terça-feira, 22 de dezembro de 2020

FELIZ NATAL, LEITORES!!!

Este foi o ano mais esquisito de todos os tempos. Estou anunciando que durante o Natal estarei de férias e não farei publicações. Que venha 2021, lotado de esperança e de coisas boas! Abraços e muita gratidão por vocês terem me apoiado nessa minha retomada do blog. Que Deus abençoe muito a vida de cada um de vocês. Tenha um Feliz Natal, seja qual for a sua crença. #PazNoMundo

 




quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Direto do You Tube – O REENCONTRO INESQUECÍVEL DE DEAN MARTIN E JERRY LEWIS

 


    Assíduos frequentadores da “Sessão da Tarde” da Rede Globo nos anos 80 e musos das telas grandes na década de 1950, Dean Martin e Jerry Lewis formaram uma dupla de comediantes que inspira muita gente até hoje. Com um humor pastelão-raiz, eles se complementavam: Jerry era o bobo alegre atrapalhado, e Dean o amigo galã e pegador (Realista! Afinal, qual bobo alegre nunca teve um amigo galã pegador, e vice-versa?). Os dois começaram a trabalhar juntos, acredite, em 1946, em uma casa noturna. Estrearam no cinema em 1949, ano em que, pelas mãos de Hal Wallis – ninguém menos que o produtor dos filmes de Elvis Presley – ganharam papéis especiais no filme “My Friend Irma” (https://pt.wikipedia.org/wiki/My_Friend_Irma). A partir daí, foi um sucesso atrás do outro: “O Palhaço do Batalhão” (1950), “O Rei do Laço” (1956), “Ou Vai Ou Racha” (também de 1956), são títulos que estão no coração dos cinéfilos de verdade. Os filmes não impediram Jerry e Dean de continuar rodando os EUA com seus shows, sempre lotados. Como se fosse pouco, no auge do sucesso os dois comediantes ganharam até um seriado na TV, “The Colgate Comedy Hour”, patrocinado (isso mesmo) pela famosa pasta de dentes. Olha aqui um episódio: https://www.youtube.com/watch?v=4T5HpN8B2Qo






    Nem tudo, entretanto, foram flores. Justamente no momento em que a popularidade de Martin e Lewis atingiu o ápice, começaram as tretas. Os motivos são polêmicos até hoje. Tem gente que diz que era ego (um com inveja do outro), outros afirmam que era dinheiro (eles ganharam muita grana juntos), mas, durante uma entrevista reveladora feita no ano de 2005 (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0111200527.htm), Jerry Lewis contou algo inusitado: ele, na verdade, sentia culpa porque Dean Martin não teve o reconhecimento que merecia. Segundo ele, Dean nunca teve um ego grande, apenas ficava chateado de vez em quando. Era Jerry quem se incomodava porque o amigo era visto como “canastrão” e “artista fabricado”, coisas que, na opinião desta autora, Dean Martin jamais foi.




    No auge da celeuma, em 1955, com o povo especulando se Dean e Lewis estavam se estranhando por causa de inveja ou de grana (ou das duas coisas), a dupla garantiu ao público que os boatos sobre separação eram mentira, e fez isso cantando o clássico “Side By Side” , música que estourou na época e é interpretada até hoje por humoristas de stand-up lá fora (https://www.atribuna.com.br/2.713/jerry-lewis-foi-um-g%C3%AAnio-desprezado-nos-eua-afirma-cr%C3%ADtico-1.31805).

    Tudo teatro. Martin e Lewis só se falavam durante as gravações dos filmes. Fora isso, não trocavam uma palavra. O rompimento definitivo veio em 1956. A partir daí, cada um seguiu seu caminho – Jerry como comediante e diretor de jóias como a primeira versão de “O Professor Aloprado” (1963), e Dean como cantor e ator. Raramente, praticamente nunca, se viam.



    Em 1976, porém, Frank Sinatra armou um reencontro-surpresa entre Dean Martin e Jerry Lewis durante o programa “Telethon”, criado e apresentado pelo próprio Jerry (e que ganhou um remake aqui no Brasil). Na ocasião, fazia 20 anos que a parceria Martin-Lewis havia terminado. Sinatra, amigo em comum, tinha ido participar do programa como uma das atrações. O resto eu não vou contar, porque não dou spoilers. O vídeo deste momento tão importante na carreira do "Amore" e do eterno palhaço está aí abaixo pra vocês conferirem - com direito a um musical de Sinatra e Dean Martin no final. Realmente, é de arrepiar. Veja!  




FONTES 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_%26_Lewis

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0111200527.htm

https://cinemaclassico.com/curiosidades/os-ultimos-dias-de-dean-martin/

http://www.planetatela.com.br/critica/jerry-lewis-e-dean-martin-em-sessao-dupla-de-dvd/

https://pt.interestrip.com/why-dean-martin-and-jerry-lewis-split-up

https://www.atribuna.com.br/2.713/jerry-lewis-foi-um-g%C3%AAnio-desprezado-nos-eua-afirma-cr%C3%ADtico-1.31805

https://www.theguardian.com/film/2017/aug/20/jerry-lewis-obituary

 

LINK ALTERNATIVO

Vídeo do reencontro (sem legendas): https://www.youtube.com/watch?v=RRq2ed1fK2k


quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

GIF DO DIA – 09/12/2020


“Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos!” A MONSTRUOSA Gloria Swanson em “Crepúsculo dos Deuses” (que eu, aliás, já resenhei neste blog https://poltrona-r.blogspot.com/2016/07/dvd-crepusculo-dos-deuses.html)

O texto dessa semana vai demorar, mas vai sair, viu?




terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A ERA DE OURO DOS HITS-CHICLETE NA PROPAGANDA



Washington Olivetto, um cara que eu admiro muito, tem uma frase certeira: “O segredo do sucesso de uma boa publicidade é transformar o consumidor em mídia”. Ou seja, criar canções e bordões que façam sucesso com o grande público e entrem para a cultura pop. “É uma propaganda gratuita, em que todo mundo acredita”, diz o publicitário , responsável por obras de arte como o arrepiante comercial da Folha de São Paulo que tinha a imagem de Adolf Hitler e que propunha uma reflexão sobre os métodos da imprensa para transmitir notícias. (O comercial foi premiado e era este aqui: https://acontecendoaqui.com.br/propaganda/comercial-hitler-e-um-dos-100-melhores-comerciais-de-todos-os-tempos).

Mas como o papo aqui é cultura pop, esses dias eu estava inspirada e me peguei cantando umas musiquinhas de comerciais antigos, todos eles do meu tempo de menina. Era uma época em que as agências de publicidade entendiam a eficácia de jingles bem-feitos e irresistíveis, que a gente saía cantando simplesmente porque não conseguia tirar da cabeça. Essa tendência sempre existiu, mas explodiu nos anos 70 e 80. Foi a era dourada daquilo que eu chamo de pop chiclete publicitário, ou seja, canções que viraram hits instantâneos e que, como sabiamente disse o Olivetto, faziam com que todo mundo virasse garoto-propaganda involuntário das marcas anunciadas.



Você com certeza já ouviu o termo “boomer”. Nos EUA e Europa, ele é utilizado para designar aquela geração que nasceu após o fim da Segunda Guerra Mundial, pois nessa época houve o chamado “baby boom” (muitas crianças nascendo muita gente tendo filhos). No Brasil, o termo “boomer” é sinônimo de outra geração: a que veio ao mundo nos anos 70, principalmente na primeira metade da década, ou seja, entre 1970 e 1974 (tipo eu). Foi nesse período que a explosão de natalidade aconteceu no nosso país, graças ao chamado “Milagre Econômico”. O que isso tem a ver? Tudo. Nos anos 70 e 80, as agências de publicidade sabiam que, sendo então as crianças a maioria da população, era a elas que as propagandas tinham que ser direcionadas – afinal, a molecadinha tinha influência sobre as decisões de compra dos pais.

Pra não perder a inspiração, corri pro computador e fiz essa matéria. Ranqueei alguns dos hits mais bacanas (e claro, mais pegajosos) daquela época. São anúncios que ficaram no ar durante anos, simplesmente porque o público (crianças, em especial) os adorava. Algumas dessas marcas nem existem mais, eu acho. Mesmo assim, não estranhe se você se pegar cantando uma dessas gloriosas canções pop feitas pra vender de balas saborosas a veneno de barata. Quem tá na casa dos 45 a 55 anos de idade, então, pode preparar o lencinho. Uma chuva de ciscos vai cair nos olhinhos de vocês...

 

8 - “Primavera, Papel, Primavera” (PRIMAVERA, Anos 70)

A marca de papel higiênico tornou-se nacionalmente conhecida em meados da década de 70. Existe a piada até hoje de que Primavera é o papel que "limpa, lixa e dá acabamento” (entendedores entenderão). Chacotas à parte, o papel rosinha e áspero (uiiiii) teve sua popularidade turbinada graças não apenas a este comercial e sua trilha sonora, mas à personagem apresentada nele, a Menina Primavera. Junte tudo isso ao fato de a propaganda ser um desenho animado, e pronto: as crianças começaram a encher a paciência dos pais para que eles comprassem papel higiênico da marca Primavera. Curiosidade: quem deu voz à Menina Primavera foi Sarah Regina, que gravou em português diversas aberturas de animações famosas, como “Sailor Moon” (https://www.youtube.com/watch?v=-IRzh9GtNyg)

 



7 – “Solte-se, Liberte-se” (REXONA, 1976)

O jingle tocou no rádio e em comerciais de televisão. O mote da campanha publicitaria era mostrar que o Desodorante Rexona dava liberdade para o consumidor fazer o que quisesse sem se preocupar com aquele famoso cheirinho embaixo do braço... O criador da canção foi ninguém menos que Edgard Poças, compositor de vários hits do inesquecível grupo infantil Balão Mágico (https://pt.wikipedia.org/wiki/Turma_do_Bal%C3%A3o_M%C3%A1gico) Ou seja, não foi só com o famoso conjunto da cantora Simony que Poças fez parte da nossa infância...




6 – “Coca-Cola, Abra Um Sorriso” (COCA-COLA, 1980)

Tendo nosso eterno “professor” Chico Anysio como astro, a campanha publicitária iniciada em 1980 para o refrigerante mais famoso do mundo ganhou uma fatia inesperada do público: as crianças. Lembro que a gente cantava essa música no recreio da escola e criou até coreografia pra ela. Se a molecada já gostava de Coca-Cola, imaginem depois disso... Nossos pais é que devem ter ficado de cabelo em pé!


 

5 – “Café Seleto” (SELETO, 1974)

Outro hit que já nasceu clássico. A propaganda que celebrizou a tradicional marca de café mostrava crianças em um sítio, em meio à natureza – a perfeita definição de paraíso, principalmente para nós, a molecada da cidade. O jingle inesquecível foi criado em 1974 (como diria Marcelo D2, o ano em que "o mundo começou, pelo menos pra mim”). Foi tamanho o sucesso que a musiquinha foi reutilizada durante muitos anos. E, claro, o anúncio ainda teve um efeito colateral educativo: muitos meninos e meninas criaram o hábito de “levantar, tomar aquele banho e escovar os dentinhos” graças a este grude clássico. Bons tempos aqueles.

 



4 – “DD Drin” (DD DRIN, 1976)

Com um ritmo contagiante, este clássico absoluto ficou no ar por cerca de uma década. O iêiêiê mata-barata tinha como objetivo promover a empresa de dedetização DD Drin. Um detalhe inacreditável: a DD Drin existe desde 1957 (!!!), mas atingiu o auge da popularidade nas décadas de 70 e 80, graças (adivinhem) aos insetos cantantes e dançantes desta animação feita por Ely Barbosa, irmão do escritor Benedito Ruy Barbosa (ele mesmo, o autor de novelas da Rede Globo). Não posso me esquecer da importância histórica que o famoso comercial da DD Drin teve: a estréia dele ocorreu bem na época em que praticamente toda a programação da TV brasileira era em preto e branco. Reparem que os insetos de rosto pintado que aparecem no vídeo são uma referência à mitológica banda Secos e Molhados, que tinha Ney Matogrosso como vocalista. https://www.youtube.com/watch?v=vDvjecJOpa4 

 


3 – “Um Banho De Alegria Num Mundo de Água Quente” (DUCHAS CORONA, 1972)

A série de anúncios para o inovador fabricante de chuveiros começou em 1972, com o jingle de campanha. O primeiro comercial foi uma pérola filmada na Cachoeira do Prumirim em Ubatuba, SP. Transmitia a ideia de que um banho revigorante deixa as pessoas mais felizes (e não é bem verdade?). O hit das duchas Corona é um filho de muitos pais. Quando a marca de chuveiros decidiu lançar no mercado nacional as primeiras duchas feitas de plástico, encomendou um comercial, e o projeto caiu no colo do compositor Francisco Monteiro, mais conhecido como Francis Monte. Ele foi descoberto enquanto tocava em uma casa de shows, pelo produtor José Mário. Os dois bolaram o jingle e, logo em seguida, o apresentaram à equipe da agência de publicidade, que rejeitou a composição, dizendo que o objetivo do projeto de marketing da Corona era “vender chuveiros, e não sabonetes”. Confiando no próprio taco, Francis gravou a canção em uma fita K7 e a entregou diretamente a Amílcar Yamin, o proprietário da empresa Corona. Amílcar se apaixonou na hora pelo jingle. Resultado: “Um Banho de Alegria Num Mundo de Água Quente” estourou no Brasil inteiro e foi adotada como trilha oficial da publicidade das Duchas Corona durante 12 anos. Um banho de competência!

 


2 – “Roda, Roda, Baleiro” (BALAS KIDS, 1978)

Fiquei surpresa ao saber a data em que o jingle das famosas e deliciosas balas de leite Kids foi produzido: 1978. Sim, porque a música foi um sucesso colossal na primeira metade dos anos 80, e é praticamente um símbolo daquela época pra mim. Tão doce, gostoso e grudento quanto o produto que anunciava, este hino tem uma história bastante curiosa. É comum o compositor de uma canção gravar uma demo da música apenas com sua própria voz e uma base instrumental, geralmente um piano ou um violão, para enviar à gravadora, à agência de propaganda ou a quem quer que tenha feito a encomenda da obra para ele. Foi o que fez Renato Teixeira, autor de clássicos da MPB como “Romaria”, de Elis Regina (https://www.youtube.com/watch?v=2r3RgH5LcYE). Ele enviou despretensiosamente uma versão de “Roda Baleiro” apenas com seu vocal e um violão para os proprietários da Kids verem se gostavam. Os donos da marca de bala mais gostosa do planeta se apaixonaram tanto por aquela canção que quiseram que a versão acústica mesmo, na interpretação do meu xará, fosse utilizada no comercial. Rever o anúncio da Bala de Leite Kids décadas depois é de arrepiar. Aquele baleiro realmente existia nos balcões das lojas e mercearias da década de 80, e foi símbolo de uma infância que as gerações posteriores nunca conheceram e, pelo visto, as futuras gerações jamais conhecerão. Era uma brincadeira divertida “girar o baleiro” para ver qual cor e variedade de bala ia estar na nossa frente, para a gente abrir a tampa e pegar – como se fosse um “Roda-Roda Jequiti” das guloseimas. Para os que não viveram a época e querem entender melhor como esse jogo funcionava, basta assistir ao comercial, que retrata tão bem esse momento de diversão com as coisas mais simples.  

 

 

1. “Groselha Vitaminada Iahuuu” (GROSELHA MILANI, 1978)

A Milani foi fundada em 1955 e introduziu no Brasil uma bebida que já era sensação lá fora: o xarope de groselha (o nome é feio, mas é esse mesmo). O sucesso do produto foi incrível nas festas infantis, o que levou a empresa a lançar mais uma novidade, chamada sacolé. Eram os hoje conhecidos saquinhos de plástico cilíndricos com groselha congelada como se fosse sorvete. Era 1978 quando a Milani, investindo ainda mais na criançada, soltou este anúncio tão divertido que chegava a ser covardia. Um desenho animado com uma bolinha cor-de-rosa que mostrava como a groselha era um produto prático e gostoso. O comercial foi um hit tão avassalador que seu uso durou 10 anos. Curiosidade pra destruir suas ilusões de infância: o cantor Zelão, que interpretava o jingle da Groselha Vitaminada Milani, possuía uma voz bem grossa. Para que no ela soasse fina, aguda e infantil, bem adequada à bolinha-personagem, a canção teve de ser gravada com velocidade acelerada. Iahuuuu!




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FONTES

 

https://www.portalodia.com/noticias/piaui/o-sucesso-e-transformar-o-consumidor-em-midia-diz-washington-olivetto-106863.html

https://acontecendoaqui.com.br/propaganda/comercial-hitler-e-um-dos-100-melhores-comerciais-de-todos-os-tempos

https://acontecendoaqui.com.br/propaganda/comercial-hitler-e-um-dos-100-melhores-comerciais-de-todos-os-tempos

https://www.propagandashistoricas.com.br/2014/09/papel-higienico-primavera-anos-70.html

https://www.infantv.com.br/primavera.htm

http://www.edgardpocas.com.br/category/jingles-trilhas-campanhas-fotos-filmes-historias/jingles/

https://www.propagandashistoricas.com.br/2014/01/dddrin-1976.html

https://memorialdoconsumo.espm.edu.br/duchas-corona-da-banho-de-alegria-num-mundo-de-agua-quente/

https://www.atribuna.com.br/2.713/livro-revela-os-bastidores-de-jingles-memor%C3%A1veis-1.42664

https://muzeez.com.br/historias/groselha-vitaminada-milani/8ycQiqoZSxMR7G7jo

https://www.guiadoscuriosos.com.br/jingles/a-historia-e-o-jingle-da-groselha-vitaminada-milani/

https://clubedojingle.com/video/groselha-vitaminada-milani/

https://www.sinergiapublicidade.com.br/5-comerciais-antigos-que-mostram-como-a-publicidade-na-tv-evoluiu/