segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

DVD - CANTANDO NA CHUVA

Singin’ In The Rain
Ano de Produção: 1952
Direção: Gene Kelly & Stanley Donen
Elenco: Gene Kelly, Debbie Reynolds, Jean Hagen, Donald O’Connor.
Duração: 103 minutos
Colorido
Gravadora: Warner/Turner Home Entertainment





Não, isto não é uma resenha de um DVD. Nem de um filme. Isto é uma resenha de uma paixão de infância. Sei que eu já declarei meu amor por “Cantando na Chuva” inúmeras vezes na Internet, mas nunca no meu próprio blog. Então, vamos lá: “Cantando na Chuva” é mais um daqueles filmes que a infelizmente já extinta Sessão da Tarde Que Prestava me apresentou, lá atrás, nos anos 80, época da Programação de TV Que Prestava (hoje estou nostálgica, rsrsrsrs). Se você é mais um daqueles que não assistiram a esta obra-prima porque tinham preconceito contra “filmes velhos”, esta postagem aqui é mais uma chance que você tem de mudar de ideia – eu espero.  Principalmente porque um filme em que Gene “Gênio Lindo” Kelly está mais gênio e mais lindo do que nunca é uma bênção para a alma. (Aliás, ainda vou fazer um especial sobre Gene Kelly, pois, como vocês leitores já sabem, sou apaixonada por ele. Vocês só não sabiam era que eu já sou apaixonada por ele faz todo esse tempo!). “Cantando na Chuva” foi escrito, dirigido e coreografado pelo gênio lindo, que também faz o papel principal. A época em que o filme se passa já é interessante: os primórdios do cinema falado, tempos em que muitos atores caíam em desgraça quando o público ouvia a voz deles pela primeira vez. E a personagem Lina Lamont, vivida brilhantemente por Jean Hagen, é uma desses atores bonitos, expressivos, mas com uma voz horrorosa. Ela e seu parceiro nas telas, Don Lockwood (interpretado por Gene Kelly), estão prestes a estrear seu primeiro filme falado. O problema é que ela, que sempre fazia papéis de mulheres sedutoras no cinema silencioso, tem uma voz tipo a do Pato Donald. Na pré-estréia o filme é motivo de chacota, e para salvá-lo do fracasso comercial, os produtores decidem transformá-lo em um musical. E você pergunta: mas como, se a moça tem voz de pato? Simples: colocando a jovem e desconhecida atriz Kathy Selden (Debbie Reynolds, que nos deixou recentemente) para dublá-la. Há inúmeros momentos em que se percebe que o principal objetivo do filme é desmontar (e criticar) a farsa que é a indústria do cinema; em certas cenas, Gene Kelly fala olhando diretamente para a câmera, como quem diz: “Ei, você que está aí do outro lado me assistindo, presta atenção no que eu vou falar!”. Como o clássico é ambientado no final dos anos 1920, início dos anos 1930, há canções originais deste período na trilha (como “Good Morning” e a própria “Singin’ In The Rain”, que já haviam sido hits com Judy Garland), e um lindo figurino de época. A delícia é ver a reverência que Gene Kelly e sua turma tinham pelos pioneiros de Hollywood, os artistas que abriram caminho para eles. Gente que acreditou num sonho e embarcou nele de verdade, e com isso transformou Hollywood no que ela é, para mal e para bem – a artificialidade, que o filme critica, é algo que faz parte da profissão, afinal. Com exceção da cena principal (aquela em que Don Lockwood dança na chuva), as coreografias são todas gravadas em um take só cada uma, algo que exige artistas de verdade para ser realizado. E o fato de o filme ser um musical não fez com que os produtores contratassem qualquer um para escrever o roteiro. Muito pelo contrário: os diálogos são extremamente caprichados e repletos de frases inteligentes, começando pelo bordão de Don Lockwood: “Dignidade, dignidade sempre!”. “Cantando na Chuva” tem o segundo final mais espetacular que eu já vi – o primeiro é o de “Cinema Paradiso”. É considerado o melhor musical já produzido na História do cinema. E tem Gene Kelly – só isso já valeria cada minuto do meu tempo, cada centavo da minha grana.




Curiosidades
▪Para que a água da chuva aparecesse mais na cena principal do filme, foi utilizada uma iluminação especial. A história de que foi misturado leite na água é puro mito. Aliás, as gravações dessa sequência deixaram o gênio lindo com um febrão de 39 graus, o que atrasou em 2 ou 3 dias a conclusão dela.
▪A personagem Kathy Selden foi originalmente escrita para Judy Garland, que não pôde fazê-la porque se desligou da MGM pouco antes do início das gravações do filme.
▪O figurino foi criado por Walter Plunkett, o mesmo estilista de “E O Vento Levou”.
▪A única música da trilha que foi especialmente composta para o filme foi “Moses Supposes”.
▪A canção “Make’Em Laugh”, interpretada pelo genial e injustiçado Donald O'Connor, é a versão original de “Sempre Rir”, hit do palhaço Bozo nos anos 80 (Link: https://www.youtube.com/watch?v=Fbu1PMy5fp8 ). 


EXTRAS: Vergonhosamente não há nenhum.

Embalagem: Superhiperultra simples – nem desenho dentro do estojo tem. Houve também uma Edição Comemorativa dos 50 Anos do filme (https://www.youtube.com/watch?v=rIE-IsgMAL8), que infelizmente foi lançada com número limitado de cópias e está fora de linha atualmente.

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