sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

DVD – FUNNY GIRL, A GAROTA GENIAL

Funny Girl

Ano de Produção: 1968
Direção: William Wyler
Elenco: Barbra Streisand, Omar Shariff, Walter Pidgeon, Kay Medford.
Duração: 135 minutos
Colorido

Gravadora: Columbia Tristar



Já fazia algum tempo que eu queria escrever sobre um filme da Barbra Streisand, e aqui está ele. “Funny Girl, A Garota Genial” é livremente inspirado na história real da atriz e comediante Fanny Brice, que eu definiria como uma mulher corajosa, talentosa, cheia de personalidade e, acima de tudo, uma mulher que amava muito: amava a vida, amava a arte e, principalmente, amava a si mesma, e isso fez toda a diferença. Classicaço de 1968 que deu o Oscar de Melhor Atriz à grande Barbra, tem músicas absolutamente sensacionais, incluindo alguns hits da cantora, como People e Don’t Rain On My Parade. O filme mostra como a menina pobre de origem judaica, com um tipo físico fora dos padrões de beleza, peitou o star-system do seu tempo, acreditou em si e virou a estrela dos espetáculos da companhia Ziegfeld, que antes dela só empregava mocinhas tipo pin-up. Omar Shariff, lindo, lindo, lindo, interpreta Nick Arnstein, o milionário viciado em jogo que foi a paixão de Fanny e também o pai de sua filha. Charmosão e malandro, Arnstein viveu um relacionamento extremamente conturbado com Fanny, não apenas devido às encrencas que ele arranjava em consequência da jogatina, mas também porque a artista sempre estava trabalhando e tinha muito pouco tempo para ficar com ele. Walter Pidgeon rouba a cena como Florenz Ziegfeld, o dono da lendária (e polêmica) companhia teatral. Embora haja mais diálogos do que canções, os números musicais são fabulosos, como as impagáveis sequências dos patins e das noivas (que eu não posso detalhar muito para não estragar o seu prazer de ver o filme). De todo o elenco, quem mais solta a voz é a própria Barbra Streisand – que bênção! Não que o resto do elenco seja ruim, pelo contrário (Omar Shariff nos surpreende positivamente interpretando as músicas), mas Barbra pra mim é a maior cantora do mundo. Ou uma das maiores, não importa. Sua voz é coisa de Deus. E ninguém teria sabido tirar partido do talento de Barbra tão bem quanto o diretor William Wyler,  que já tinha no seu extenso currículo trabalhos como “Jezebel”, com Bette Davis, e “A Princesa e o Plebeu”, com Audrey Hepburn, e ajudou ambas as atrizes a levarem o Oscar por seus papéis nestes clássicos. O fenômeno se repetiu com Barbra, que faturou a estatueta de Melhor Atriz em 1969 por sua Fanny Brice. O filme apresenta uma bela e detalhada reconstituição de época, tanto nos cenários quanto nos figurinos, e uma fotografia rica e colorida. “Funny Girl, A Garota Genial” foi um grande sucesso na época do seu lançamento, primeiro na Broadway, depois nos cinemas. Na versão teatral, também era Barbra quem fazia o papel de Fanny. E, vamos combinar, não poderia haver escolha melhor do que ela para esta personagem. Afinal, ela e Fanny Brice têm muito em comum – não apenas a origem e o talento absurdo, mas o fato de ambas terem quebrado padrões, imposto seu estilo e com ele ganhado o coração do público. O final da história é surpreendente. Este drama musical mais do que clássico nos deixa a mensagem sempre atual de que você pode ser o que quiser, basta acreditar em si e se amar como você é, sem querer se enfiar em rótulos de nenhum tipo. Que bom seria se a grande mídia parasse de procurar meninas dentro de padrões gastos e irreais e fosse atrás de mais Barbras. Talento e personalidade. É disso que o público sente falta e não sabe.



Curiosidades
“Funny Girl, A Garota Genial” foi a estréia de Barbra Streisand no cinema (já chegou chegando!) e o primeiro musical da carreira de Omar Shariff.
▪O bordão "Hello, Gorgeous!" ("Oi, Linda"!) é considerado uma das falas mais inesquecíveis do cinema em listas de diversas publicações especializadas. Ao receber O Oscar de Melhor Atriz, a primeira coisa que Barbra Streisand disse foi "Hello, Gorgeous!".  
▪As canções que foram sucessos da verdadeira Fanny Brice, e que Barbra Streisand regravou para o filme e tornou sucesso novamente, são My Man, I’d rather be blue over you e Second Hand Rose.
▪No filme há uma cena em que Barbra aparece vestida de criança, parecendo uma figura do seriado “Chaves”. Aquela personagem é Baby Snooks, uma menininha chata e mimada que foi um dos papéis mais conhecidos de Fanny Brice. Quando Baby Snooks foi criada e lançada, Fanny Brice já tinha 45 anos de idade. Conta a lenda que até no rádio Fanny se caracterizava de menininha para interpretar Baby, pois acreditava que isso dava mais realismo à sua atuação. 
▪Recentemente, “Funny Girl, A Garota Genial” foi homenageado na série “Glee”, o que fez com que uma nova geração se interessasse pelo filme e pela obra de Barbra Streisand. https://www.youtube.com/watch?v=7yE1j9U6MVE Adoro quando coisas assim acontecem! 

EXTRAS: Interessantes, mas nenhum traduzido (pôxa, o que é que custa legendar os extras em português?). Tem dois minidocumentários sobre a produção do filme, com visitas aos locais onde as cenas foram gravadas e cenas de bastidores. Clipes musicais de seis canções para assistir separadamente. Listas com as filmografias completas de Omar Shariff, Barbra Streisand, Walter Pidgeon e do diretor William Wyler. Trailers de três filmes de Barbra – inexplicavelmente, nenhum deles é “Funny Girl”. Esses três filmes, aliás (“O Espelho Tem Duas Faces”, “Nossa, Que Loucura” e “O Príncipe das Marés”) foram lançados em DVD no Brasil
Sugestão minha: bem que podiam ter colocado nos Extras um documentário, mesmo que fosse curtinho, sobre a verdadeira Fanny Brice. Teria sido bem interessante. Mas como o Poltrona R é o Poltrona R, eu incluí aqui um clipe da Fanny real, só pra vocês conferirem o quanto é impecável o trabalho feito por Barbra Streisand neste filme: https://www.youtube.com/watch?v=qkOoUzNKeCs

 Embalagem: Simplicíssima. Uma lenda como a Barbra merecia mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário