Legião da Demência, ops, da Decência, não deixava o rebolado provocante do cantor aparecer. Mas pela histeria da mulherada que estava na plateia, dá pra imaginar bem o que estava rolando... Caso você não tenha visto o vídeo, eu o coloquei aqui. Tem 16:25 minutos de duração, mas vale cada centésimo de segundo. Na ocasião, ele cantou “Hound Dog”, um dos seus futuros clássicos, em seguida “Love me tender”, a primeira música que ele gravou, depois mais duas obras primas suas, “Heartbreak Hotel” e “Don’t Be Cruel”. A cara de embaraço do apresentador Ed Sullivan quando retorna ao palco, aos 6:39 minutos, é sensacional. Dá pra ver que o homem está vermelho de vergonha, mesmo o vídeo sendo em preto e branco. Em seguida, Elvis entra em cena de novo e dá mais uma canja com “Too Much” e “When My Blue Moon Turns to Gold Again”, duas canções menos conhecidas, e uma música religiosa, “Peace In The Valley”. Ou seja, o cara dá show do começo ao fim. O grupo que se apresenta com ele é The Jordanaires, que o acompanharia em vários shows ao longo de sua carreira. Esse episódio lendário do programa foi ao ar em 1957.




Depois disso, Elvis Presley virou uma febre mundial. Seu carisma, sua beleza e, claro, seu vozeirão provocavam histeria nas plateias adolescentes, seu visual lançava moda e seu estilo desafiava a caretice e os preconceitos da sociedade daqueles tempos. Era gente de todas as idades, raças, crenças e classes sociais virando fã do novo astro, enquanto os conservadores o condenavam e criticavam. Um fenômeno sem igual, sob todos os aspectos.

Em agosto de 1958, uma tragédia: a mãe de Elvis faleceu. Dizem que ele era muito apegado à mãe, e a morte dela fez com que ele nunca mais fosse a mesma pessoa. Em outubro do mesmo ano, aconteceu algo que poderia ter abalado a carreira do músico: ele foi convocado para lutar na Guerra da Coréia. Embora Elvis tivesse tido oportunidades de se livrar da convocação, Tom Parker decidiu aproveitá-la para fazer um marketing inusitado para a época, sabendo que a mulherada adorava um homem fardado, e que a presença de Elvis Presley no exército seria uma chance de levar a popularidade do artista para mais lugares. Sem exigir privilégio algum, o Rei do Rock lutou pelos EUA na Alemanha, onde permaneceu até 1960. Foi na Alemanha que Elvis conheceu sua futura esposa, Priscilla. Ela tinha 14 anos na época; ele, 24.




De volta da Alemanha, Elvis Presley fez uma das mais inesquecíveis e desafiadoras apresentações da sua carreira: encarou um dueto com ninguém menos que Frank Sinatra, até então considerado o maior cantor do mundo. O momento histórico foi ao ar durante o especial de Sinatra na emissora de TV americana ABC. O quadro se chamava “Welcome Home, Elvis” (Bem vindo ao lar, Elvis). Os dois divos da música e do cinema cantaram hits deles dois. Ficou sensacional. É muito talento pra pouco vídeo! Um aperitivo aqui pra vocês (com legendas, aleluia!!!):




Em 1965, os Beatles, novo fenômeno musical jovem que explodia mundialmente, visitaram a mansão de Elvis Presley e fizeram uma jam session informal com seu ídolo. Como disse John Lennon, “Antes de Elvis não existia nada”. Infelizmente, não se tem notícia de qualquer registro áudio ou vídeo dessa parceria. Que inveja de quem estava presente nesse momento! Eu queria ter assistido isso de perto...




Falando em inveja, em 1967 Priscilla e Elvis se casaram formalmente. Ela, que era a mulher mais invejada do planeta, pois já morava com o astro desde 1962, se uniu a ele em uma cerimônia realizada em um hotel de luxo em Las Vegas. Acredite, depois da cerimônia houve uma coletiva de imprensa. O casal passou a lua-de-mel em Palm Springs.

Também em 1967, Elvis Presley lançou um disco que é considerado um dos mais importantes da sua vida: o LP gospel “How Great Thou Art”, que trazia um Elvis mais maduro, mais seletivo na escolha de seus músicos e arranjos. Embora poucos apostassem no sucesso do álbum, ele foi sucesso de público e crítica, e até ganhou um Grammy.




O ano de 1968 veio com duas novidades para o Rei do Rock. A primeira foi o nascimento de sua filha Lisa Marie, em 1º de fevereiro. A segunda entrou para a História: o inesquecível especial em que o ídolo aparece usando uma roupa de couro, em estilo motoqueiro. Arrisco dizer que é um dos momentos (senão o momento) em que a voz de Elvis mais impressiona em toda a sua carreira. Embora haja boatos de que o músico estivesse sofrendo de depressão naquela fase (inclusive, ele teria traído a esposa com a estrela Ann Margret), ele não demonstra isso – brinca, faz graça e interage com a plateia. O especial, chamado “Elvis, The Comeback”, é considerado por muitos autores como o primeiro acústico da História.




A década de 1970 foi o período mais complicado da vida de Elvis Presley. Apesar de ter emplacado shows inesquecíveis como o ultra-épico “Aloha From Hawaii”, de 1973 (https://www.youtube.com/watch?v=0DB1XCyt5zA), e de ainda ter clássicos seus (como “My Way” e “Always On My Mind”) tocando nas rádios, o cantor raramente aparecia em público, preferindo ficar em casa. Apesar disso, Elvis Presley é considerado o criador do conceito de “megashow” – concordo em termos, porque shows de Elvis Presley eram shows de música. Não havia coreografias de dançarinos, cenários hollywoodianos, efeitos especiais mirabolantes e, principalmente, não havia playback. Era música de verdade, porque Elvis era um artista de verdade.

Nessa época Elvis e Priscilla Presley se divorciaram. Priscilla tomou essa decisão alegando que o marido passava muito tempo fora de casa e era infiel. A separação repercutiu na mídia e mexeu muito com o lado emocional de Elvis. Ele estava visivelmente abatido e acima do peso, e só não entrou em uma depressão ainda pior porque no ano seguinte sua canção “Burning Love” o colocou de volta ao primeiro lugar das paradas. 




Ironicamente, foi nessa fase que a voz de Elvis atingiu sua melhor forma. Não tem como não se arrepiar ao ouvir (e ver) o Rei cantando “Why me, Lord?”, ao vivo, com um grupo gospel (infelizmente, não consegui gravação melhor, mas esta, graças a Deus, é legendada! https://www.youtube.com/watch?v=4hFxHjjXxNI). Aliás, Elvis Presley começou a dar mais destaque à música religiosa neste período de sua carreira, e foi uma espécie de volta às origens – afinal, foi na igreja que ele começou a cantar.  




Em 1976, o cantor fez o que muitos fãs consideram o melhor show de sua carreira: a mega-apresentação em Pittsburgh, na noite de Ano Novo (link para você ouvir inteiro: https://www.youtube.com/watch?v=RJmf9ABYoBs). Mesmo com a saúde já debilitada, ele assinou contrato com a emissora CBS para estrelar um superespecial para o ano seguinte. Não deu tempo. O último show de Elvis aconteceu em 1977, meses antes de sua morte. É aquele em que o cantor interpreta músicas que iriam estourar mais tarde, como “Unchained Melody” e “Bridge Over Troubled Water”. Ele era um apaixonado por sua arte. Não é exagero dizer que morreu no palco.




Na madrugada de 16 de agosto de 1977, Elvis Presley se deitou para dormir. Por volta das 10 da manhã do dia seguinte, ele teria se levantado para ir ao banheiro. O que aconteceu entre esse momento e as 14h, que foi quando ele foi encontrado morto, ninguém sabe direito até hoje. Antes do falecimento do artista ser confirmado, seu corpo foi levado a um hospital próximo e examinado. A causa foi dada como sendo “colapso fulminante associado à disfunção cardíaca”. Assim que a imprensa foi dada, os fãs cercaram Graceland. O enterro do Rei do Rock aconteceu dois dias depois, com a presença de familiares e amigos, e muitos hits do ídolo sendo tocados.

  


Você deve estar perguntando: “E os filmes do Elvis?”. Sim, isto merece um capítulo à parte. A estréia do Rei do Rock no cinema foi em 1956, em “Ama-me Com Ternura”, um clássico que deu origem a uma série de produções estreladas pelo cantor. Tem gente que o chama de “canastrão”, mas eu, pessoalmente, o considero um bom ator. Os filmes de Elvis Presley seguiam basicamente a mesma linha: musicais românticos com enredos simples e divertidos, em que o ídolo sempre surgia cercado de belas mulheres em paisagens deslumbrantes e, lógico, cantando uma dúzia de seus hits. Um bom exemplo de filme do Elvis é “O Seresteiro de Acapulco”, cuja resenha você encontra aqui no blog (http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/12/dvd-o-seresteiro-de-acapulco.html).




Atrações fixas daquilo que eu chamo de Sessão da Tarde Que Prestava (http://poltrona-r.blogspot.com.br/2015/12/a-sessao-da-tarde-que-prestava.html), os clássicos cinematográficos de Elvis Presley eram produzidos por ninguém menos do que Hal Wallis, o gênio responsável pelos filmes de Jerry Lewis & Dean Martin (outros astros da Sessão da Tarde que Prestava). Os personagens vividos por Elvis eram heróis românticos e idealistas, e se envolviam às vezes em situações engraçadas, ótimas para que o cantor mostrasse que também tinha um talento para a comédia, que os críticos pouco valorizam até hoje. Como tudo o que faz sucesso e que é à frente do seu tempo, aliás, os filmes de Elvis Presley lotavam cinemas e atraíam espectadores de todas as idades, mas eram esculhambados sem dó pelos críticos. A fórmula deu certo até 1969, quando foi lançado “Ele e As Três Noviças”, o último filme do músico nesse estilo. Em 1970, porém, foi feito o documentário “Elvis É Assim”, que mostrava o cantor nos bastidores. Em 1972, um filme semelhante, chamado “Elvis On Tour”, foi considerado inovador para seu tempo e ganhou o Globo de Ouro.




O melhor filme do Elvis, em minha opinião, é “Feitiço Havaiano” (1961), provavelmente o maior sucesso de bilheteria do ídolo. Ele interpreta um rapaz que, embora seja filho de milionários, prefere ganhar seu próprio sustento como guia de turismo no Havaí. O roteiro ganhou o prêmio de Melhor Musical Americano, concedido pelo Writers Guild of America. As opiniões dos críticos se dividiram – nada mal por alguém que era tão atacado por eles. A diva Angela Lansbury faz a mãe de Elvis. O filme foi mesmo gravado no Havaí e ajudou a associar a imagem do cantor a esse paraíso turístico. Elvis Presley está mais lindo do que nunca, com o bronzeado artificial que o diretor obrigou o músico a fazer, para dar mais autenticidade.




A trilha sonora é sensacional. A canção-título, “Blue Hawaii”, é na verdade uma regravação de uma música de outro gênio, Bing Crosby (https://www.youtube.com/watch?v=Z1gXTZExcts). O álbum, maravilhoso do começo ao fim, esteve na lista dos mais vendidos da Billboard durante 79 semanas (!!!), sendo 20 delas em primeiro lugar. Foi indicado ao Grammy de Melhor Trilha Sonora de 1961, mas, por incrível que pareça, não ganhou.

Abaixo, eu postei um link para você ouvir o disco completo. Eu já conheço graças não apenas ao filme, mas à minha mãe, que tinha o LP e colocou certa vez para eu ouvir. Eu era criança e me apaixonei. Uma obra prima, que tem participação dos grupos The Surfers e The Jordanaires. Foi relançado em CD nos Estados Unidos em 1997 e eu adoraria ter. A faixa “Aloha Oe”, que mistura cantos havaianos com um coral estilo gospel e a voz emocionante de Elvis, ainda me faz chorar como quando eu era menina.


  

Elvis Presley, que nunca estudou música formalmente, foi um dos maiores talentos de todos os tempos. Talvez o título de Rei do Rock não fosse suficiente - ele é um dos reis da cultura pop de todos os tempos. O que importa é que ele permanece insubstituível. Não só para aqueles que viram o surgimento do rock and roll, mas para todas as gerações desde então. Thank you very much, Elvis!




 
FONTES


sábado, 12 de agosto de 2017

HOMENAGEM AOS DIVOS PAIS (DEDICADO AO MEU)

Essa matéria é minha homenagem ao Dia dos Pais. Ela é uma seleção de fotos de “divos” do cinema com seus filhos, tão lindos quanto eles!

Dedico essa postagem ao meu próprio pai, que me apresentou o universo maravilhoso do cinema clássico, e que virou estrela no céu há exatamente 20 anos.


Bruce Lee e o fihote (e futuro astro) Brandon Lee



Duas gerações de uma família: Desi Arnaz com o pai, Seu Desiderio, e o filho, Desi Jr.



Em um dia na fazenda, Fred Astaire se diverte em passeio a cavalo com Fred Jr.



O trio de astros Jane, Peter e Henry Fonda



Clint Eastwood brinca de aviãozinho com o filho, o cantor Kyle Eastwood



Foto emocionante: Elvis Presley papai e sua menina Liza Marie



Sim, este é Frank Sinatra! Em momento paizão, ele brinca com os filhotes Nancy 
e Frank Jr.




Achôôô! Tony Curtis em “momento gut-gut” com a filhota, a futura atriz Jamie Lee Curtis



É muito amor! A lindinha Kerry aprendendo a dançar com o papai, o gênio lindo Gene Kelly



Glenn Ford e Peter, nos intervalos das gravações de um western – sim, Glenn era um superpai também na vida real!



Delícia! Muito antes dessa moda de homens aprenderem a cozinhar, Robert Mitchum já brincava na cozinha com os pimpolhos Christopher e James



Abraço gostoso de Kirk Douglas no filhão Michael Douglas



A bebezinha Rebecca “Becks” Welles, no colo da mamãe Rita Hayworth, não está nem aí para a careta do papai, Orson Welles.



Paul Newman com Lissy e Clea – ele já era gato, e ficava ainda mais gato no papel de paizão



Montando um brinquedo com seus moleques West e Scott, William Holden se diverte à beça



Meu Feliz Dia dos Pais a todos os 
leitores e suas famílias!

terça-feira, 8 de agosto de 2017

A ARTE RETROMODERNA DE ANNE TAINTOR



            Se você curte Diva Depressão, é fã de memes, entende inglês e tem alguma familiaridade com a cultura pop das décadas de 1940, 1950 e 1960, a arte de Anne Taintor vai ganhar sua simpatia. Descobri o trabalho (e a existência) de Anne por acaso, fuçando na Internet para fazer pesquisa para o meu blog. Se você nunca ouviu falar de Anne Taintor, vou apresentá-la a você nesta matéria.  

            Anne é uma verdadeira máquina de criar memes – na verdade, eu diria que ela começou a criar memes muito antes dos memes existirem. Através de colagens muito bem feitas, ela une ingênuas ilustrações tiradas de revistas dos anos 40, 50 e 60 (especialmente anos 50) com frases sarcásticas e irônicas, típicas dos dias atuais.

O contraste entre a sutileza dos desenhos da época ingênua das donas de casa recatadas com a total falta de filtro da Era da Internet rende obras hilárias. Como, por exemplo, essa abaixo, que diz: “Adivinhe onde eu tenho uma tatuagem?”.




Brincar com estereótipos femininos sempre foi a praia de Anne, que nasceu em 16 de agosto de 1953 e se formou em Estudos Visuais e Ambientais em Harvard, no ano de 1977. Ainda na faculdade, ela frequentou aulas de animação, técnica que teve grande influência no seu estilo. Mas a obsessão pelas figuras dos anos 1940 e 1950, especialmente pelas encontradas em revistas como Ladies Home Journal, surgiu no comecinho dos anos 80, época em que ela começou a criar e comercializar suas primeiras peças de arte, que eram brincos e broches, como meio de sustentar-se e sustentar a sua filha. Na mesma época, ela trabalhou também como garçonete e cozinheira. 




Mesmo que você não se considere feminista, mesmo que não seja amante do estilo retrô e mesmo que não curta memes, você corre o risco de virar fã de Anne Taintor. Afinal, suas obras têm um componente irresistível para qualquer um: o humor. E aquele humor estilo “língua afiada”, com zero de correção política. Esse sarcasmo todo tem uma origem.

“Fui criada nos anos 60, época em que uma mulher se casava, tinha filhos e depois sua vida acabava”, diz Anne. “Minha mãe era dona-de-casa e obviamente odiava isso, o ressentimento dela era palpável”. Um dia, no início dos anos 80, folheando aquelas revistas antigas, Anne começou a se perguntar o que as mulheres perfeitinhas mostradas naquelas páginas estariam pensando. Será que aquelas donas-de-casa certinhas, meigas e arrumadinhas eram realmente tão felizes quanto pareciam? Daí surgiu a idéia de, literalmente, colocar palavras na boca delas.




O resultado foi impagável e logo ganhou fãs, mulheres bem humoradas que disputavam os primeiros produtos artesanais que Anne confeccionava com essas colagens. Não era sem motivo – afinal, que mulher nunca pensou coisas como “Estou ficando igual à minha mãe” ou “Que bom que chegou a happy hour”?

Com a Era da Internet e a explosão dos memes, Anne Taintor viu seu número de admiradores ser multiplicado por mil. As “Taintorettes”, nome que Anne dá às personagens de suas obras, viralizaram mundo afora e hoje estampam os mais diversos objetos, desde ímãs de geladeira e blocos de anotações até quebra-cabeças e garrafinhas de água. O mais legal é que Anne procura conhecer as “Taintorettes” pessoalmente, para descobrir sua história e saber como elas estão hoje, e ouve relatos inacreditáveis, como o da moça que entrou em uma loja e deu de cara com um retrato da própria mãe estampado em um porta-moedas. Esses e outros casos são contados pela artista todos os meses em seu site oficial (https://annetaintor.com/). Até mesmo um homem que já apareceu em um ímã de geladeira foi entrevistado pela artista.

Para quem quer se divertir um pouco, coloquei aqui algumas das ilustrações mais bacanas criadas por Anne Taintor. Há outras tão boas quanto ou ainda melhores, mas que eu não posso colocar aqui porque contém palavrões. Se você não manja nada de inglês, não se preocupe: as inscrições de todas as figuras estão traduzidas (livremente) por mim, que sou tradutora de profissão. Vejam só:



“Alguém tem que dar um mau exemplo”




 
“Dizem ‘Faça todos os dias algo que te assusta’. Acho que vou ligar para a minha mãe”.




 
“Sem querer me gabar, sou uma péssima dona-de-casa”.




“Faça você mesmo a porcaria do seu jantar!”




 
“Estou ficando igual à minha mãe!”





 
“Engraçado... Não me lembro de ter pedido sua opinião!”





 
“Ter filhos: quando estragar sua própria vida já não é suficiente”





“Ela não via nenhum bom motivo para agir de acordo com sua idade”. 




"Beleza interior é para amadores". 




"Estou tão feliz que chegou a happy hour!"



FONTES
https://vimeo.com/66258763
Página de Anne Taintor no Facebook:



GIF DO DIA – 08/08/2017

Charles Chaplin tirando uma casquinha (literalmente!) do sanduíche das mãos do molequinho! Pérola do humor.



domingo, 6 de agosto de 2017

NÃO É BRINCADEIRA! OS BONECOS TIPO BARBIE E KEN DAS LENDAS DE HOLLYWOOD

Demorei para fazer esta matéria porque fiquei meses coletando as ilustrações. Afinal, ela tem mais fotos do que texto. Espero fazer uma série de postagens com este tema, porque a quantidade de imagens (e de curiosidades sobre elas) é muito grande para uma matéria só. O assunto aqui são os inacreditáveis bonecos estilo Barbie e Ken (lançados, obviamente, pela Mattel, empresa que fabrica o casalzinho de plástico) que são retratos incrivelmente perfeitos de ícones do cinema antigo. Há os de celebridades mais recentes, como, por exemplo, de Beyoncé grávida (http://www.dailymail.co.uk/femail/article-4291196/Artist-recreates-Beyonc-s-pregnant-Grammy-look-Barbie.html) e da série “Crepúsculo” (http://www.justlia.com.br/2012/11/novos-barbie-e-ken-dos-personagens-da-saga-crepusculo/); porém, como este blog cobre apenas o período histórico entre o cinema silencioso e o ano de 1979 (principalmente entre 1930 e 1960), vou mostrar as lendas do cinema clássico em versão de brinquedo. E vou falar, o capricho da Mattel nos detalhes é algo digno de nota: figurino idêntico, sapatos, brincos, colares, anel, bordados e estampas de roupas, unhas pintadas, maquiagem... Alguns deles vêm até com roupinhas pra trocar e acessórios bacanas, tudo igualmente fiel aos personagens e artistas que eles representam. Tem alguns que trazem até fãs junto (veja a postagem completa, que você vai entender e se divertir muito)! Qualquer fã, mesmo os mais exigentes, fica querendo levar esses bonecos pra casa, mesmo já não sendo mais criança!

Antes de continuarmos, dois avisos: 1) Nenhum destes bonecos me pertence. As fotos de todos eles vieram de pesquisas no Google; e 2) Até o fechamento desta matéria, nenhum deles tinha sido lançado no Brasil. Mas vale como curiosidade, pois esses brinquedos são obras de arte. E, pra quem vai pro exterior e tem filhas ou sobrinhas que ainda brincam de boneca, são um lindo presente que serve também para despertar a curiosidade das meninas a respeito dos atores (principalmente atrizes) e personagens que eles retratam. Com vocês, as Barbies e Kens das lendas do cinema:



GRACE KELLY

O sonho de toda menina no meu tempo (olha eu entregando a idade) era ter uma boneca noiva. Imaginem então uma boneca noiva que também é princesa e estrela de cinema! Só que esta Barbie Grace Kelly foi lançada recentemente. Ela reproduz o look usado por Grace em seu casamento com o Príncipe Rainier de Mônaco – não só o longo branco rendado, que é tido até hoje como o vestido de noiva mais elegante de todos os tempos, mas também o véu, os discretos brincos de pérola, o buquê e até um livrinho de orações. Parece que são poucos detalhes, mas não são; dê uma olhada na foto da Grace de carne e osso e você vai ver. Os lucros com as vendas da boneca Grace Kelly foram todos doados à Princess Grace Foundation-USA, a ONG de caridade fundada pela nobre artista.




JUDY GARLAND

A genialidade de Judy Garland não se restringia à Dorothy de “O Mágico de Oz”, mas, sendo este seu filme mais famoso, a personagem que fez parte da nossa infância foi escolhida para virar boneca. Há mais Barbies e Kens do Mundo de Oz, mas isso é assunto pra outra matéria. A Barbie Judy Garland usa o vestidinho xadrez que desde aquela época é copiado até dizer chega pelas meninas em festas à fantasia. O cabelo é daquele tom acobreado lindo que a Judy imortalizou. Ela carrega uma cestinha, e acredite, o Totó vem dentro! Os cobiçados sapatinhos vermelhos foram reproduzidos na boneca com perfeição, coisa que eu considerava praticamente impossível até ver essas fotos. O engraçado é que as versões piratas da boneca (sim, isso existe) têm cabelo castanho ou até preto, nada a ver com o ruivo lindo que era o cabelo da Judy neste filme, no auge da carreira.





MARILYN MONROE

Ela inspirou toda uma linha de Barbies com sua imagem, mas essa versão é a Marilyn que vem à cabeça de todo mundo quando se diz o nome da loira: vestida de branco, com a saia esvoaçando no ventilador. Essa cena de “O Pecado Mora Ao Lado” causou um escândalo na época em que o filme foi lançado (1955), mas hoje é um exemplo de graça, feminilidade e sensualidade, características que Marilyn representa tão bem até os dias atuais. Pena que a boneca é simples e vem com tão poucos acessórios – uma imagem tão icônica da estrela mais adorada da História merecia mais.




RITA HAYWORTH


Essa sim eu digo que merecia mais homenagens, inclusive de brinquedo. Tá certo, existe mais de uma boneca da Rita, mas aqui vou tratar só da boneca “Gilda”, aquela da cena da luva. No ano 2000, Yasmin Khan, a filha de Rita Hayworth, lançou a primeira boneca oficial da Rita em uma festa em Nova York, em uma parceria com a Columbia Pictures (e com quem mais poderia ser?). Em estilo Barbie, a Gilda usa o visual do “Put The Blame On Mame”: o vestido mais copiado da história do cinema, preto e longo, com as inesquecíveis luvas, os sapatos meia-pata, o colar e a estola de peles e, claro, o penteado mais imitado da história do cinema, aquele que Rita tornou sua marca registrada. O cigarro, claro, é a única característica marcante da personagem que não está lá, graças a Deus. Não considero o rosto tão parecido, e acho que poderia ter havido um capricho maior na reprodução dos detalhes e acessórios, como houve nas Barbies da Rita Hayworth lançadas posteriormente (aguardem postagem sobre o assunto). Mas a iniciativa de Yasmin foi maravilhosa: a renda de todas as bonecas Gilda vendidas foi revertida para a Associação de Combate ao Alzheimer, doença que vitimou sua mãe. Encontrei a imagem de outra Gilda versão Barbie, que, pessoalmente, acho mais bonita (foto abaixo). Mas se eu tivesse que comprar, sem dúvida nenhuma eu compraria a que Yasmin Khan lançou. E faria isso por puro ideal.






AUDREY HEPBURN

É através da figura de Audrey Hepburn que muitas meninas perdem o preconceito contra filmes antigos. Por isso, considero tão importante a Mattel ter caprichado tanto ao lançar uma coleção de bonecas caracterizadas como algumas personagens que foram vividas pela diva. Siiiim, há uma série de Audreys em versão Barbie, mas esta, claro, é a mais procurada pelos colecionadores. A versão boneca da “Bonequinha de Luxo” usa o vestido mais imitado da atriz, e todos os acessórios vem junto: tiara, estola de peles, jóias (réplicas daquelas preciosidades da “Tiffany’s”), e uma expressão facial que é e sempre foi o que Audrey tinha de mais elegante. Até a bolsinha e os clássicos óculos da personagem Holly Golightly foram incluídos na caracterização. Só não vem com uma piteira, porque aí é sacanagem, seria induzir as crianças a fumarem. Ainda bem!




CLARK GABLE, VIVIEN LEIGH E 
HATTIE MCDANIEL EM “E O VENTO LEVOU”

Por incrível que pareça, o maior filme de todos os tempos (e não só em termos de duração) deu origem a um monte de brinquedos, que inclui itens como uma versão da casa da Barbie inspirada na Fazenda Tara (http://www.wanderlustatlanta.com/2011/01/gone-with-wind-museum-frankly-its.html). E a Barbie e o Ken, claro, não ficaram de fora dessa tentativa de conquistar as pequenas fãs (e até alguns fãs adultos) do clássico. A Scarlett O’Hara, o Rhett Butler e a Mammy que você vê nas fotos abaixo são apenas alguns dos retratos perfeitos em versão brinquedo dos astros do filme. O que mais me impressiona nos bonecos de EOVL é a capacidade que os fabricantes tiveram de transmitir a força da expressão facial dos atores – essa força é responsável por boa parte do encanto do filme.




JAMES DEAN

O “Rebelde Sem Causa” lançou moda com seu visual jaqueta vermelha, camiseta branca e calça jeans – não só para uma geração, mas para sempre. E é com esse look que o Ken James Dean veio. Traje igual ao do ator, e cabelo também idêntico: penteado para trás, com topete e gel. O rosto é, no mínimo, igualzinho, com os mesmos olhos amendoados, o nariz reto e a boca carnuda. Emocionante, porém, é a expressão facial deste boneco, tão parecida com a de James: aquele olhar melancólico, perdido, que fazia a gente ter vontade de pegar esse rebelde no colo.




LUCILLE BALL


Você ama a Lucille Ball? Então vai adorar essa boneca da mulher mais versátil da história da mídia: a Barbie Lucy tem várias versões (achei, inclusive, uma Lucy pin-up!), mas esperem eu fazer uma matéria só com este tema. Esta Barbie aqui é a Lucille Ball em seu papel mais famoso, a Lucy Ricardo da série “I Love Lucy” – com um vestido azul de bolinhas brancas, o famoso cabelo que ela própria definia como (e era) “acaju de henna” preso num rabo de cavalo (este penteado na época se chamava “poodle”, por razões óbvias) e o sorrisão de batom vermelho no rosto. A concorrente Franklin Mint lançou uma versão ainda mais perfeita, que vem com uma mala cheia de roupinhas para trocar, todas elas inspiradas em figurinos que a diva do humor usou em sua carreira. A maletinha pode ser levada para qualquer lugar – um delírio para as meninas da minha época.




FRANK SINATRA E SUA “SINATRETE”  

O Rei da Voz e mito do cinema foi homenageado pela Mattel com bonecos também, todos com caracterizações perfeitas. Mas eu escolhi este item da coleção Sinatra-Mattel para mostrar aqui porque ele tem um detalhe interessante: vem com uma fã junto. Isso mesmo! Inspirado em uma imagem do jovem Sinatra nos anos 1940, auge de sua época de galã, este Ken usa típico visual de crooner da época (estilo que outros divos como Bing Crosby e Gene Kelly também usavam): terno xadrez com pulôver por baixo, cabelo com gel e topetinho discreto, gravata borboleta e calças meio largas, dobradas na barra. E repare no anel dourado no dedo mindinho! Tudo reproduzido com um baita capricho. Ele tem também um microfone com pedestal, como os que o cantor utilizava em seus shows naquele tempo. O mais curioso, porém, é a Barbie que acompanha o boneco: ela vem vestida como uma adolescente dos tempos da Segunda Guerra Mundial, as mesmas mocinhas que piravam e desmaiavam de paixão pelo “Frankie” (apelido que as fanáticas por Sinatra davam a ele nos anos 40). Ela é ruivinha, pois o cobre e o vermelho eram as cores de cabelo mais fashion naqueles tempos de transição do cinema preto e branco para o colorido, moda ditada pelas divas da tela. Veste o que parece ser um uniforme de colegial e traz na mão um discão de vinil parecido com os inúmeros 78 rotações que Sinatra gravou. “Fraaannnnkieeee, autografa pra mim!!!”. Pra você entender o que foi a loucura das “sinatretes” e ver como o figurino da boneca reproduz bem o elas, assista a este vídeo, gravado no início da década de 1940 nos EUA, pouco antes de um show do cantor: https://www.youtube.com/watch?v=Kq_wus1KL6Q




ELVIS PRESLEY E SUA "ELVISETE"



Mais um Rei aqui que vem com uma súdita! Repetindo o sucesso da dupla “Sinatra + Sinatrete”, a Mattel homenageou Elvis Presley lançando um kit parecido que trazia Elvis e sua “elvisete”. O figurino escolhido para esta versão do roqueiro pioneiro (sim, há outros Kens dele) foi o terno dourado da famosa capa do LP “A Touch Of Gold”, lançado em 1959: o jovem ídolo, que começava a construir o sucesso de uma carreira brilhante, foi fotografado com um terno dourado bem chamativo para a época, e que se destacava sobre o fundo preto. O cabelo é o inconfundível estilo “topete, costeleta e brilhantina” que virou febre entre os homens do período. Ele também vem com microfone e com uma miniatura mais que perfeita da guitarra original do cantor naquela época. A “elvisete”, em vez de um disco, trouxe fotos para o seu ídolo autografar. Ela usa o visual das adolescentes do tempo da minha mãe, que eram as elvisetes da vida real, com saia rodada cheia de anáguas por baixo, malha de lã justinha, lenço no pescoço e tênis com meia soquete. O rabo de cavalo que ela usa é bem a cara do começo dos anos 1960, e ela é loira porque naquele tempo as atrizes da moda tinham cabelos dourados. A maquiagem é fiel também, com olho de gatinho e batom rosa – porém, ao contrário do ar de derretimento da sinatrete, a expressão no rosto da elvisete não me parece muito animada... Pôxa, se eu ficasse tão perto do Elvis, era capaz de eu desmaiar! Não, não ia ser só a minha mamãe que ia ter um treco, hehehe...




ELIZABETH ‘CLEÓPATRA’ TAYLOR

De todos os bonecos desta matéria, essa foi, disparado, a que mais me impressionou. Eu era criança quando vi o filme “Cleópatra” e a imagem de Elizabeth Taylor como Rainha do Egito ficou tão gravada na minha memória que não consigo aceitar outra atriz nesse papel. Mas o mais impressionante pra mim até hoje era a quantidade de detalhes do figurino. Todo bordado com pedras e fios dourados, miçangas e contas, é algo que parecia impossível de ser reproduzido com perfeição em uma boneca tipo Barbie. Só parecia: olha a Barbie Elizabeth Taylor Em Cleópatra! A Mattel se superou nessa, não só copiando com uma fidelidade inacreditável o rebuscado visual da artista no inesquecível filme épico, mas também imitando perfeitamente a maquiagem exótica e os traços do rosto, para não falarmos no olhar da atriz! Uma miniatura perfeita de Elizabeth em seu clássico mais famoso.



FONTES