quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O ADEUS A MAUREEN O’HARA

          No último dia 24 de outubro, o mundo do cinema ficou um pouco mais triste. Faleceu Maureen O’Hara, atriz irlandesa famosa pelos cabelos vermelhos naturais escandalosamente lindos, e, claro, pelos filmes com John Wayne. Nascida Maureen Fitzsimmons em um subúrbio de Dublin, Irlanda, em 17 de agosto de 1920, a artista era filha de uma costureira ex-cantora de música lírica e de um empresário no ramo de roupas. 
  



 
        Teve aulas de teatro em seu país desde cedo, e chamou a atenção de empresários ingleses, que a levaram para Londres. Lá, fez inclusive um teste para um filme, no qual não passou, mas o ator e diretor Charles Laughton viu algo especial nela e a convidou para estrelar ao lado dele o filme britânico Jamaica Inn. Como ele considerada a grafia do sobrenome Fitzsimmons muito complicada, mudou-o para O’Hara. Era como se ele já soubesse que a jovem irlandesa iria conquistar o mundo. Maureen acabou indo com ele para Hollywood, onde fez o filme O Corcunda de Notre Dame, também ao lado de Laughton. A partir daí, trabalhou em diversos filmes –a maioria faroestes – com o diretor John Ford e com John Wayne, o ator a quem ela é mais frequentemente associada e que se tornou seu amigo de longa data. Ela também foi a mãe de Natalie Wood no clássico filme de Natal De Ilusão Também Se Vive – Miracle on 34th Street (1947), e a Angharad Morgan de Como Era Verde O Meu Vale, talvez o seu filme mais conhecido.
          




          Ela também estrelou sucessos como O Cisne Negro ao lado de Tyrone Power e Simbad O Marujo, com Douglas Fairbanks Jr. Até filme dos estúdios Disney ela fez – a primeira versão de Operação Cupido, em 1961, também chamada de O Grande Amor de Nossas Vidas, com Brian Keith. Em 1991, ela fez um “retorno” e estrelou o fofo Mamãe Não Quer Que Eu Case, ao lado do igualmente saudoso John Candy. Seu último trabalho foi em um filme para a TV chamado The Last Dance.
          Com a chegada do cinema a cores, Maureen O’Hara foi eleita, ao lado de Esther Williams, Lucille Ball e Rita Hayworth, uma das “Rainhas do Technicolor”. Sempre que um filme em Technicolor com a artista fosse lançado, os produtores sabiam de antemão que haveria filas nas portas dos cinemas.




          Maureen foi casada três vezes e teve apenas uma filha, Bronwyn, que nasceu em 1944, filha da atriz com seu segundo marido, William Price. Sua autobiografia, ‘Tis Herself, foi lançada em 2004. A última aparição pública da atriz foi em 2014, no TCM Film Festival. Embora jamais tenha sido indicada a um Oscar (!!!), Maureen recebeu um, em 2014, pelo conjunto da obra. Mas ela possui uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood e inúmeros prêmios, inclusive em sua terra natal. Maureen O’Hara teve uma morte que poucos têm: lúcida aos 95 anos, ela morreu dormindo enquanto ouvia uma de suas músicas preferidas. Ela sempre disse que morreria bem velha, e Deus realizou seu desejo – merecidamente. As lendas estão nos deixando, e não temos quem as substitua. É uma pena. 



Texto já publicado no site BlahCultural

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