quinta-feira, 29 de outubro de 2020

DIRETO DO YOUTUBE – Uma cervejinha com Tom e Vinícius


    Na minha matéria sobre propagandas que ressuscitaram celebridades (http://poltrona-r.blogspot.com/2020/10/elvis-dercy-audrey-e-chaves-os.html), cometi um erro imperdoável: o de não mencionar esta obra prima, feita nos anos 90 pela agência Fischer & Justus. A personalidade que foi recriada no comercial cujo vídeo eu postei nesta matéria é o poeta e compositor Vinícius de Moraes, que na época em que o comercial foi realizado e veiculado (1991) já havia falecido. Vinícius nasceu no Rio de Janeiro em 1913 e é considerado um dos criadores da bossa nova. Era conhecido não só pelo talento, mas também pela fama de boêmio. Como ele era fã de uma boa cerveja, a Brahma o “convidou” para estrelar (através de efeitos especiais, é claro) um dos seus comerciais mais clássicos, que causou arrepios e até lágrimas no público (incluindo eu mesma, claro). Na peça publicitária, Vinícius ressurge nas lembranças do seu parceiro mais famoso, o maestro, cantor e compositor Tom Jobim, considerado o maior artista da história da música brasileira (olha aí eu falando de mais dois ícones nacionais!). Detalhe: Tom era vivo na época. Além da canção “Garota de Ipanema”, que é um hino em todo o mundo, também é apresentado o famoso “Soneto de Fidelidade” de Vinicius de Moraes (http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/soneto-de-fidelidade), na voz do próprio. Todos aqueles que sentem vergonha de ser brasileiros deviam assistir a este vídeo pelo menos uma vez na vida, para rever seus conceitos. O final da propaganda mostra o reencontro dos dois amigos (não estranhe se nessa hora um cisco inconveniente resolver cair no seu olho). Não vou dar spoiler pra quem nunca viu ou não se lembra do comercial. Tom Jobim nos deixou em 1994.

 




LINK ALTERNATIVO

Já percebi que vários dos vídeos que eu posto aqui estão sendo excluídos, não sei se pelo YouTube ou pelo próprio Google mesmo. Então, para não deixar vocês na mão, a partir de agora passo a incluir nas minhas matérias links de outros locais na Internet onde vocês poderão ver os vídeos. Caso eu não tenha postado nenhum link alternativo para algum vídeo, é porque infelizmente não tem (ou eu não encontrei) nenhum. No caso do vídeo desta matéria, graças a Deus ele é bem fácil de achar.

https://www.youtube.com/watch?v=E8TohPMX1iI

https://www.bol.uol.com.br/videos?id=tom-jobim-faz-comercial-para-a-cerveja-brahma-04024D1B316AE4813326

https://www.dailymotion.com/video/x7eun7l

https://tvuol.uol.com.br/video/tom-jobim-e-vinicius-de-moraes-em-comercial-da-brahma-0402CD1B3070E0813326



FONTES

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/3/21/esporte/4.html

https://propmark.com.br/mercado/10-campanhas-que-mesclam-propaganda-e-arte/

http://www.chicobuarque.com.br/texto/entrevistas/entre_16_11_96.htm

https://www.facebook.com/watch/?v=2621442808115841

https://observatoriodatv.uol.com.br/noticias/relembre-os-comerciais-de-tv-que-marcaram-a-sua-vida

http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/soneto-de-fidelidade

https://pt.wikipedia.org/wiki/Vinicius_de_Moraes

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Carlos_Jobim

 


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

DVD – CHICO ANYSIO, CARTÃO DE VISITAS


Chico Anysio, Cartão de Visitas

Ano de Produção: 2003/2004

Direção: Márcio Trigo

Elenco: Chico Anysio, Evandro Mesquita, Castrinho, Berta Loran e outros.

Duração: 154 minutos

Colorido

Gravadora: Som Livre

   



Quando Chico Anysio (1931-2012) morreu, aos 81 anos de idade, todo brasileiro sentiu como se tivesse perdido alguém da família. Na verdade, vários “alguéns” – afinal, a televisão brasileira perdia uma família inteira de personagens clássicos que o público amava. Para quem nunca ouviu falar de Chico Anysio ou teve pouco contato com sua obra, o comediante cearense foi, na minha opinião, o maior ator que este país já teve. Tamanha era sua versatilidade que ele se desdobrava em inúmeros personagens – a maioria criada por ele mesmo. A genialidade de Chico era tamanha que cada papel que ele interpretava não apenas parecia uma pessoa real, como poderia ser uma figura com quem a gente topava na rua ou na fila do supermercado, em alguma festa ou até mesmo na estrada, durante alguma viagem pelo Brasil. Mesmo após tanto tempo sem vermos nada dele na telinha (afinal, como sabemos, a televisão brasileira não tem memória e nem faz questão de ter), o trabalho desse fantástico artista impressiona pela  qualidade, pela inteligência e, principalmente, pela atualidade quase profética. Percebi que tenho falado pouco sobre os ícones brasileiros – sim, nós brasileiros também temos os nossos – então aqui vai uma justa homenagem a um cara que, pra mim, é patrimônio cultural nacional. Este DVD está aqui não apenas por causa disso, mas também pela importância histórica. Chico desenvolveu um estilo único de interpretação,que até hoje influencia milhares de atores no Brasil inteiro. Lançou moda e inventou muitas das gírias que usamos até hoje. Chico Anysio foi o primeiro ator que eu admirei pelo talento na minha vida. Cresci assistindo e acompanhando sua obra. Tive contato com os programas dele na Rede Globo quando eu ainda era criança, e fiquei viciada – até entrevistas com ele eu parava pra ver. Além de ser o ator recordista do número de papéis na teledramaturgia brasileira (foram mais de 100), Chico também desenvolveu e estrelou o seriado mais querido da nossa TV, a “Escolinha do Professor Raimundo”, cuja versão original foi um sucesso estrondoso na década de 1990 (https://www.youtube.com/watch?v=EtxMTjz8eN8). Entre 2003 e 2004, a Globo, emissora que foi a “casa” de Chico Anysio durante quatro décadas, produziu algo que eu sempre sonhei ver: a série “Cartão de Visitas”, em que o próprio Chico revelava o nome completo, o local de nascimento, a história de vida e até alguns segredinhos de cada um de seus personagens. Não sei qual foi o critério para seleção, mas está lá a maior parte dos papéis imortalizados pelo comediante. São 32 episódios, cada um dedicado a um personagem diferente. Infelizmente, o Professor Raimundo não aparece no DVD, porque, graças a Deus, a série ganhou um box só pra ela. Entretanto, maratonando os episódios de “Cartão de Visitas” como eu fiz, você vai viajar no tempo. Quem tem mais de 40 anos vai se emocionar, e quem é mais novo, se assistir com a mente aberta, vai virar fã pra sempre. A propósito, já vou dar um aviso para não causar pânico na tripulação: os tipos que aparecem na série foram criados nas décadas de 70 e 80 – a maioria nos anos 80, época em que se fazia piada com absolutamente tudo e todos. Embora o humor “anysiano” não fosse chulo ou grotesco, era politicamente nada correto, e atualmente coisa igual simplesmente não poderia existir. Algumas piadas vão até chocar a galera mais nova. “Cartão de Visitas” teve produção mais recente, e perdeu parte deste espírito – não tem a virulência da fase oitentista de Chico, mas dá uma boa ideia do que foi a obra dele. O espectador vai entrar no mundo de Justo Veríssimo, político canalha cujo lema é “Eu quero que pobre se exploda” (ele se elegeu com uma votação colossal graças a uma campanha que colocaria Pinóquio no chinelo, e depois de tomar posse virou um mestre da corrupção). Vai conhecer (ou reencontrar) Bento Carneiro, o Vampiro Brasileiro, que está para o Drácula assim como o Chapolin Colorado está para o Superman: quer assustar as pessoas, mas só provoca risos, principalmente quando resolve “pinchar a marrrdição” para concretizar sua vingança “malígrena”. Vai ter uma sensação de familiaridade ao acompanhar as fanfarronices de Coalhada, um super jogador de futebol que só quer saber de farra, bebida e mulher, mas que na hora de treinar foge igual ao diabo da cruz. Vai se identificar com o Jovem, um universitário cabeça-oca que adere ao visual, às gírias, aos comportamentos e até mesmo à ideologia política da galera da faculdade sem saber nem o que está fazendo, apenas pelo medo de ser excluído e chamado de “bundão” (e, claro, para chocar os pais conservadores!). Outro personagem que o espectador vai achar surpreendentemente contemporâneo e que está presente na série é Tim Tones, um pastor evangélico picareta que fatura às custas dos fiéis ingênuos e vende os mais incríveis produtos “abençoados” que fazem milagres (a música-tema do personagem marcou época). Outra criação de Chico Anysio que virou lenda e que permanece atual é Haroldo, o ex-gay – ele também vai surgir na telinha pra quem vê este DVD. Cansado de sofrer preconceito, Haroldo resolve “se transformar” em heterossexual, mas não consegue negar sua própria natureza e sempre acaba se apaixonando por homens. De maneira sutil, Chico mostra que, embora a discriminação contra gays exista, o maior ódio que uma pessoa pode sofrer é o dela contra si mesma. E continua o desfile de figuras que marcaram época, todas vividas por Chico, todas inacreditavelmente contemporâneas. O clássico Nazareno, o homem machista que trai a mulher com a empregada. A escrotice do cara é tão grande que ele maltrata e xinga a esposa na frente da amante. Painho, o pai de santo popstar que adora ser mimado pelas suas “irmãs” do terreiro e receber celebridades (alguém aí lembrou do Inri Cristo?https://www.youtube.com/watch?v=NWUsDOY2S_A). Alberto Roberto, sujeito egocêntrico e “estrelão” que não tem talento pra nada mas ama os holofotes e faz as coisas mais ridículas para aparecer na mídia, desde bancar o galã em novelas estilo mexicano/argentino até se transformar em uma metralhadora de abobrinhas como entrevistador (os mais velhos aqui com certeza se lembram do “Show do Alberto Roberto” https://www.youtube.com/watch?v=vU0VNckZ3lg). Outra figura interessante é o Bozó, um rapaz feio e pobretão que utiliza um falso crachá do Projac para obter vantagens na vida, e, principalmente, conquistar lindas aspirantes a atrizes. “Eu trabáio na Grôbo!”, diz ele (agora, quando for chamar alguém de Bozó, você sabe a origem dessa gíria). Em todos os episódios, dá pra ver que Chico Anysio explorava com maestria as diferentes características de cada lugar do Brasil, os variados tipos humanos e suas manias e uma crítica social afiada para compor personagens que até hoje moram no coração do público. Em “Cartão de Visitas”, o que deixa qualquer um de queixo caído é a naturalidade com que o criador fala de cada uma das suas criaturas, como se fossem pessoas de verdade que ele tivesse conhecido. A sensacional abertura da temporada de 1984 do seu programa na Globo brincava de forma esperta com os boatos de que Chico Anysio tinha transtorno de personalidade múltipla (aliás, foi a melhor abertura que eu já vi na minha vida https://www.youtube.com/watch?v=U5FnBnxKSMQ). No final do último episódio de “Cartão de Visitas”, a gente, mesmo depois de ter dado boas gargalhadas, fica com uma sensação de tristeza ao ver o quanto a televisão brasileira andou para trás nos últimos 20 anos. A sofisticação da obra de Chico Anysio é algo impensável na indústria do entretenimento que temos hoje. Humor para rir, mas também para refletir. E que, como prova este DVD, ainda rende bons debates quando assistido em família e/ou com os amigos. Chico zoava igualmente os ricos e os pobres, os gays e os héteros, os cristãos e os umbandistas, os políticos e os eleitores, os famosos e os cidadãos comuns. Ninguém, absolutamente ninguém, escapava da mira do comediante. Ele conseguia ser politicamente incorreto, mas emocionar; ser sofisticado, mas falar ao grande público; ser ácido, mas lavar a nossa alma. Isso sem contar o talento fora do normal – além de ator e autor, ele também foi diretor, radialista, dublador, compositor (a música-tema de abertura de seu programa na década de 80 era de autoria dele) e ainda ajudou a lançar feras como Tom Cavalcante (que até hoje o homenageia frequentemente). Considero este DVD obrigatório, principalmente para você que estuda arte dramática. Vale por uns três meses de curso de teatro, e ainda é bem mais em conta.

 


 


CURIOSIDADES

 

• Um dos pouquíssimos atores da versão original do programa aparece aí, neste vídeo que eu coloquei no final da matéria, já que não há trailer nem vídeo promocional do DVD. Trata-se de Castrinho, que vive Cascatinha, um garoto mimado, mas de bom coração. Ele é filho de Cascata (Chico Anysio), um ex-artista de circo. Embora seja pobre, Cascata estraga o garoto por excesso de amor: ele simplesmente não consegue perceber que Cascatinha cresceu. O bordão “Meu paipai, meu garoto” era a marca registrada dos personagens. Com o estouro de Cascata e Cascatinha, Chico Anysio conseguiu rejuvenescer seu público e ganhou a criançada. O sucesso de Cascatinha foi tão grande que ele entrou para o elenco do programa infantil “Balão Mágico”, que é cultuado por todos nós que fomos crianças no início dos anos 80 (https://www.youtube.com/watch?v=tRxmTaO-O1k). Ver o reencontro entre Castrinho e Chico foi emocionante. De arrepiar, mesmo.

“Cartão de Visitas” tem direção de Márcio Trigo, que possui, em seu variado currículo, trabalhos com Faustão e os Trapalhões. Escolha acertada!

• Atores da então novíssima geração da Globo participam da série: Mariana Ximenes, Maria Paula, Eduardo Moscovis e Juliana Paes são alguns. A eles se juntam veteranos como José de Abreu, Glória Pires, Lúcio Mauro, José Wilker e outros já conhecidos. É a arte promovendo o encontro de gerações.   

 A capa que eu postei na matéria é a homenagem que o jornal “O Dia” fez por ocasião da morte de Chico Anysio. A capa do jornal inteira foi dedicada a ele. A manchete não podia ter traduzido melhor o impacto da perda de um homem que tinha várias caras, todas elas a cara do Brasil.

 

EXTRAS

Não tem, infelizmente.

 

EMBALAGEM

Bacana, com caixinha de papelão sobre um estojo bonito e colorido. Era o mínimo que se esperava de uma homenagem a esse gênio da comédia.   

 

Trecho do DVD: 


 

 

FONTES

https://dasantigasnet.blogspot.com/2019/03/chico-anysio-cartao-de-visitas-vol-01.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Anysio

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_personagens_criados_por_Chico_Anysio

https://blogs.correiobraziliense.com.br/proximocapitulo/chico-anysio-completaria-88-anos-nesta-sexta-lembre-8-personagens-do-humorista/

https://baurutv.com/2016/11/10/chama-o-sindico-o-canavieira-chico-anysio/

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/pais/apos-liberacao-judicial-cinzas-de-chico-virao-para-maranguape-1.326539

https://baurutv.com/2016/10/12/nomes-dos-personagens-de-chico-anysio/

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

RITA HAYWORTH, 102 ANOS – POR QUE ELA É RELEVANTE E AINDA INFLUENCIA AS MULHERES


 

Este texto deveria ter sido publicado em outubro de 2018, por ocasião do centenário do nascimento de Rita Hayworth. Porém, naquela época eu tinha dado um tempo da blogosfera e estava afastada. Agora que eu retomei o blog, tirei o texto da gaveta e, feitas as devidas correções de datas, aqui está ele publicado, atendendo a pedidos.

 

    No último dia 17 de outubro, um dos meus ídolos, a atriz Rita Hayworth (1918-1987) teria completado 102 anos se tivesse viva. A data foi (graças a Deus!) muito lembrada lá fora, mas passou praticamente despercebida aqui no Brasil. Isso é uma pena, pois no nosso país, onde já há um preconceito contra qualquer produção cinematográfica feita antes dos anos 1980, essa mulher incrível raramente é lembrada, e quando isso acontece, na maioria das vezes uma infinidade de bobagens é dita sobre ela, sua vida e sua obra. Raramente se fala, porém, sobre o modo como ela influenciou o público feminino tanto em termos de estilo quanto de comportamento, o que ela trouxe para as mulheres, seu jeito único de atuar, dançar, provocar os homens e, por tabela, a censura. Se você chegou agora no meu blog e nem imagina quem seja Rita Hayworth, recomendo antes a leitura do meu texto sobre ela (que, aliás, continua sendo o mais lido do meu blog: http://poltrona-r.blogspot.com/2017/05/rita-hayworth-1918-1987-30-anos-sem.html). Caso você já saiba quem foi Rita Hayworth e/ou a considere uma artista fabricada e de pouca relevância histórica e artística, continue lendo este texto aqui, e veja o que nós mulheres devemos a ela. Você vai se surpreender.

 

O VESTIDINHO PRETO INDEFECTÍVEL


O famoso “pretinho básico” existe desde 1926, graças à genial estilista Coco Chanel (https://www.passaportedoluxo.com/2012/06/historia-do-vestidinho-preto-icone-fashion-criado-por-coco-chanel.html). Mas o boom desta peça de roupa queridinha da mulherada só aconteceu em 1946, quando Rita usou seu famoso tomara-que-caia de cetim negro no filme “Gilda”, e justamente na polêmica cena em que ela tira sugestivamente uma luva. O modelo foi criado pelo estilista Jean Louis, que vestiu a Rainha da Columbia Pictures na maioria de seus filmes. A partir daí, o vestido preto básico entrou para a cultura pop – e para o dia-a-dia feminino.

 

MECHA NO CABELO


Isso mesmo. Em 1941, Helen Hunt, a cabeleireira da Columbia, teve a ideia de pintar uma mecha loira no cabelo de Rita, como forma de suavizar a transição do cabelo da atriz para a testa. Explico: o marido e primeiro empresário de Rita, Edward Judson, cismou que a testa dela era pequena demais e praticamente a forçou a passar por um doloroso processo de eletrólise para remover uma parte de seu cabelo, para que o rosto dela parecesse maior e menos redondo. Como Rita desejava mais do que tudo ser famosa, ela aceitou e fez esse procedimento, mas as marcas que ele deixou na testa precisavam ser amenizadas – daí a sacada de Helen de tingir a parte da raiz do cabelo da diva, perto do rosto, num tom de loiro-claro. Era para ser apenas uma gambiarra, algo provisório até que a cicatriz na testa de Rita sumisse de vez. Inacreditavelmente, as mulheres daquela época amaram a invenção de Helen e passaram a adotá-la em seus próprios cabelos, se referindo ao estilo como “mechas de Rita”.

 

A RUIVICE FASHION


Falando em cabelos, esta é outra boa história. No início de sua carreira, na década de 1930, a jovem atriz Margarita Cansino (nome de batismo de Rita Hayworth) aceitava praticamente qualquer papel que lhe oferecessem, o que fez dela uma espécie de musa dos filmes B. Nessas produções baratas e rodadas em preto e branco, a garota precoce e talentosa quase sempre interpretava os chamados personagens ‘étnicos’ (odeio esse termo), tipo espanhola, odalisca, americana sulista (sim, porque no Sul dos EUA a população latina é grande) e figuras assim. A mocinha, filha de pai espanhol, não saía disso por causa do seu visual e do seu sotaque da fronteira americano-mexicana, onde ela já morava há anos (embora tivesse nascido em Nova York). Mas ao contrário de muitos produtores de conteúdo, que insistem em afirmar que Rita “se vendeu ao sistema e apagou toda a sua origem espanhola por dinheiro e fama, entregou a alma ao diabo, etc, etc”, a futura estrela mudou o visual e adotou artisticamente um sobrenome britânico (que, aliás, era o nome de solteira de sua mãe, uma anglo-americana de sangue aristocrático) apenas para quebrar esse ciclo e conseguir um número maior e mais variado de papéis. Ela emagreceu, afinou as sobrancelhas, clareou os cabelos naturalmente castanho-escuros para um tom de marrom claro avermelhado e mais tarde aderiu ao acajuzão de vez. E esse tom ruivo virou praticamente um sinônimo de Rita Hayworth. Além disso, seu corte de cabelo característico, também conhecido como "Gilda" por causa do filme homônimo, é 'apenas' o penteado mais imitado da História do cinema. Sim, era verdade que Rita era uma menina ambiciosa e que dava um valor excessivo ao sucesso, mas embora tenha alterado sua aparência para evidenciar mais o seu lado britânico e menos a latinidade, por dentro ela sempre foi espanhola de coração. Basta ver as inúmeras fotos dela dançando flamenco, usando trajes típicos da Espanha e (infelizmente) frequentando touradas. Sem contar as inúmeras entrevistas onde ela só fala de suas raízes castelhanas com orgulho.  


DONA DO PRÓPRIO NARIZ


A partir do momento em que foi contratada pela Columbia Pictures, Rita Hayworth viveu tendo brigas feias com seu empresário and sanguessuga Harry Cohn, o proprietário da Columbia e um dos sujeitos mais temidos e detestados da história de Hollywood. Não só ele tinha uma paixão doentia e não-correspondida por Rita (que, aliás, o odiava), como embolsava boa parte dos lucros que obtinha graças a ela. Em 1946, após o sucesso avassalador de “Gilda” no mundo inteiro, Rita exigiu que o empresário lhe desse parte da renda da bilheteria do filme. Harry Cohn não cedeu. No ano seguinte, recém-divorciada de Orson Welles e com a filha de ambos, a pequena Rebecca “Becks” Welles, para criar, Rita tomou uma iniciativa ousada: vendeu tudo o que tinha e fundou uma pequena produtora, à qual deu o nome de The Beckworth Corporation. Era a primeira vez que uma mulher de Hollywood montava e administrava um estúdio de cinema sozinha. A Beckworth conseguiu produzir cerca de meia dúzia de filmes; porém, não se sustentou por muito tempo devido não só à falta de habilidade de Rita como mulher de negócios, mas também às inúmeras complicações da vida pessoal da artista, que consumiram boa parte dos lucros de seu estúdio.

 

PRIMEIRA PRINCESA (REBELDE) DE HOLLYWOOD


Se você está adorando as peripécias de Meghan Markle, a esposa espevitada do Príncipe Harry da Inglaterra, o que você vai ler agora dará um nó no seu cérebro. Em 1948, com Estados Unidos e Paquistão se estranhando, Rita Hayworth conheceu Aly Khan, o bonitão, charmoso e playboy herdeiro do trono paquistanês. Um ano depois, os dois se casavam em uma cerimônia suntuosa, com a noiva já grávida, em segredo, da futura princesinha, Yasmin. Era a primeira vez que uma atriz de Hollywood se tornava uma princesa. O sonho, porém, se revelou um pesadelo. Tanto nos Estados Unidos quanto no Paquistão o público da atriz começou a boicotar os filmes dela, que resolveu sumir por um tempo e se dedicar à filha e ao marido, antes de decidir que atitude tomar. Para piorar, o relacionamento de Aly e Rita se tornou insuportável, pois ele, além de traí-la, exigia que ela largasse a carreira para sempre e o obedecesse sem questioná-lo. Isso mais a falta que ela sentia de atuar acabaram por deixar Rita doente, física e psicologicamente. Ela pediu o divórcio, e ele, alegando que ela não tinha condições de cuidar de Yasmin, quis tirar-lhe a guarda da filha. Numa atitude corajosa, Rita pegou a filha e se mandou de volta para os Estados Unidos – afinal, o que era um título de princesa para quem já carregava os de 'Rainha da Columbia Pictures' e 'Deusa do Amor'? Ao desembarcar do avião em Nova York, quando um jornalista veio lhe encher a paciência, Rita deu um sorriso e mandou a seguinte frase: “A primeira coisa que vou fazer (aqui nos EUA) é comer um hot dog”. Atualmente, Meghan Markle, por ter peitado uma família real rançosa com a cara da qual eu nunca fui, mostrou uma grande coragem, SIM. Porém, chamá-la de “nova Rita Hayworth” é um tremendo exagero. Primeiro, porque a Rainha da Columbia viveu em tempos muito mais difíceis do que o nosso, principalmente para a mulherada. Segundo, porque em termos de classe, elegância e inteligência Meghan está longe de ter estofo para ser a “Rita Hayworth 2, A Missão” – mas aí também já seria pedir demais.

 

BATALHA CONTRA A CENSURA


Qualquer pessoa que já tenha lido um pouco sobre o cinema dos anos 1930, 1940 e 1950 sabe que aqueles eram tempos em que a censura comia solta em Hollywood. Para driblar a galera da Legião da Decência (que eu carinhosamente chamo de Legião da Demência), os produtores, diretores, autores e até os próprios atores tinham que ser extremamente inteligentes e capazes de sacadas espertas. Foi nessa época que surgiu e prosperou a geração de atrizes que ganharam o apelido de “Pin-Up Girls”, ou simplesmente “Pin-Ups” (o termo vem da expressão inglesa 'to pin up', que significa 'pendurar'). Sim, porque elas eram adoradas pelos soldados da Segunda Guerra Mundial, que afixavam fotos e pôsteres delas na parede (planejo um novo texto sobre esse tema). Embora menosprezadas pelos críticos e a intelectualidade da época, essas moças eram artistas completas, que cantavam, dançavam e atuavam muito bem e, além de tudo, eram bonitas e usavam o que, para os padrões da época, era muito pouca roupa. Dentre essas divas, se destacaram Betty Grable, Ann Miller, a jovem Lucille Ball (sim, ela foi pin-up girl antes de ser humorista) e Ava Gardner. Nenhuma delas, no entanto, foi tão polêmica e tão bombásticaliteralmente – quanto Rita Hayworth. Além de ter vários de seus filmes censurados, a Rainha da Columbia foi chamada de nomes nada agradáveis pela imprensa, que a considerava uma mulher “imoral” e um “mau exemplo”. A verdade era que Rita estava à frente de seu tempo. Mesmo jamais tendo ficado nua em público, ela levava ao delírio os homens de sua época, menos pelo seu figurino em filmes como “Modelos” e “O Coração de Uma Cidade”, e mais pelas personagens ousadas, independentes, cínicas e sedutoras que encarnava nas telas. Rita foi a melhor intérprete de anti-heroínas que já existiu, e seu estilo, copiado à exaustão pelo público feminino, fez com que as mulheres se sentissem “livres” em plena época de censura braba. Tal ousadia lhe valeu uma homenagem (que ela detestou quando soube): sua foto foi estampada na bomba atômica jogada pelos americanos no Atol de Bikini, no Oceano Pacífico, em 1946. Os intelectuais fundiam a cuca para destrinchar o sucesso, para eles inexplicável, daquela mulher (como prova a histórica matéria “O Culto da Deusa do Amor nos Estados Unidos”, publicada na revista LIFE em 10 de novembro de 1947 https://books.google.com.br/books?id=p1EEAAAAMBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false). Porém, da boca da grande maioria desse pessoal só saíam abobrinhas. Coisa que, aliás, não mudou muito até nossos dias...



    Embora tivesse tido de fato uma vida amorosa triste e feito de tudo para “segurar” seus parceiros na vida real, a artista Rita Hayworth deve ser lembrada como o que realmente foi: um símbolo de sensualidade feminina, elegância sem vulgaridade, e resistência contra a censura. Alguém cuja influência permanece há décadas, não só pelo carisma e talento, mas também pelo excelente trabalho que deixou. Desde os anos 50, houve inúmeras tentativas, todas furadas, de emplacar uma nova Rita Hayworth. Ela era única e seu estilo é inimitável. Por tudo isso é que eu sou tão fã dela. O resto, para mim, são polêmicas inúteis.

 

FONTES


https://www.vanityfair.com/hollywood/2020/09/rita-hayworth-biography-trauma

 https://www.revistavanityfair.es/sociedad/articulos/boda-rita-hayworth-orson-welles/43802

 https://www.revistavanityfair.es/sociedad/articulos/rita-hayworth-vestido-novia-ali-khan-jacques-fath-boda/38441

 https://www.revistalofficiel.com.br/moda/10-fatos-sobre-coco-chanel

 

Livros:

* LEAMING, Barbara. If This Was Hapiness – a biography of Rita Hayworth. EUA, Viking Penguin, 1989.

* MCLEAN, Adrienne L. Being Rita Hayworth – Labor, Identity and Hollywood. EUA, Rutgers University Press, 2004.

*disponíveis em https://archive.org/. Não publicados no Brasil.

 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

ELVIS, DERCY, AUDREY E O CHAVES – OS COMERCIAIS DE TV QUE RESSUSCITARAM ARTISTAS


Recentemente, um comercial da FIAT provocou arrepios no público de televisão e internet. Nele, ninguém menos que Elvis Presley aparece cantando, dançando, fazendo piruetas e, claro, fazendo a mulherada surtar. Quem resolveu trazer o Rei do Rock de volta foi a agência Leo Burnett Tailor Made, que queria transmitir ao público a ideia de trazer de volta um clássico que todo mundo ama – no caso, o automóvel FIAT Strada. Mas ninguém se anime: o Elvis Presley da FIAT é um elaborado truque de computação gráfica. Ou seja, essa história de “Elvis não morreu” continua sendo, infelizmente, uma lenda urbana.




Este não foi o único caso de propaganda que “trouxe do além” celebridades queridas pelo público para anunciar produtos. Na história da publicidade, outros marketeiros já recorreram à imagem de ídolos já falecidos. Há um caso muito interessante, por exemplo, de uma marca de chocolates, a norte-americana Dove, que em 2013 fez uma associação entre a elegância, o refinamento e a tradição de seus produtos e Audrey Hepburn. Como? Criando um minifilme publicitário que tinha a atriz e ícone fashion como estrela principal. 


O método utilizado foi o mesmo com que a Leo Burnett “ressuscitou” Elvis: a computação gráfica. Mas o caso da Dove foi ainda mais curioso: ao invés de elaborar toda a figura da atriz no computador, a agência que produziu o anúncio preferiu utilizar o corpo de uma modelo e colocar sobre ele a cabeça de Audrey desenhada de forma incrivelmente realista por computação gráfica. Os animadores cuidaram para que cada olhar, cada gesto, cada piscada de olhos, e até mesmo cada respiração da eterna bonequinha de luxo fossem reproduzidos fielmente. O resultado, com certeza, merecia um Oscar. Vejam:



Aqui no Brasil, em 2019, uma rede de lanchonetes tentou fazer o mesmo, porém sem o mesmo sucesso. A Popeye’s, cadeia de fast food dos EUA, decidiu se lançar no Brasil com uma campanha publicitária bombástica, em que a Rainha da Comédia (e hoje rainha dos memes) Dercy Gonçalves era representada por um holograma (extremamente mal feito, na opinião desta autora). Curiosidade: quem dublou a voz de Dercy no comercial foi um homem, o imitador Fred Mascarenhas.



Porém, o uso da imagem de Dercy Gonçalves como garota-propaganda de lanchonete gringa não foi bem aceito pelo público. Apelar para a memória afetiva que a maioria dos brasileiros têm da saudosa comediante mostrou-se um tiro no pé. A propaganda provocou uma chuva de dislikes e protestos dos fãs de Dercy na Internet. A empresa respondeu às críticas nas redes sociais da única forma sensata possível: com um arsenal de memes.




O que aconteceu com a marca SEARA em 2014 foi totalmente o oposto. Pegando carona nos 30 anos de exibição do seriado “Chaves” no Brasil, a empresa fabricante de frios utilizou o personagem criado pelo mexicano Roberto Bolaños, que há décadas faz um sucesso avassalador em nosso país, como astro de um comercial de 2:28 minutos de duração. 



Sem mágicas e sem truques mirabolantes, utilizando apenas trechos de episódios da série, o filme publicitário mostra Chaves delirando de vontade de comer um sanduíche de presunto, e o quanto ele adora o produto a ponto de não trocá-lo por nada. Bola na rede: a quantidade de joinhas e elogios carinhosos à propaganda foi fenomenal. Pra quem não identificou de quem é a voz feminina que se ouve no começo do vídeo, é a da apresentadora Fátima Bernardes, que há anos é a musa oficial da SEARA.




quarta-feira, 7 de outubro de 2020

DVD - À MEIA LUZ

 

Gaslight

Ano de Produção: 1944

Direção: George Cukor

Elenco: Ingrid Bergman, Charles Boyer, Angela Lansbury

Duração: 114 minutos

Preto & Branco

Gravadora: Turner Entertainment (em parceria com a Folha de São Paulo)

  


 

Na Londres do século XIX, uma cantora de ópera é barbaramente morta. Anos depois, Paula Alquist (Ingrid Bergman), a sobrinha dela, que é a sua imagem e semelhança fisicamente, mas é uma cantora medíocre, se muda com o marido, o músico Gregory Anton (Charles Boyer) para a sombria residência da tia, que se encontra abandonada. O casal desenvolve um relacionamento esquisito, que vai ficando cada mais e mais tenso, e Anton aos poucos vai criando situações para levar Paula a duvidar da própria sanidade mental. Este drama pesadão de 1944, dirigido por George Cukor, popularizou o termo “gaslight” (que é o título original) como sinônimo de um tipo de crueldade mental em que uma pessoa induz outra a acreditar que está ficando louca. Ao pé da letra, “gaslight” significa “luz de lampião a gás” em inglês. Por razões que eu não vou contar aqui porque odeio dar spoilers, o ato de acender e apagar lampiões de gás é usado na trama como um símbolo de dominação e um recurso para confundir não apenas a personagem central, mas também você que está assistindo. O “À Meia Luz” de Cukor é o remake de um filme britânico de 1940, que por sua vez, é baseado na peça “Gaslight”, de Patrick Hamilton, lançada em 1938. Os executivos da MGM se encantaram com o filme inglês e decidiram produzir sua própria versão dele. Só que ficaram com medo de comparações – negativas, é claro. E como bizarrice pouca é bobagem, antes do lançamento da versão de 1944 a MGM deu sumiço em todas as cópias da produção de 1940, que acabou se tornando uma raridade, mas que eu, milagrosamente, achei no YouTube. Ainda não vi, mas estou compartilhando o link pra quem quiser assistir. Vai lá (antes que tirem do ar): https://www.youtube.com/watch?v=UYmtzaHwCKo O filme foi 100% gravado em estúdio – o que é uma surpresa, considerando a reconstituição de época minuciosa dos cenários. Juntas, fotografia e cenografia contribuem para criar o clima sombrio que mexe com os nervos do espectador. George Cukor, considerado mestre em dirigir mulheres, fez um trabalho sensível, captando perfeitamente a mistura de delicadeza e brutalidade do roteiro e transmitindo-a aos atores. Aliás, essa é uma das raras vezes em que temos dois não-americanos como atores principais em um filme hollywoodiano: Ingrid Bergman era sueca e Charles Boyer, francês. Ambos brilhantes. Ingrid levou o Oscar de melhor atriz por esta personagem, mas me desculpem, o dono do filme é Charles Boyer. Sua interpretação é apaixonante, e o público consegue perceber a mudança de seu personagem assim que ela começa a acontecer, por causa do olhar, das expressões faciais e até do jeito de Boyer se movimentar. Chego a ficar constrangida vendo críticos chamarem esse cara de canastrão. A então estreante Angela Lansbury, de apenas 18 anos, já mostra a que veio no mundo do cinema - interpreta com perfeição incrível uma criada arrogante e antipática. “À Meia Luz” é uma obra-prima, um filme corajoso por abordar o tema do abuso psicológico numa época em que nem se falava nisso.


 


CURIOSIDADES

• Como Ingrid Bergman era mais alta que Charles Boyer, o ator teve que subir em um caixote de madeira para poder fazer várias cenas.

• Angela Lansbury completou 18 anos durante as gravações de “À Meia Luz” e seu aniversário foi comemorado no set de filmagens.

• Na novela “Rainha da Sucata”, de 1990, o personagem de Daniel Filho induziu a companheira, vivida por Renata Sorrah, a acreditar que estava enlouquecendo. O autor Silvio de Abreu, aficionado pela Velha Guarda de Hollywood, usou “À Meia Luz” como inspiração. 

• Para viver Paula Alquist, Ingrid Bergman se empenhou tanto que chegou até a estudar o comportamento de pacientes psiquiátricos da vida real.

• Além de Melhor Atriz para Ingrid Bergman, o filme ainda levou o Oscar de Melhor Direção de Arte para Cedric Gibbons, William Ferrari, Edwin B. Willis e Paul Huldschinsky).

 

EXTRAS

 • Nenhum. Mas tem a opção da dublagem em português, aquela clássica e artesanal, com todos aqueles ecos e chiados que a gente adora.

• Aos 23:21 minutos da versão legendada, há um belo erro de português: “trás de volta”, e não “traz de volta”. #ContratemUmRevisor

 

EMBALAGEM

Primorosa. Como esta edição que eu adquiri é a lançada pela Folha De São Paulo (na série “Grandes Clássicos do Cinema”, vem com um livro de capa dura muito interessante, que seria impecável se logo na segunda página não trouxesse escrito um trecho de um diálogo do filme que entrega o final. Há também uma edição lançada em embalagem simples pela Warner Bros, que contém ambas as versões do filme, a de 1940 e a de 1944. A da Folha de São Paulo traz apenas a de 1944 (e isso, inclusive, vem escrito na capa do livro).

 

Link do trailer: 


 

FONTES

 

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-2748/

https://www.planocritico.com/critica-a-meia-luz/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gaslight

https://en.wikipedia.org/wiki/Gaslight_(1944_film)

https://www.imdb.com/title/tt0036855/

 

GIF DO DIA

Em 1962, a Hanna Barbera, que produziu o clássico desenho futurista “Os Jetsons”, viajava na maionese e previa a existência de automóveis voadores no novo milênio. Estamos em 2020 e eu nunca vi um carro voando...