Recentemente, um comercial da FIAT provocou arrepios no público de televisão e internet. Nele, ninguém menos que Elvis Presley aparece cantando, dançando, fazendo piruetas e, claro, fazendo a mulherada surtar. Quem resolveu trazer o Rei do Rock de volta foi a agência Leo Burnett Tailor Made, que queria transmitir ao público a ideia de trazer de volta um clássico que todo mundo ama – no caso, o automóvel FIAT Strada. Mas ninguém se anime: o Elvis Presley da FIAT é um elaborado truque de computação gráfica. Ou seja, essa história de “Elvis não morreu” continua sendo, infelizmente, uma lenda urbana.
Este não foi o único caso de propaganda que “trouxe do além” celebridades queridas pelo público para anunciar produtos. Na história da publicidade, outros marketeiros já recorreram à imagem de ídolos já falecidos. Há um caso muito interessante, por exemplo, de uma marca de chocolates, a norte-americana Dove, que em 2013 fez uma associação entre a elegância, o refinamento e a tradição de seus produtos e Audrey Hepburn. Como? Criando um minifilme publicitário que tinha a atriz e ícone fashion como estrela principal.
O método utilizado foi o mesmo com que
a Leo Burnett “ressuscitou” Elvis: a computação gráfica. Mas o caso da Dove foi
ainda mais curioso: ao invés de elaborar toda a figura da atriz no computador,
a agência que produziu o anúncio preferiu utilizar o corpo de uma modelo e
colocar sobre ele a cabeça de Audrey desenhada de forma incrivelmente realista por
computação gráfica. Os animadores cuidaram para que cada olhar, cada gesto,
cada piscada de olhos, e até mesmo cada respiração da eterna bonequinha de luxo
fossem reproduzidos fielmente. O resultado, com certeza, merecia um Oscar.
Vejam:
Aqui no Brasil, em 2019, uma rede de lanchonetes tentou fazer o mesmo, porém sem o mesmo sucesso. A Popeye’s, cadeia de fast food dos EUA, decidiu se lançar no Brasil com uma campanha publicitária bombástica, em que a Rainha da Comédia (e hoje rainha dos memes) Dercy Gonçalves era representada por um holograma (extremamente mal feito, na opinião desta autora). Curiosidade: quem dublou a voz de Dercy no comercial foi um homem, o imitador Fred Mascarenhas.
Porém, o uso da imagem de Dercy Gonçalves
como garota-propaganda de lanchonete gringa não foi bem aceito pelo público. Apelar
para a memória afetiva que a maioria dos brasileiros têm da saudosa comediante mostrou-se
um tiro no pé. A propaganda provocou uma chuva de dislikes e protestos dos fãs
de Dercy na Internet. A empresa
respondeu às críticas nas redes sociais da única forma sensata possível: com um
arsenal de memes.
O que aconteceu com a marca SEARA em 2014 foi totalmente o oposto. Pegando carona nos 30 anos de exibição do seriado “Chaves” no Brasil, a empresa fabricante de frios utilizou o personagem criado pelo mexicano Roberto Bolaños, que há décadas faz um sucesso avassalador em nosso país, como astro de um comercial de 2:28 minutos de duração.
Sem mágicas e sem truques mirabolantes, utilizando apenas trechos de
episódios da série, o filme publicitário mostra Chaves delirando de vontade de comer um sanduíche de presunto, e o
quanto ele adora o produto a ponto de não trocá-lo por nada. Bola na rede: a
quantidade de joinhas e elogios carinhosos à propaganda foi fenomenal. Pra quem
não identificou de quem é a voz feminina que se ouve no começo do vídeo, é a da
apresentadora Fátima Bernardes, que
há anos é a musa oficial da SEARA.
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