quinta-feira, 23 de novembro de 2017

IMITE SUA ÍDOLA! OS MELHORES TUTORIAIS RETRÔ DE BELEZA DO YOU TUBE



Esse é o tipo de matéria que eu fico me perguntando se publico ou não – afinal, ela é um ponto fora da curva, porque eu não sou blogueira de moda e nem de maquiagem. Porém, existem muitos cosplays de ídolos do cinema clássico que curtem este blog, e a própria mulherada que é apaixonada pelos filmes antigos sente vontade de copiar o estilo das divas de outras eras, nem que seja nos pequenos detalhes. E vou ser sincera: já fazia tempo que eu tinha vontade de vasculhar o You Tube em busca de algumas das inúmeras videoaulas dadas por fanáticas pela cultura retrô, inspiradas no visual de Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Ava Gardner e outras musas da Hollywood Old School.

Sendo assim, fiz uma seleção de links de vídeos do You Tube que trazem tutoriais bem explicados, que utilizam produtos não muito caros (ou que possuem genéricos bem em conta) e que trazem bons resultados, para você reproduzir, em casa mesmo, o estilo de penteado e/ou maquiagem da estrela que você mais adora. Algumas dessas “professoras” atuam profissionalmente como maquiadoras e/ou cabeleireiras, e outras são apenas fãs doentes. Mas todas fazem um trabalho ótimo de caracterização. Quase todos os tutoriais que eu garimpei são em inglês, mas olhando dá para entender legal. Clique nos links que eu postei aí abaixo, assista aos vídeos, chame uma amiga pra te ajudar e boa sorte!



O CABELO “GILDA” DE RITA HAYWORTH
Há, literalmente, dezenas de tutoriais no You Tube ensinando a recriar o penteado da eterna Rainha da Columbia Pictures – aquele que ela imortalizou no filme “Gilda” e que virou sua marca registrada. Admito que a maioria desses tutoriais eu não achei tão legal, mas este aqui é uma aulinha bem explicada. Só achei estranhos alguns objetos que a cabeleireira usa no vídeo. Devem ser coisas de época, e não sei se dá para encontrá-las em lojas especializadas hoje em dia. A vantagem deste vídeo é que ele tem legendas, e quem sabe alguma coisa de inglês vai compreender ainda melhor as instruções.





A MAQUIAGEM DE MARILYN MONROE
Vídeo interessante porque, além de ensinar a fazer a maquiagem da Marilyn Monroe, ainda mostra imagens dos produtos que Marilyn gostava de usar, ao lado de produtos parecidos que você pode encontrar hoje em dia. Gente, se isso for mesmo verdade, a coleção de bases que a diva loira possuía era gigantesca!





O POODLE HAIR DE LUCILLE BALL
Até que enfim um canal só com tutoriais de penteados de divas do cinema antigo em português! Mahara Alberttoni ensina a fazer o penteado (conhecido, por razões óbvias, como “poodle”) que a humorista Lucille Ball consagrou no seriado “I Love Lucy”, nos anos 50 e 60. A “transformação” inclui até a maquiagem – Mahara ensina a fazer o famoso contorno nos lábios com lápis-batom, que foi uma das marcas registradas de Lucille.





O “LOOK DE UM MILHÃO DE DÓLARES” DE BETTY GRABLE
A mesma Mahara do vídeo acima também dá show ensinando você a recriar o cabelo que Betty Grable consagrou nos tempos de pin-up da Segunda Guerra Mundial. Fiquei surpresa ao saber que ele era feito com aplique – pra quem tanta familiaridade com esse acessório quanto eu, ou seja, nenhuma, a youtuber fez um outro vídeo a esse respeito (https://www.youtube.com/watch?v=rBuF0euT9mI).





A MAQUIAGEM E O CABELO DE AUDREY HEPBURN EM “BONEQUINHA DE LUXO”
Eis um dos mais pedidos e procurados! Fã da Audrey Hepburn, não perca essa aula dada por Bruna Cypriano, que mostra a produção completa do visual da atriz no seu filme mais famoso. A transformação é impressionante – tem o penteado e a maquiagem. 



          

          O VISUAL MATADOR DE VIVIEN LEIGH COMO SCARLETT O’HARA
Annelies Van Overbeek, aquela moça que ficou famosa na Internet com suas inacreditáveis caracterizações que faz em si mesma de personagens clássicas do cinema, postou no You Tube este vídeo onde ensina, sem nenhuma palavra, a reproduzir o estilo ‘femme fatale de época’ que Vivien Leigh imortalizou com sua Scarlett O’Hara em “E O Vento Levou”. A inspiração deste look é a cena da festa, em que Scarlett chega chegando, com um vestido vermelho decotadão que escandalizou as platéias da época em que o filme foi lançado (https://www.youtube.com/watch?v=pcoztASPSyg). Uma das coisas legais é que Annelies faz toda a transformação ao som de músicas da trilha sonora do filme (que não, não era só “Tara’s Theme”). Até a sobrancelha ficou igual. Qualquer dia desses vou fazer um especial no blog só sobre Annelies Van Overbeek, ela merece.





OS OLHOS MISTERIOSOS DE AVA GARDNER
Fãs de Ava custam a achar um vídeo que ensine realmente bem a fazer aquela maquiagem nos olhos que virou marca registrada da eterna Condessa Descalça. O canal Pixiwoo (que é em inglês, mas tem uma explicação com imagens que é fácil de entender e de copiar) mostra a surpreendente transformação de uma moça com jeitão de “vizinha da casa ao lado” em uma diva após se caracterizar com o look retrô-latino de Ava Gardner. Vale acompanhar!





DICAS PARA TER LÁBIOS DE PIN-UP
O canal especializado em beleza retrô Suavecito Pomade (https://www.youtube.com/channel/UC-OZ3sJxXq2R3Wxw1fqNUPw), o mesmo do tutorial do cabelo da Rita Hayworth que eu postei aí acima, é um verdadeiro paraíso para quem gosta de visual retrô – tem “aulas” caseiras de cabelo, maquiagem e até sobrancelhas no estilo dos anos 40, 50 e 60.  É tudo em inglês, infelizmente, mas compreensível por causa das imagens. Neste vídeo, a blogueira australiana Miss Lady Lace, criadora do site que leva seu nome, dona de canal próprio no You Tube e uma verdadeira fanática por cinema da Velha Guarda, surge vestida como uma adolescente do início dos anos 60 e te ensina dicas pra copiar a maquiagem da boca das atrizes de antigamente. Basicamente, os conselhos dela são: 1) Exfoliação da pele com escova de dentes; 2) Usar toalha ou pedaço de pano para dar pinceladas nos lábios; 3) A importância do uso do brilho para prevenir ressecamento e rachaduras nos lábios; 4) Dormir sem maquiagem, e nunca aplicar o batom sem antes retirar o brilho dos lábios; e 5) Finalizar a pintura dos lábios com um pincel de batom. Ela ensina também como utilizar o pó compacto na maquiagem da boca. O site da menina também é muito bem feito. Dá uma passada lá: https://ladylace.com.au/




Se você não conseguir fazer esses visuais logo de cara, não se desespere. As youtubers que ensinam garantem que tudo é uma questão de prática. Eu nunca tentei copiar nenhum dos looks desta matéria, mas ela serve como um acervo bem útil quando eu resolver me arriscar...


 Playlist com todos os tutoriais: 

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

DIRETO DO YOU TUBE – O show impressionante da dobradinha Bob Hope & James Cagney




          Em 1955, o filme “Um Coringa e Sete Ases” reuniu, sob a direção de Melville Shavelson, dois monstros da comédia musical: James Cagney e Bob Hope. Cagney você deve conhecer do clássico “A Canção da Vitória” (aquela do tema “Yankee Doodle Dandy” https://www.youtube.com/watch?v=StDpLge_ITM). E Bob Hope é um dos mais versáteis artistas que já surgiram em Hollywood – fez stand-ups para platéias durante a Segunda Guerra Mundial sem cobrar um tostão pelos shows, estrelou sucessos de bilheteria e teve até programa de televisão, lançado quando esta ainda era um veículo novo (https://www.youtube.com/watch?v=IASGbcRVgvE). Nesse vídeo aqui a gente vê a cena mais comentada de “Um Coringa e Sete Ases” até hoje: Hope e Cagney matando a pau em um número de dança e sapateado ao som de um piano. Sem truques, sem dublês, sem grandes efeitos especiais, só talento, e talento da melhor qualidade. E tudinho gravado sem o monte de cortes que existe hoje. Sabe por que? Porque tudo foi feito de uma vez só, igualzinho no teatro.





         Sem querer desviar o assunto mas já desviando, em 1974, este ano tão importante na história da humanidade (entendedores entenderão), Bob Hope entregou às mãos de James Cagney o Troféu do AFI (American Film Institute) Pelo Conjunto da Obra. Esta foi uma das RARAS ocasiões em que o AFI me representou! Me dá imagens:


1ª Parte:



2ª Parte:


Playlist completa com todos os vídeos desta postagem:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLyc88yygdNcBtZN6E-WMBYy8bbpVnKx-m

FONTES

sábado, 11 de novembro de 2017

DVD – KING KONG


King Kong
Ano de produção: 1976
Direção: John Guillermin
Elenco: Jeff Bridges, Jessica Lange, Charles Grodin.
Duração: 134 minutos
Colorido
Gravadora: DVD Light/Flashstar






Até que enfim a resenha de um filme que faz jus ao nome deste blog! “King Kong” foi um filme que eu vi quando era criança em uma das madrugadas da televisão, e que ao rever hoje ainda me provoca o mesmíssimo impacto. Bem, com exceção dos pesadelos com macacos gigantes que eu tive na infância... Este clássico de 1976 é uma refilmagem de uma produção de 1933 (juro que, se eu achar em DVD, escrevo sobre a primeira versão aqui no blog também) https://www.youtube.com/watch?v=rnaCi4rBfqw. Teve também um outro remake em 2005, que não agradou muito aos fãs. Para a maioria dos críticos e espectadores, a melhor versão é mesmo esta aqui. Foi a estréia da atriz Jessica Lange no cinema, e muita gente ainda se lembra dela como “aquela menina do King Kong”. É um filme que segura a atenção como poucos – do começo ao final, é impossível parar de assistir. Apesar de batida, é uma trama extremamente bem construída. Um grupo de homens, entre eles o enigmático Jack Prescott (Jeff Bridges) e o antipático líder do grupo, Fred Wilson (Charles Grodin, com um bigodão à la Village People), está em expedição na Indonésia em um navio petroleiro, rumo a uma ilha onde existiria um poço inexplorado. Certo dia, eles resgatam uma linda jovem (Jessica Lange), sobrevivente de um naufrágio. Quando o grupo chega à ilha, dá de cara com uma tribo de nativos cuja divindade principal era um certo macaco gigante chamado Kong. Os homens da tribo ficam encantados com a moça, acham que ela é a deusa do não-sei-o-quê e oferecem seis mulheres locais em troca dela. Obviamente ela fica apavorada e não aceita, então os nativos a raptam para oferecê-la em sacrifício ao deus-macaco Kong, aí os caçadores de petróleo descobrem que o tal do animal não só existe de verdade, como tem 30 metros de altura! A partir daí, se desenvolve uma história movimentada, com bastante tensão e alguns toques de humor – como, por exemplo, os delírios de fama da mocinha e sua crença cega em tudo o que lê em horóscopos românticos, ou as caixas de banana sendo atiradas pelos integrantes da expedição para alimentar o esfomeado Kong. O chilique hilário da garota ao ser capturada por Kong pela primeira vez é de uma atualidade inacreditável. Bridges e Jessica formam o típico casalzinho clássico hollywoodiano: ele o herói forte e destemido, ela a mocinha indefesa e ingênua. A atuação de Jessica é perfeita, e graças a ela nenhuma daquelas poses forçadamente sexies que seu papel exige que ela faça ficam artificiais. Bridges charmoso e misterioso faz o personagem mais interessante de todos. Começa o filme com cara de bandido, mas depois se transforma num doce príncipe. A parceria dos dois é muito fofa, eu devo dizer. “King Kong” possui fotografia de Richard Kline, que optou pelos tons escuros na maior parte do filme, para realçar o clima sombrio. Junto com a trilha sonora de John Barry (o mesmo de “Em Algum Lugar do Passado” e “Dança Com Lobos”), então, o resultado é infalível. A “cena do casamento” na tribo é arrepiante, deixa o público com a respiração presa se perguntando “o que será que vai acontecer agora?”. Na época do lançamento do filme, os efeitos especiais causaram enorme impacto, mas talvez pareçam toscos aos olhos da geração atual, que provavelmente achará o King Kong desta versão parecido com o macaco do “Pânico” (https://www.youtube.com/watch?v=Con2SnmFk9I). Independentemente disso, os truques convencem – OK, estão longe da perfeição da computação gráfica do Terceiro Milênio, mas convencem, sim. O momento mais apoteótico é, sem dúvida alguma, a sequência em que King Kong apronta em Nova York (não venham me acusar de spoiler, pois com a quantidade de vídeos e memes que há na Internet, vocês obviamente já sabem que o bichão vai parar lá). E a bizarra parte do “show” na grande metrópole, estrelando Kong e a bela mocinha, ironiza como um soco no estômago o fato de que tudo, mas tudo mesmo, pode ser convertido em espetáculo e/ou utilizado para criar publicidade – infelizmente, em pleno 2017 isso está mais verdadeiro que nunca. Enfim, reserve um lugarzinho na sua coleção para este clássico épico, lançado com uma qualidade surpreendentemente boa para uma embalagem tão barata, feita de papelão. Custa em torno de R$7,00 e é um barato que não sai caro.






CURIOSIDADES
“King Kong” ganhou o Oscar de Efeitos Especiais. Foi indicado também nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Som.
● Na cena em que acorda de seu desmaio, após ser resgatada de um bote no mar, a personagem de Jessica Lange está de batom. Oi?
● Inicialmente, Kong seria um gorilão mecânico construído e manipulado pelo italiano Carlo Rambaldi. Para baratear os custos, o maquiador Rick Baker confeccionou uma fantasia de macaco e encarnou ele mesmo o personagem.
● As jóias usadas no filme por Jessica Lange foram criadas pela Bulgari.
● O fenômeno “King Kong” inspirou também criações de gente da música: em seu álbum “Waterloo”, de 1974, o grupo sueco Abba gravou a faixa “The King Kong Song” (https://www.youtube.com/watch?v=RSi8rTyKohw), inspirada na versão de 1933 do clássico. A letra, saída da cabeça do guitarrista Bjorn Ulvaeus, tinha versos como “eu estava vendo um filme ontem à noite e pensei, preciso fazer uma canção sobre isso!”. Como boa parte dos hits do Abba, “The King Kong Song” possuía coreografia, mas não consegui achar nenhum vídeo dela. Já aqui no Brasil, nos anos 80, a dupla Atchim & Espirro invadiu as paradas com “A Dança do King Kong”, cujo refrão grudento fez sucesso com gente de todas as idades. https://www.youtube.com/watch?v=xYFYBOVBm0o Como deu certo, eles lançaram a “Dança do King Konguinho”, na mesma levada da música original, sobre o filho que o macaco gigante teve (https://www.youtube.com/watch?v=rz_Y1xlz1uY). E em 2012, o cantor Alexandre Pires foi acusado de racismo (!!!) ao colocar na Internet o clipe de seu samba “Dança do Kong”, repleto de dançarinos fantasiados de... macacos do “Pânico”! (https://www.youtube.com/watch?v=aweptUCLyIs)


EXTRAS
● Apenas trailers de três filmes lançados pela mesma gravadora: “Tudo Acontece Em Nova York”, “Os Últimos Dias” e “O Piano Mágico”. Por esse preço, exigir uma tonelada de extras seria pedir demais.


EMBALAGEM
● Feita de papelão, mas com ilustrações iguais às da capa da versão com caixa de plástico. Idéia muito boa, que poderia ser aproveitada para lançar outros clássicos (filmes de Jerry Lewis, por exemplo) a um preço acessível.






FONTES







quinta-feira, 9 de novembro de 2017

DIRETO DO YOU TUBE - Aos 102 anos, atriz da Era do Jazz se vê em filme pela primeira vez na vida



Ela foi uma daquelas artistas com muita história pra contar, mas que a mídia nunca teve muita vontade de ouvir. Nascida em 30 de julho de 1912 em Nova York, EUA, Alice Barker foi dançarina de teatro e fez parte do The Harlem Renaissance, movimento da música negra surgido no bairro nova-iorquino Harlem. Quando o cinema falado surgiu, ela estava lá também, dançando na frente das câmeras. Atuou com feras como Bill Bojangles, Gene Kelly e o jovem Frank Sinatra. Perguntada pelo rapaz que levou o filme para ela “Qual a sensação de se ver em filme pela primeira vez, pós todo este tempo?”, ela respondeu: “Gostaria de poder levantar dessa cama e fazer tudo isso outra vez”. Ela ainda conta que escreviam seu sobrenome errado sempre – Baker, em vez de Barker. Se não fosse pelo autor deste vídeo, Alice Barker talvez tivesse falecido sem jamais ter se visto num filme em toda a sua vida. (O próprio endereço do site oficial da artista faz referência ao fato de sempre escreverem o nome dela errado: http://www.alicebarkernotbaker.com/alices-story/).

Mas qual a razão de ela nunca ter se “prestigiado”? Segundo ela própria, foi porque quase todo o material que registrava seu trabalho foi perdido em suas inúmeras mudanças de residência. E também porque ela jamais conseguiu ficar com uma cópia sequer destes filmes para si mesma.



Explicando: os primeiros musicais do cinema falado eram normalmente gravados em casas noturnas conhecidas e apresentavam os atores/cantores/dançarinos da moda no papel principal.  E o mais curioso: essas produções eram distribuídas em aparelhos parecidos com jukeboxes que eram colocados em bares, boates e hipódromos, onde as pessoas conseguiam assisti-las, depositando uma moedinha nestes aparelhos. Infelizmente há poucos registros desses filmetes, que duravam apenas alguns minutos e foram um retrato muito bem feito do que viria a se tornar a Era do Jazz em Hollywood.

Ao longo de sua carreira, Alice também dançou em diversos longas-metragens, programas de TV e comerciais. Ela chegou a se ver na televisão, mas nunca no cinema.



Alice “foi embora” na paz de Deus, em 6 de abril de 2016. Passou seus últimos dias em uma casa de repouso, ouvindo música. Foi casada duas vezes e não teve filhos. Ao se mudar para a casa de repouso, perdeu contato com os amigos dos tempos de dançarina.

Mas e a reação dessa senhorinha encantadora ao assistir pela primeira vez aos seus próprios filmes? Eu não dou spoiler, então você vai ter que ver o vídeo para descobrir.

Te juro, até eu chorei. 

Assista agora ao vídeo:

  
Todos os filmes de Alice Barker estão reunidos neste link aqui:

FONTES


“TEM DOIS BLOGS POLTRONA R...” Esclarecendo (ainda melhor) esta história para os meus leitores

Algumas pessoas têm me dito que estão encontrando dois blogs chamados Poltrona R na Internet. Ou que digitaram “Blog Poltrona R” no Google e o blog que elas encontraram não foi o meu. Infelizmente, existe mesmo um blog que se tornou “xará” do meu sem a minha autorização. Deixem, então, eu explicar isso melhor.

No dia 16 de dezembro de 2015, entrava no ar um sonho meu realizado: o Blog Poltrona R, só sobre filmes produzidos antes de 1980. Afinal, eu não encontrava nenhum site na Internet brasileira que falasse sobre este assunto, e os poucos que eu achava não tinham aquele estilo despretensioso, bem “conversa de bar”, que eu tanto gosto. Após meses pesquisando como se tornar blogueira, coloquei o Poltrona R no ar. Não apenas para me conectar com outras pessoas que sabem que o cinema não começou em 1980, mas também para servir como uma vitrine para os meus textos. Sou tradutora, revisora e redatora de textos, e é daí que vem o meu sustento.



Por volta de julho de 2016, apareceu na Internet um outro blog que não apenas se chamava Poltrona R, como também tinha um endereço praticamente idêntico ao meu (a única diferença era que o endereço do meu blog tem um tracinho no meio). Ironicamente, o blog “xará” fazia exatamente tudo o que o meu não faz: falar só sobre filmes feitos de 1980 em diante e, o que é pior, divulgar links para downloads ilegais. Isso sem contar que o autor do tal blog não mostrava a cara e nem mencionava o próprio nome. De cara isso me enfureceu, e eu precisei redigir um texto explicando a situação aos meus leitores (http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/12/gente-o-assunto-agora-e-serio.html).

Mas isso não era nem metade do que estava por vir. Por causa deste blog homônimo do meu, tive vários prejuízos; por exemplo, perdi logo de cara uma parceria com uma gravadora especializada em DVDs de filmes Old School, porque gente da empresa confundiu meu blog com o outro e pensou que eu divulgava material ilegal. Acabei também perdendo trabalhos, pois ninguém quer se ver envolvido com pessoas que violam direitos autorais de terceiros.




Tratei de reagir rápido, registrando como meu o domínio www.poltrona-r.blogspot.com.br. Vendo que não podia registrar esse domínio como dele, meu misterioso concorrente, talvez para não ser confundido com o verdadeiro Poltrona R, mudou seu endereço para poltronarfilmesonline.com. E o que eu achei hilário: passou a colocar filmes pré-1980 em seu blog, com o ano de produção deles do lado dos títulos, e copiando o estilo da fichinha das minhas resenhas de DVD. Na verdade, eu só não digo que foi hilário porque eu acho isso uma tristeza.

Sim, tristeza. Desde que meu blog entrou no ar, eu jamais divulguei qualquer tipo de material protegido por direitos autorais. As ilustrações e vídeos que eu publico são todos para fins ilustrativos – tanto é que os vídeos são todos do You Tube e as ilustrações sempre têm suas fontes citadas. E eu nunca recebi nenhum tipo de advertência de violação de direitos autorais desde que o meu blog entrou no ar.

Embora eu não exponha muito minha própria vida, jamais tive “identidade secreta”. Não apenas mostro o rosto, como assino tudo que escrevo com meu nome verdadeiro (embora haja gente que não acredite que Renata Argarate é meu nome de batismo, ele é). Meu trabalho é tão verdadeiro quanto o meu nome, e eu tenho o ideal de divulgar filmes que foram importantes para mim, pois acredito que assim mais pessoas, principalmente de gerações mais novas, possam conhecê-los. Porém, não é só isso. Faço resenhas de DVDs para incentivar o leitor a comprá-los, porque quero que as famílias dos artistas (e os poucos deles que ainda estão vivos) ganhem, pelo menos, um pouco de dinheiro. Esta é a minha maneira de retribuir, da forma como posso, o valor incalculável que a obra deles teve e ainda tem na minha vida.


Outra vez quero deixar claro que não desejo nenhum tipo de mal para os donos do “outro” Poltrona R. Apenas quero convidá-los a refletir sobre uma coisa: muitas vezes nós achamos que estamos sendo espertos, que estamos fazendo algo bacana, mas na realidade estamos prejudicando alguém. E, muitas vezes, podemos estar prejudicando a nós mesmos sem saber.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

DIRETO DO YOU TUBE – Trilha de Tom & Jerry interpretada pela Orquestra da BBC de Londres



Lembram-se daquela postagem que eu fiz com o Vinheteiro tocando uma música famosa dos clássicos desenhos de Tom & Jerry”? (http://poltrona-r.blogspot.com.br/2017/02/direto-do-you-tube-vinheteiro-toca.html) Agora eu achei mais uma pérola para os fãs da dupla. Neste vídeo, a Orquestra da BBC de Londres faz uma maravilhosa interpretação ao vivo de uma compilação de trechos da trilha sonora de vários episódios da fase verdadeiramente áurea de Tom & Jerry. Uma delícia, tudo composto por Scott Bradley entre 1940 e 1950. Basta fechar os olhos e lá está o gato neurótico correndo atrás do esperto ratinho. Tão diferente daquela guitarrinha pavorosa que infernizava os nossos ouvidos no remake de Tom & Jerry de 1975. (https://www.youtube.com/watch?v=B-7gRtszj8M) Não é de se estranhar, pois toda a versão setentista do desenho é muito ruim, embora seja a favorita de muita gente. Para se ter uma ideia, nessa temporada (que no Brasil foi exibida pela primeira vez em 1976), os dois personagens eram amigos! Pô, Tom e Jerry sem brigar eram mais sem graça que comida de hospital. E com aquela trilha sonora “proto-disco” ao fundo, então, era duro de aturar. Eu, pelo menos, quando era criança e a emissora de televisão anunciava o desenho de Tom & Jerry, detestava quando a versão era a (então) mais recente. Ops, olha aí eu entregando a idade de novo, kkkkkkk!

A apresentação aconteceu durante o concerto de formatura da Turma de 2013 da orquestra oficial da BBC, a emissora de televisão mais famosa da Inglaterra, no Royal Albert Hall em Londres. Durante esse número, há até alguns divertidos efeitos sonoros do desenho (não vou dar spoiler dizendo quais efeitos) e um trecho de “The Trolley Song”, sucesso de Judy Garland que foi tema do filme “Agora Seremos Felizes”, de Vincent Minnelli, inseridos nesta interpretação (https://www.youtube.com/watch?v=hmx1L8G25q4). O mais engraçado nesse vídeo é a dificuldade dos músicos para segurar o riso. Eles parecem prestes a cair na gargalhada – sinal de que todo os membros da orquestra tiveram infância! Dá uma olhada...



domingo, 5 de novembro de 2017

DVD – CHOFER DE PRAÇA


Chofer de Praça
Ano de produção: 1958
Direção: Milton Amaral
Elenco: Mazzaropi, Geny Prado, Celso Faria, Lana Bittencourt, Agnaldo Rayol.
Duração: 97 minutos
Preto & Branco
Gravadora: Amazonas Filmes






Finalmente um filme nacional ganha uma resenha neste blog!!! A escolha de “Chofer de Praça” não foi feita ao acaso: além de ser um clássico de Mazzaropi, ícone do cinema nacional cuja obra influenciou gente como Trapalhões e Ratinho, a trama vem bem a calhar nesses tempos de controvérsia “Uber versus taxistas”. Famoso nos anos 50 e 60 por seu personagem “Jeca Tatu” e por clássicos da música sertaneja como “A dor da saudade”, “Tristeza do Jeca” e “A Sanfona da Véia” (sim, ele também era cantor, e dos bons!), o ator, cineasta e produtor Amácio Mazzaropi (1912-1981) lotou cinemas e entrou para a história com seu humor ingênuo e sem apelação, seu retrato da cultura caipira e sua forma bem-humorada de fazer crítica às injustiças sociais. Embora nascido na capital paulista (confesso que descobri isso agora e fiquei surpresa!), Mazzaropi amava a vida no campo, e o carinho que ele possuía pela riquíssima cultura interiorana do Brasil norteou toda a sua obra, do início ao fim de sua carreira. Neste longa de 1958, Mazza interpreta Zacarias, o caipira que sai de sua cidadezinha e vem para São Paulo junto com a esposa, Augusta (vivida por Geny Prado, a eterna “mulher do Mazzaropi”), para arranjar um trabalho melhor, ganhar dinheiro e assim ajudar o filho, Raul (Celso Faria) a pagar os estudos e se formar em Medicina. Por ter pouco conhecimento, Zacarias não consegue emprego e decide se tornar motorista de táxi – mais precisamente, de um calhambeque caindo aos pedaços. A falta de traquejo social do jeca rende alguns dos momentos mais hilários do filme, como suas brigas com os passageiros (um mais maluco do que o outro) e a primeira visita aos ricos pais da namorada de Raul, sem saber que o rapaz havia mentido aos futuros sogros que tinha um pai endinheirado. Isso quando não é o próprio “estado de junta” do carro que causa as dores de cabeça ao nosso herói sertanejo. Para tornar tudo ainda pior, Augusta reclama que o marido se dedica demais ao trabalho, e Raul, que começa a andar com filhos de milionários, torna-se um esnobe, com vergonha de ter um pai pobretão, ainda que honesto e trabalhador. E música é o que não falta: além dos clássicos do modão cantados por Mazzaropi, a cantora Lana Bittencourt faz uma participação muito bem sacada no filme, com o bolerão “Se alguém telefonar”. Agnaldo Rayol surge, jovenzinho e irreconhecível, curtindo uma sofrência ao som de “Onde Estará Meu Amor”, um dos seus sucessos. Quem só conhece Agnaldo pelo hit “Minha Gioconda” (https://www.youtube.com/watch?v=OEyQxwq4-lk) vai ficar impressionado.  Ver “Chofer de Praça” quase seis décadas depois de sua produção é uma experiência curiosa e impressionante. A São Paulo que o filme mostra mais parece um fazendão do que a metrópole que é hoje – casas de cercas baixas, com janelas sem grades e até galinheiro no quintal. Somos apresentados, também, ao modo de vida dos interioranos que vinham morar na cidade grande, enfrentando preconceito, miséria e dificuldades. O termo “caipira” era quase um palavrão e a música sertaneja, quem diria, extremamente malvista, considerada uma forma inferior de cultura. A cena da pancadaria na vila, com “platéia” e tudo, me lembrou o seriado “Chaves”. E não é só: há um momento em que os moradores chegam a organizar uma festa caipira, com direito a fogueira em estilo São João, viola e tudo. Além do retrato histórico e cultural delicioso que faz de sua época, o filme resgata valores como família, raízes, honestidade e trabalho. E, por essas e outras, merecia uma restauração mais cuidadosa, principalmente do áudio - na maior parte do filme o som é ruim, e a falta de sincronia labial quase estraga algumas cenas. Será que um crowdfunding resolveria o problema do resgate da obra do Mazzaropi, bancando uma recuperação do som e da imagem das obras do nosso maior cineasta de todos os tempos? “Ê, preiboiáda!”






CURIOSIDADES
● Durante o filme, é possível ver cartazes anunciando marcas como sorvetes Kibon e pneus Firestone – essa foi a forma encontrada para inserir o “merchand” dos patrocinadores da obra.  
● A dupla mineira Pena Branca e Xavantinho gravou um modão chamado “Mazzaropi”, em homenagem ao ídolo. A faixa está no álbum “Cantadô Mundo Afora”, lançado em 1990. Neste clipe, inclusive, eles contam a importância que Mazza teve para o trabalho deles. Lindo! https://www.youtube.com/watch?v=GyfIAq7UYmE
● Mazzaropi, aliás, ainda tem um grande fã-clube em Minas Gerais. Num Estado onde a cultura caipira é tão forte (talvez mais forte que em todo o resto do Brasil), é possível encontrar DVDs de seus filmes à venda até em postos de gasolina de beira de estrada.


EXTRAS
● Trailer original do filme, que anuncia “Chofer de Praça” como “a mais humana das comédias”. Para mim, todo o trabalho de Mazzaropi é humano.
● Visita ao Mazzaropi Museu e Hotel Fazenda – imagens a cores da propriedade onde foram gravados boa parte dos clássicos de Mazzaropi. O local foi restaurado e transformado em um misto de museu e resort familiar que possui a cultura caipira como tema. É na verdade um comercialzão, mas é uma delícia de assistir, porque o local é lindo (nunca fui, mas quero ir um dia!). Tem 4 piscinas e tobogã, rede na varanda e comida mineira preparada em fogão a lenha. A programação para as crianças inclui shows com palhaços e até ordenha de vaca. Os adultos visitam a “Casa do Jeca” e o “Armazém Mazzaropi”, repletos de fotos e objetos (como a “moviola “digitár”) que pertenceram ao artista. Esse trecho do vídeo mostra como Mazza era um visionário. O site do hotel é: http://www.mazzaropi.com.br/


EMBALAGEM
● Sem nada de extraordinário, talvez para baratear os custos de fabricação e distribuição. Pra mim, Mazzaropi merecia BEM mais.






FONTES

GIF DO DIA - 05/11/2017

Olha aí um GIF que fazia um tempão que eu queria publicar: Fatso, mais conhecido como o Urso do Pica-Pau, em homenagem a todo mundo no Brasil hoje, que está assim que nem ele, baratinado (como dizia minha mãe quando eu era criança...)



quinta-feira, 2 de novembro de 2017

DVD – MARY POPPINS


Mary Poppins
Ano de produção: 1964
Direção: Robert Stevenson
Elenco: Julie Andrews, Dick Van Dyke, Karen Dottrice, Matthew Garber.
Duração: 139 minutos
Colorido
Gravadora: Disney







Oba, oba, oba! Mais um item riscado da minha lista de Filmes-Que-Eu-Quero-Muito-Resenhar-Para-O-Blog, e este aqui é especial. Na verdade, é mais que especial, é supercalifragilístico espiralitoso (para descobrir o que significa este termo estranho, quase impronunciável, você vai ter de assistir ao filme). Produção ambiciosa de Walt Disney nos anos 60, com efeitos especiais nunca vistos até então e fazendo a linha “atores contracenando com desenhos animados”, que saiu da mente maluca e genial do mestre Walt e que ninguém soube utilizar com tanta inteligência quanto ele mesmo. Nos papéis principais, uma dupla de feras: Julie Andrews (que dispensa apresentações) e o sensacional comediante americano Dick Van Dyke. A escritora P.L. Travers, criadora da personagem, custou a permitir que a Disney levasse seus livros às telas (esse episódio gerou, inclusive, um badalado filme de 2013 com Tom Hanks, “Walt Nos Bastidores de Mary Poppins”, veja trailer https://www.youtube.com/watch?v=9L6UI5UsgpE). Como se trata da adaptação norte-americana da obra de uma autora britânica, é preciso admitir que a imagem dos ingleses que se vê aqui é um tanto caricata – gente metódica, perfeccionista, organizada, de cabelos ruivos e sotaque carregado característico, homens com chapéu-coco e mulheres com colarinho abotoado, chá das 5, e todo mundo andando por aí com guarda-chuva (não, não somos só nós brasileiros que temos uma visão estereotipada dos nossos colonizadores!)  Mas isso não tira nem um pouco da diversão da trama, que se passa na Londres de 1910. O Sr. e a Sra. Banks, ele um banqueiro obcecado por trabalho e ela uma feminista que dedica mais atenção à causa do que aos filhos, são os pais de Jane (Karen Dottrice) e Michael (Matthew Garber), duas crianças travessas que babá nenhuma consegue controlar. Um belo dia, surge literalmente do nada a encantadora Mary Poppins (Julie Andrews), a única a dar conta desta proeza. Acontece que ela possui poderes mágicos e apresenta às crianças um mundo novo, cheio de aventura e alegria, bem diferente da chatice que o casal Banks deseja impor aos filhos. Neste universo encantado vivem figuras como Bert (Van Dyke, gênio), um limpador de chaminés que nas horas vagas fatura alguns trocados nas ruas como desenhista e multiinstrumentista. O clássico se utiliza da fantasia musical para lembrar aos pais que as crianças precisam viver a infância, e para ensinar aos pequenos que não se deve ter medo do novo. As canções compostas por Richard & Robert Sherman e Irwin Kostal para a trilha sonora grudam feito chiclete na cabeça (algo comum nas produções Disney), e fizeram um sucesso estrondoso na época do lançamento. Os efeitos especiais são absolutamente artesanais – afinal, naqueles tempos não havia computador – e ainda assim dão ao público a sensação de estar embarcando junto com Mary, Bert, Jane e Michael em uma viagem ao universo de sonhos da história. A escolha do elenco todo foi um gol de placa, e eu passei o filme inteiro me perguntando por que Dick Van Dyke não virou o mito que merecia ter virado. Artista de uma versatilidade absurda e um talento incrível, ele consegue a proeza de roubar a cena de Julie Andrews dançando, cantando, tocando instrumentos e fazendo caretas impagáveis. E seu personagem, Bert, conversa com o espectador, o que torna tudo mais divertido. Julie também está magnífica, expressiva como sempre, e sua voz mais cristalina do que nunca. E o fato de ser inglesa na vida real faz com que ela se adapte muito bem ao papel, pois não precisa nem sequer forçar um sotaque britânico. As crianças também mandam muito bem, e atuam com uma maturidade incrível. Merece comentário aqui também a perfeita química entre Julie e Van Dyke em cena, e a competência dos atores para contracenar de forma realista com desenhos animados. Isso fica evidente, por exemplo, na cena em que Bert, Mary, Jane e Michael dão uma bela lição nos babacas que gostam de caçar raposas. David Tomlinson faz um Sr. Banks tão irritante que é impossível não termos vontade de socá-lo. Ele, inclusive, faz lembrar outro bigodudo hilário, o ator John Cleese, do seriado inglês “Monty Python” (https://www.youtube.com/watch?v=jcEws7il4EY). Na pele da Sra. Banks, Glynis Johnson está propositalmente enjoativa; aliás, algo interessante que eu não entendi quando era criança, mas compreendo agora o que significa, é a presença de uma personagem feminista na trama. Há participações especiais incríveis, como a eterna noiva de Frankenstein, Elsa Lanchester, como uma das ex-babás, ou Ed Wynn (o padrinho mágico de “Cinderelo Sem Sapato”) como o tio que enlouqueceu. “Mary Poppins” é um filme atualíssimo, ainda que tenha sido feito há mais de 5 décadas. Diverte e faz pensar em questões como: 1) A chegada de uma pessoa nova pode bastar para mudar a energia de uma casa; 2) Embarcar na loucura alheia é divertido, mas às vezes pode ser perigoso; 3) Criar os filhos em uma bolha para salvá-los do sofrimento pode trazer mais sofrimento ainda para eles; e, principalmente, 4) Pais, dediquem-se mais aos filhos, pois isso é tudo o que eles querem e precisam. Eu fico imaginando como deve ser ver um clássico como esse na tela gigante de um cinema. Com a restauração maravilhosa que a Disney fez, bem que poderiam reexibi-lo em sessão especial no Cinemark. Mas é capaz de as crianças de hoje acharem “Mary Poppins” um filme babaca... Se acharem, será uma pena, sem dúvida.







CURIOSIDADES
“Mary Poppins” faturou uma enxurrada de prêmios. Só no Oscar de 1965 levou pra casa as estatuetas de melhor atriz (Julie Andrews), melhores efeitos visuais, melhor edição, melhor canção original e melhor trilha sonora. No mesmo ano, venceu também o BAFTA (atriz revelação para Julie Andrews), o Globo de Ouro (também melhor atriz para Julie), o Prêmio Eddie (melhor filme editado), e sua trilha sonora levou o Grammy.
● Mas o sucesso não parou por aí: o filme foi a maior bilheteria de 1964, e ainda gerou grana para a Disney através de um monte de produtos, principalmente do mercado editorial, como revistinhas de atividades, bonecas de recortar e livros oficiais.
● Obcecado pela história da babá mágica, Walt Disney passou 20 anos tentando adquirir os direitos do livro, para finalmente poder transformá-lo em filme.
“Mary Poppins” figura no 6° lugar da lista de Melhores Musicais de Todos os Tempos feita pelo AFI (American Film Institute). Desta vez, o AFI, que não me representa, me representou.


EXTRAS
Pra se esbaldar!
Função Karaokê (que pode ser ativada e desativada);
“Hollywood Vai à Estréia Mundial”: imagens (a cores e com legendas!!!) da premiére do filme no Teatro Chinês de Hollywood, com um monte de celebridades da época marcando presença, incluindo os próprios Julie Andrews e Dick Van Dyke, personagens da Disneylândia, e uma visitinha especial e emocionante que eu não vou contar quem é (afinal, aqui não se dá spoiler). Há, inclusive, entrevistas com eles. Que lindo ver a humildade de Julie Andrews, a estrela maior da festa, com uma elegância incrível e zero adição de frescura. Supervale a pena assistir.
“A Magia de Mary Poppins”: documentário (sem legenda nem dublagem, caramba!) contando como o filme foi feito, e entregando diversos truques utilizados para criar os efeitos. Um baita de um spoiler – portanto, se quiser dar uma espiadinha, faça-o só depois de assistir ao filme inteiro.
“Adoro Rir”: dublado em português, é um jogo que testa a memória do espectador, com perguntas baseadas em objetos de cena do filme.


EMBALAGEM
● Simplesinha, vem com um cartão do filme. Foi lançada também uma Edição Comemorativa de 45 Anos do filme, que inclui um disco extra com material inédito (https://www.saraiva.com.br/mary-poppins-ed-de-45-aniversario-dvd-2642029.html?pac_id=123134&gclid=EAIaIQobChMIy53mr4mg1wIVBEOGCh3SbAyDEAQYASABEgJg_PD_BwE), mas a versão que esta autora adquiriu para resenhar é a mais em conta.







FONTES