terça-feira, 13 de outubro de 2020

ELVIS, DERCY, AUDREY E O CHAVES – OS COMERCIAIS DE TV QUE RESSUSCITARAM ARTISTAS


Recentemente, um comercial da FIAT provocou arrepios no público de televisão e internet. Nele, ninguém menos que Elvis Presley aparece cantando, dançando, fazendo piruetas e, claro, fazendo a mulherada surtar. Quem resolveu trazer o Rei do Rock de volta foi a agência Leo Burnett Tailor Made, que queria transmitir ao público a ideia de trazer de volta um clássico que todo mundo ama – no caso, o automóvel FIAT Strada. Mas ninguém se anime: o Elvis Presley da FIAT é um elaborado truque de computação gráfica. Ou seja, essa história de “Elvis não morreu” continua sendo, infelizmente, uma lenda urbana.




Este não foi o único caso de propaganda que “trouxe do além” celebridades queridas pelo público para anunciar produtos. Na história da publicidade, outros marketeiros já recorreram à imagem de ídolos já falecidos. Há um caso muito interessante, por exemplo, de uma marca de chocolates, a norte-americana Dove, que em 2013 fez uma associação entre a elegância, o refinamento e a tradição de seus produtos e Audrey Hepburn. Como? Criando um minifilme publicitário que tinha a atriz e ícone fashion como estrela principal. 


O método utilizado foi o mesmo com que a Leo Burnett “ressuscitou” Elvis: a computação gráfica. Mas o caso da Dove foi ainda mais curioso: ao invés de elaborar toda a figura da atriz no computador, a agência que produziu o anúncio preferiu utilizar o corpo de uma modelo e colocar sobre ele a cabeça de Audrey desenhada de forma incrivelmente realista por computação gráfica. Os animadores cuidaram para que cada olhar, cada gesto, cada piscada de olhos, e até mesmo cada respiração da eterna bonequinha de luxo fossem reproduzidos fielmente. O resultado, com certeza, merecia um Oscar. Vejam:



Aqui no Brasil, em 2019, uma rede de lanchonetes tentou fazer o mesmo, porém sem o mesmo sucesso. A Popeye’s, cadeia de fast food dos EUA, decidiu se lançar no Brasil com uma campanha publicitária bombástica, em que a Rainha da Comédia (e hoje rainha dos memes) Dercy Gonçalves era representada por um holograma (extremamente mal feito, na opinião desta autora). Curiosidade: quem dublou a voz de Dercy no comercial foi um homem, o imitador Fred Mascarenhas.



Porém, o uso da imagem de Dercy Gonçalves como garota-propaganda de lanchonete gringa não foi bem aceito pelo público. Apelar para a memória afetiva que a maioria dos brasileiros têm da saudosa comediante mostrou-se um tiro no pé. A propaganda provocou uma chuva de dislikes e protestos dos fãs de Dercy na Internet. A empresa respondeu às críticas nas redes sociais da única forma sensata possível: com um arsenal de memes.




O que aconteceu com a marca SEARA em 2014 foi totalmente o oposto. Pegando carona nos 30 anos de exibição do seriado “Chaves” no Brasil, a empresa fabricante de frios utilizou o personagem criado pelo mexicano Roberto Bolaños, que há décadas faz um sucesso avassalador em nosso país, como astro de um comercial de 2:28 minutos de duração. 



Sem mágicas e sem truques mirabolantes, utilizando apenas trechos de episódios da série, o filme publicitário mostra Chaves delirando de vontade de comer um sanduíche de presunto, e o quanto ele adora o produto a ponto de não trocá-lo por nada. Bola na rede: a quantidade de joinhas e elogios carinhosos à propaganda foi fenomenal. Pra quem não identificou de quem é a voz feminina que se ouve no começo do vídeo, é a da apresentadora Fátima Bernardes, que há anos é a musa oficial da SEARA.




Nenhum comentário:

Postar um comentário