segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

AS LOUCAS AVENTURAS DOS MITOS DE HOLLYWOOD QUE VIRARAM HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

          Se você mora neste planeta há pelo menos 40 anos, certamente foi um apaixonado por revistas em quadrinhos na infância. Leu, colecionou, trocou com os amigos. E provavelmente tietou alguns personagens do cinema que faziam a galera viajar em suas histórias coloridas e emocionantes. O que alguns leitores não sabem – ou mesmo não se lembram – é que alguns artistas célebres viraram personagens de HQs que hoje valem fortunas, pois saíram de linha há várias décadas.

LUCILLE BALL E A GALERA DE “I LOVE LUCY”


 A série de maior sucesso da TV de todos os tempos foi uma febre nos anos 50 e 60, e faz rir até hoje. Embora a sitcom tenha sido feita para a família toda, a primeira faixa de público que se apaixonou pelas aventuras da dona-de-casa sonsa e atrapalhada foram as crianças. Deve ser por causa do jeito meio infantil da personagem, que faz com que ela cative a molecada até hoje. Percebendo isso, em 1954, quando a lucymania estava no auge, a humorista Lucille Ball e o então marido, Desi Arnaz (que interpretava o personagem Ricky da série) decidiram capitalizar em torno do sucesso de “I Love Lucy” com o público mirim. Entre os inúmeros produtos que eles criaram e comercializaram (e foram pioneiros nisso!), estava o gibi “I Love Lucy”, que saiu naquele ano pela editora Dell. Na verdade, já existia um jornal que publicava tiras cômicas com os personagens do seriado, mas um gibi inteiro só foi ser lançado mesmo em 1954. 



A revistinha foi um estouro de vendas, trazendo histórias ao estilo dos episódios da série – ou seja, a amalucada Lucy Ricardo sempre se metendo em confusões, quer seja por sua inteligência, digamos, limitada, quer seja por sua obsessão pela fama, quer seja pelas duas coisas. O mais curioso de tudo é que as primeiras edições do gibi eram “parcialmente coloridas”, ou seja, algumas histórias tinham páginas em preto e branco.





 A Dell publicou, ao todo, 35 edições da revista em quadrinhos “I Love Lucy”, entre 1954 e 1962, incluindo almanaques especiais em quatro cores. O valor dessas relíquias hoje não é brincadeira. Em sites de colecionadores aqui na internet, tem gente cobrando até 570 dólares por 1 revista em quadrinhos da Lucy. Insanidade total!




A BANDA THE MONKEES


Eles, na verdade, já eram uma invenção. Em 1965, os Beatles estavam, como se dizia na época, “na crista da onda”. A rede de TV americana NBC teve a ideia de lançar um seriado sobre uma banda fictícia parecida com o quarteto de Liverpool. Para escolher os integrantes do novo conjunto, a emissora colocou um anúncio no jornal dizendo que buscava “quatro malucos com idade entre 17 e 21 anos”. Entre os 437 candidatos que apareceram, os eleitos Davy Jones, Micky Dolenz, Mike Nesmith e Peter Tork estrelaram “The Monkees”, um seriado que ficou no ar entre 1966 e 1968 e um longa-metragem. Sem falar nos 16 álbuns gravados, todos sucesso de vendas. A popularidade do grupo resistiu até a escândalos como o que ocorreu quando foi descoberto que nos primeiros discos os integrantes apenas cantavam, mas não tocavam (a parte instrumental era feita por músicos de estúdio).  O “quarteto de malucos” vendeu mais de 75 milhões de discos pelo mundo e é considerado por muitos como a primeira boy band da história. Com tamanho sucesso, não demorou para que os Monkees fossem dar show também no universo HQ (algo natural, pois os próprios Beatles tinham também sua publicação do gênerohttp://www.huffingtonpost.com/2014/01/15/the-beatles-in-comic-strips_n_4597267.html). Em 1967, a mesma editora Dell que havia publicado os gibis da Lucy resolveu lançar a revista em quadrinhos “The Monkees”, que teve 17 edições e deixou de ser publicada em 1969. Cada edição continha, além de fotos do grupo, quatro historinhas sobre, segundo Dolenz, “uma banda que queria ser os Beatles, mas nunca conseguia”.


                                         
                                 
       
       
Até hoje tem gente que cultua o seriado, as músicas e, claro, os quadrinhos. E os Monkees estão soltos também na Internet: no site Ebay tem gente querendo mais de 1000 reais por um único gibi da banda!



JERRY LEWIS & DEAN MARTIN


Dupla de comediantes de imensa popularidade nos anos 50 e 60, Dean e Jerry lotavam cinemas da época e tinham os ingressos de seus shows no teatro disputados a tapa pelos fãs. O humor pastelão, meio infantil e circense do galã Martin e seu desajeitado companheiro Lewis surgiu nos palcos das casas noturnas de Nova York e foi parar no rádio. Fez tanto sucesso que ganhou espaço também na televisão, com o programa “Colgate Comedy Hour” na emissora NBC, e no cinema, com os 16 filmes que os dois fizeram juntos. Dean Martin & Jerry Lewis foram pioneiros no negócio de fazer shows em cruzeiros temáticos – sim, eles foram os astros de espetáculos durante as viagens do navio Eastern – e duas dessas apresentações foram transmitidas ao vivo pela NBC. Filmes clássicos da dupla, como “Ou Vai Ou Racha” e “O Meninão”, são lembrados com carinho por quem curtia a Sessão da Tarde Que Prestava, no início dos anos 80. Uma das razões do sucesso de Martin & Lewis era que os dois se divertiam trabalhando juntos. Porém, em 1956, por razões até hoje não muito bem esclarecidas, a grande amizade dos dois terminou, e com ela, a bem sucedida parceria profissional. Ambos partiram para a carreira solo, e foram se reencontrar só em 1976, quando o cantor Frank Sinatra aprontou uma surpresa para Jerry durante o programa “Teleton” (que, aliás, foi Jerry Lewis quem criou) e trouxe Dean ao palco, promovendo assim a reconciliação, em rede nacional, do humorista com seu ex-parceiro. O vídeo, emocionante e com legendas em português (que bênção!), vale a pena ser visto. Link: https://www.youtube.com/watch?v=5P-OCVZJ1nA&t=47s

É claro que os dois figuraços, seguindo a tendência de sua época, tinham que ter uma revista em quadrinhos para chamar de sua. Ela foi publicada pela renomada editora DC Comics (exato, aquela que publica as histórias da Liga da Justiça) entre 1952 e 1957, e durou 40 edições.




Com o fim da dupla, Jerry Lewis, como homem de negócios extremamente esperto que era, não quis acabar com o gibi, e mudou o nome dele para “As Aventuras de Jerry Lewis” a partir da edição 41. A “versão solo” da publicação durou 83 edições e trazia o comediante, agora sozinho, vivendo situações hilárias.


Às vezes, personagens como Batman, Coringa, Superman, Lex Luthor, Mulher Maravilha, The Flash e o ator Bob Hope (que também teve gibi próprio, lançado, claro, pela DC Comics (http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao-estrangeira/adventures-of-bob-hope-n-89/8535/90841faziam participações especiais!




A parte sem graça da coisa é o preço dessas revistinhas hoje em dia: quem quiser ler as historinhas de Jerry Lewis em quadrinhos vai ter que desembolsar quase 300 reais no Ebay.


Vendo coisas inacreditáveis como o Batman e o Coringa contracenando com Jerry Lewis, fiquei pensando aqui: seria extremamente divertido imaginarmos o Jerry e sua versão feminina, Lucille Ball (dizem que os dois não se bicavam na vida real) juntos em um show dos Monkees. Em uma história em quadrinhos, isso seria possível de acontecer. Alguém com talento para desenhar se habilita a criá-la?


FONTES (Além das citadas na matéria)


2 comentários:

  1. As revistas em quadrinhos tem inúmeros fãs e colecionadores até hoje,assim como eu.
    Realmente hoje valem uma fortuna,estas das fotos.
    Aqui no Brasil também tiveram revistas próprias,com alguns ídolos da TV e do cinema,como Oscarito,Grande Otelo,Carequinha,Teixeirinha,Silvio Santos,até Xuxa,Faustão e Sérgio Mallandro.

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