quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

PIN-UPS: O QUE ERAM, QUEM ERAM

          Todo mundo fala nelas, mas ninguém sabe direito o que elas são. Nosso primeiro post é sobre as lendárias pin-ups – elas mesmas, as divas voluptuosas, transgressoras e talentosas que influenciaram gerações e são inspiração pra muita gente até hoje, principalmente Madonna, Katy Perry e Dita Von Teese. Surgidas na década de 1930, as pin-up girls ou pin-ups eram uma espécie de vedetes que posavam para pôsteres publicitários enquanto aguardavam sua chance de estourar em Hollywood. Daí o nome “Pin-Up”, termo que significa “pendurar na parede” em inglês. Mais do que apenas moças esculturais que apareciam em poses que misturavam ingenuidade e sensualidade, elas eram talentosas como artistas, sabiam atuar, cantar e dançar muito bem. Tanto é que muitas delas iam parar no cinema, seja como integrantes de grupos como as Goldwyn Girls (o time de pin-ups da MGM), ou se tornando grandes estrelas (caso, é claro, de menos da metade delas). Mas acima de tudo, elas vendiam uma imagem saudável e feliz, totalmente diferente das modelos anoréxicas e com ar doente dos tempos atuais (pronto, agora já falei).


           Várias delas entraram para a história. Betty Grable, que estrelou filmes ao lado de gente como Carmen Miranda e Marilyn Monroe, chegou a colocar as pernas no seguro por um milhão de dólares (!!!). O famoso pôster em que ela aparece em traje de banho, olhando para trás por sobre o ombro direito, fez dela a musa dos militares da Segunda Guerra. Sua xará Bettie Page, a morena cujo corte de cabelo (liso com franjinha) é copiado por mulheres do mundo todo até hoje, era chamada de Rainha das Pin-Ups e teve a honra de ser uma das primeiras garotas da revista Playboy. Inesquecível também é Esther Williams, chamada de "A Sereia de Hollywood", atriz, bailarina e campeã de nado sincronizado, que dançava embaixo d'água em filmes coloridos, exóticos e divertidos.




          Na verdade, as pin-ups tiveram seu auge durante a Segunda Guerra Mundial, época em que todo soldado levava uma foto delas consigo. Já a mulherada se inspirava no estilo delas, que combinava malícia e molecagem. Naqueles tempos de censura braba, mostrar as pernas era algo escandaloso e extremamente erótico, quase uma coisa pornô-light, mas era também sinônimo de atitude. O sucesso foi tamanho que surgiram também vários artistas especializados em retratá-las, os famosos Pin-Up Artists, como Alberto Vargas, Gil Elvgren e George Petty. Diretores também fizeram a festa com a tendência, principalmente o genial Busby Berkeley, tido até hoje como o mestre dos pin-up movies.

          Outro termo usado para chamar este tipo de foto é Cheesecake Girl, que vem da expressão “ela é melhor do que cheesecake”, que é como os rapazes da época definiam uma mulher muito linda e sexy. 




          A febre das pin-up girls entrou em decadência no início dos anos 60, mas àquela altura algumas estrelas do gênero haviam conseguido sobreviver à febre e se tornado divas. Vale destacar nesta categoria Rita Hayworth e Lucille Ball, as duas primeiras atrizes a trabalhar também atrás das câmeras e não apenas diante delas. Não, não comece a pensar besteira. Rita foi a primeira mulher da história de Hollywood a fundar e administrar seu próprio estúdio de cinema, a Beckworth Corporation (por que será que os historiadores nunca mencionam isso?). Seu trabalho mais famoso é o filme Gilda, em que enlouquece os homens tirando apenas uma luva. Já Lucille, que nasceu engraçada mas sonhava em ser atriz dramática (SIM, você leu direito!), se dedicou à comédia e virou a maior humorista mulher de todos os tempos. Para quem não ligou o nome à pessoa, ela é a estrela do seriado I Love Lucy. Não podemos esquecer também uma mocinha que começou como pin-up girl ainda adolescente, tornou-se um fenômeno como estrela (ainda que até hoje não tenha tido seu talento de atriz reconhecido como merece) e transcendeu todos os rótulos: Marilyn Monroe.

Texto já publicado no blog BlahCultural


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